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O Bode Virou Onça

Publicado 27.03.2015, 15:20
GC
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Estagnados

A aguardada divulgação do PIB brasileiro marcou “crescimento” de 0,1%, confirmando a estagnação da economia em 2014.

A revisão do formato de cálculo livrou o dado de marcar retração, o que culminaria, fatalmente, em dois anos seguidos de recessão, algo que não vemos há muito tempo e que desafia até mesmo a lógica de ciclicidade das economias, considerando que 2015 (e possivelmente 2016) já está comprometido.

Com a revisão na metodologia - justa - o PIB de 2012 foi atualizado de crescimento de 1% para 1,8%, e o de 2013 de 2,5% para 2,7%, engordando a memória de cálculo para 2014.

De toda forma, como explicitado no M5M de ontem, se recessão, estagnação ou “crescimento”, pouco importa...

Diversos setores e indicadores da economia estão nos níveis de mais de 10 anos atrás, e, mesmo sob a nova metodologia de cálculo, o primeiro mandato Dilma termina com crescimento médio anual de 2,1%, o menor da história republicana desde Floriano Peixoto (com o país basicamente em guerra, no século 19), considerando Collor+Itamar como um ciclo de governo completo.

O principal culpado

A desaceleração da economia brasileira foi generalizada no ano passado.

Mas, fôssemos elencar um “principal culpado”, apolítico, seria a indústria, cuja conta engloba as atividades manufatureiras e extrativas, construção civil e a produção e distribuição de energia e gás.

Neste bolo todo, a soma de tudo o que foi produzido marcou retração de 1,2%, número superado apenas pelo resultado negativo de 2009, quando desabou 4,8% na comparação com o ano anterior como efeito imediato do estouro da crise americana.

O problema?

Tende a piorar. Quase como uma proxy do PIB industrial, o Índice de Confiança da Indústria oscila entre mínimas históricas e o cenário agora virou, para mal.

A indústria apurou retração de 1,2% no ano passado sob um ambiente de desoneração da folha, incentivos ao consumo e fiscais (como IPI reduzido, por exemplo), e um cenário inflacionário muito mais agradável, embora não agradável, especialmente no que diz respeito a custos relacionados à mão-de-obra, energia, e matérias-primas importadas.

Temos pela frente um ano de ajustes, que a depender da intensidade fatalmente irá acabar asfixiando ainda mais a capacidade do setor produtivo, em que pese a contribuição do dólar para as empresas exportadoras. Pior do que está, infelizmente já ficou.

Quem mais se lascou

Dando nomes aos bois, no universo da Bolsa brasileira, um dos principais prejudicados foi Romi (ROMI3), em posição ingrata neste ciclo...

Antes de o empresário investir em ganhos de produtividade ou aumento de capacidade, justamente o que oferecem as máquinas da Romi, ele precisa queimar os estoques acumulados, ver sinais concisos de recuperação consistente de demanda para, então, em último momento, pensar em expansão.

Para piorar, o clichê vale (e muito) aqui: vão anos para construir confiança, e segundos para perdê-la.

A decepção americana

Se comemoramos “crescimento” de 0,1% por aqui, lá fora o crescimento de 2,2% da economia americana é motivo de decepção.

Isso, não pelo número absoluto do quarto trimestre em si, mas porque as projeções de consenso esperavam evolução de 2,4% no indicador de atividade.

Se bem que, temos visto, os paradoxos não são uma exclusividade tupiniquim...

Afinal, o dado abaixo das expectativas pode ser ruim para a economia americana, mas, em segundo momento, pode ser bom sob a ótica da continuidade da farra de liquidez, ou, da velocidade de subida dos juros por lá.

Resultado?

A bolsa americana sobe hoje em resposta. E o dólar, para variar, volta a ganhar força em relação ao real.

Além da retirada dos enxugamento dos dólares em circulação ao redor do mundo e aumento dos juros americanos, fatores de atração de dólares para economia dos EUA e redução de sua circulação no restante do mundo, há o fato de os EUA, dentre as economias maduras, ser quem mais está crescendo, o que também é um fator de atração de dólares para lá, ainda que esse crescimento tenha vindo ligeiramente abaixo das expectativas.

O bode que virou onça

Há duas semanas lançamos a tese dos “10 anos de recessão” e do colapso dos Bancos Centrais mundiais, você deve ter visto por aí...

Utilizamos a figura do bode para ilustrar o dilema atual, o fato de não termos, nesta nova crise, um bode expiatório.

Mas poderíamos ter utilizado a onça...

Essa semana o ouro marcou seis altas seguidas, o seu maior rali desde 2012, atingindo, ontem, a marca de US$ 1.200 a onça no mercado internacional.

O investimento em ouro, em suas diversas modalidades (todas devidamente explicadas na Palavra do Estrategista, do Felipe Miranda), foi introduzido desde o primeiro relatório da série do bode e como uma das alocações da Carteira Empiricus, com a devida ponderação entre as demais sugestões de aplicação com baixo perfil de risco.

Com uma breve ajuda do ouro, e do dólar, a Carteira Empiricus oferece retorno histórico de 170% do CDI com perfil de risco ultraconservador:

Acumulado

Agora, se o ouro vai mais?

Bom, se pudesse, hoje você apostaria contra (shortearia) os Bancos Centrais?

E como faria isso?

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