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O BC Sinaliza que Acima de R$ 2,60 Há Desconforto

Publicado 17.11.2014, 06:59

Mesmo sem ter sido definida a nova equipe econômica, porém analisando-se o caótico quadro da economia brasileira, dá para se ter a convicção de que a principal mudança na política econômica será, por absolutamente inevitável, a menor interferência na formação do preço da moeda americana, permitindo-a mais compatível com a realidade.

Tardiamente o governo deve reconhecer o quanto errática foi a política cambial nos últimos anos, que colocada à serviço da contenção inflacionária como coadjuvante ao juro SELIC acabou por gerar um preço da moeda americana absolutamente assimétrica à realidade do país, e, como consequência, ocorreu fortíssima desindustrialização no Brasil, colocando o setor produtivo nacional em retração, a ponto de passar a gerar perda de emprego e renda.

O câmbio será, sem dúvida, o ponto central da política econômica no afã de recolocar o país em linha de crescimento, naturalmente sem que deixe de ser realizada a drástica revisão da política econômica, envolvendo novas práticas na política monetária e fiscal.

O governo terá que impor-se forte contenção de seus gastos excessivos, incluindo também, a eliminação das desonerações e estímulos concedidos de forma verticalizada e que resultaram, também, em insucesso.

O corte dos gastos deverá ser intenso para amenizar as pressões inflacionárias que provocavam nos últimos anos e atenuar a necessidade de altas de juros.

Em troca, a economia receberá de forma consentida pelo governo uma taxa cambial mais efetiva com a realidade que tenderá a impulsionar a competitividade do produto nacional no mercado externo e interno, já que estimulará as vendas externas e desestimulará as importações de produtos concorrentes à indústria nacional, melhorando as perspectivas para sua balança comercial e ficará menos dependente das exportações de “commodities” que atualmente é onde está o potencial do país, mas que tem se revelado insuficiente e com alta dependência da China, cuja economia está desacelerando.

Naturalmente, na contraponta terá como expectativa a reação do setor produtivo realizando investimentos para alavancar seu crescimento e, consequentemente, gerando emprego e renda.

Com esta estratégia poderá dar uma guinada forte na economia, saindo da roda viva de gastar sem qualidade, provocar inflação, elevar juro e depreciar o câmbio para controlar a inflação e deixando o foco do consumo estimulado a crédito como marginal, já que o modelo está esgotado e sem tração para promover, por si só, o crescimento da economia.

Como consequência deverá ter melhor nível de arrecadação e tendo uma postura de contenção de gastos poderá focar investimentos na infraestrutura, buscando também com este objetivo investidores estrangeiros, já que até que recupere sua credibilidade não poderá contar muito com IED´s para financiar seu déficit em transações correntes.

Mas o BC sinalizou que acima de R$ 2,60 o preço da moeda americana acarreta desconforto, por isso alterou o seu processo de rolagem da posição de US$ 9,83 Bi de contratos de swap cambial vincendo na virada do mês. Até o momento estava rolando 9.000 contratos/dia o que indicava que deixaria de rolar da posição vincenda US$ 2,18 Bi, e doravante ofertará para rolagem 14.000 contratos/dia o que sugere que rolará a posição total.

É uma tentativa de conter a pressão de apreciação do preço da moeda americana e, mais do que isto, sinalizar que acima de R$ 2,60 não há consentimento por parte do BC.

Ao nível de R$ 2,60 não vemos “overshooting” na taxa cambial, tem sido nossa projeção contumaz como preço adequado.

A resultante da maior oferta de rolagem é incerta, pois há inúmeros fatores influenciando a formação do preço da moeda americana, como os problemas de natureza institucional e as incertezas em torno da nova equipe econômica, mas a sinalização por parte do BC foi contundente.

Acreditamos que a solução para a nova equipe econômica deva estar próxima de uma solução “caseira”, mesmo que isto possa suscitar críticas iniciais do mercado financeiro, alegando que teremos mais do mesmo, pois, como já destacamos, a coesão da equipe será o fator primordial para enfrentar o forte desafio que o “status” do Brasil representa atualmente, pois precisará ser “reconstruído com novas práticas”.

Nomes estelares, mesmo que mais ortodoxos, podem até atrapalhar o que precisa ser feito, pois tudo estará condicionado à concordância da Presidenta na forma e intensidade para implementação da ampla revisão e correção que terá que ser praticada pelo governo, por isso serão necessários mais “obreiros” com sentido de equipe do que membros isolados.

É absolutamente necessário que se mudem as perspectivas para o Brasil e isto, no nosso entender, depende mais de determinação e foco do que de nomes.

Acreditamos que R$ 2,60 seja a taxa real para o momento da moeda americana. Pode haver volatilidade provocando apreciação ou depreciação pontual, mas este nos parece o preço de equilíbrio.

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