O custo da “brincadeira"
Por muito menos, Levy tomou puxou de orelha…
O Ministério da Fazenda soltou estudo criticando a política de desoneração da folha, adotado no primeiro mandato Dilma.
Conclusão?
A medida custou o equivalente a 0,5% do PIB e não trouxe a contrapartida esperada, de aumento da produtividade e eficiência. Pelo contrário, ambos pioraram.
Agora, se não for alterada, a política de desoneração acarretará renúncia tributária de R$ 25,2 bilhões aos cofres públicos este ano, comprometendo o ajuste fiscal.
Mas para alterar, precisa combinar com a dupla de zaga…
Em grande forma, Renan e Cunha tiram todas pra escanteio.
Mais um dil(e)ma
Por um lado a re-oneração é importante para que o governo cumpra a meta de superávit fiscal…
Mas por outro compromete ainda mais o já combalido cenário para indústria, quem mais contribuiu para a estagnação da economia nos últimos trimestres.
A indústria retraiu 1,2% em um ambiente fiscal estimulado e com níveis de atividade e inflação mais amenos no ano passado. Agora…
Com a inflação acumulada já acima de 8%, e contando, o Bacen aumenta os juros, utilizando a ferramenta clássica de controle inflacionário.
Mas, com isso, vai esfriando ainda mais a capacidade de recuperação da atividade econômica.
Por sua vez, a expectativa dos agentes é de retração entre 1% e 2% da economia, e contando…
O ajuste fiscal sequer começou na prática (vide novo déficit nas contas públicas em fevereiro) e a crise chegou no mercado de trabalho, com a taxa de desemprego pulando de 6,8% para 7,4% na última leitura.
Se a coisa ficar insustentável, o Bacen pode abdicar da briga contra a inflação e reverter a política (reduzindo juros).
Tem gente que já aposta nisso mais para o final do ano…
Pode mesmo?
Na hora que precisar (cortar juros) há grande risco dele estar atado… Ou vai reduzir os juros por aqui justo no momento em que sobem os juros nos EUA?
Além de brigar contra a inflação e contra a retração da atividade (sentidos opostos), não podemos esquecer que ele tem uma fuga de capitais para lidar (ou agravar)…
Viu o tamanho da enrascada?
Anatomy of a blowup?
O valor global de ações acaba de atingir o somatório recorde de US$ 70 trilhões (!!).
Bolsas de Rússia, Alemanha e Hong Kong, com altas de 33%, 22% e 20% desde o começo do ano, além dos recordes históricos dos índices americanos, ajudam nessa conta.
Vejam o gráfico dos principais índices de ações de EUA (branco), Europa (verde) e China (roxo):
Quem pode superar essa monta?
US$ 70 trilhões? Difícil…
Talvez só mesmo os US$ 100 trilhões de liquidez excedente (Bancos Centrais + alavancagem) injetada nos mercados desde a crise de 2008.
Petrobras está limpa?
A presidente afirmou na véspera que a estatal petrolífera “já está limpa e de pé”.
Supondo que seja verdade, alguém precisa avisar à faxineira que ela esqueceu mais de R$ 330 bilhões de dívida lá dentro.