Está explicado...
Como de praxe, toda segunda-feira começo o M5M com mais inflação e menos crescimento...
Ops, com a atualização das projeções dos agentes de mercado para a economia brasileira, a partir do boletim Focus.
Reforço: não se trata de uma mais uma projeção furada do mercado golpista ou especulador, mas sim das expectativas reunidas de mais de 100 agentes econômicos, que balizam decisões de investimento e influem em variáveis econômicas.
O que temos desta vez?
A expectativa para o PIB piorou ainda mais, de queda de 0,58% para retração de 0,66% este ano.
A projeção para a inflação oficial subiu de 7,47% para 7,77%.
Isolando o top 5 dos analistas que mais acertam suas projeções, a expectativa para o IPCA já está em 7,97% este ano. Isso, com Selic a 13%. Paralelamente, bancos já revisam as suas projeções para inflação acima de 8%.
Não de hoje vemos aqui alertas para inflação acima de 8%, dólar acima de R$ 3 e retração do PIB entre 1% e 2%.
O que um dia pareceu absurdo, ou terrorismo, agora é cenário-base. Pensando bem, está explicado: como é a soma de todas as riquezas do país, o PIB pode ser considerado rico e, portanto, financiado pela oposição ou golpista.
Cuidado com o que você deseja
Embora pintem um retrato pouco alentador, os modelos de projeção ainda não abarcam precisamente os eventos de cauda. E, por definição, nunca irão abarcar...
Dentre eles, potenciais desdobramentos (e espraiamento) do petrolão, impactos da crise hídrica, potencial racionamento de energia e a possibilidade, agora, do estouro de uma crise sem precedentes no mercado internacional, envolvendo a inflagem dos ativos de risco e tendo como ponto central o iminente colapso dos balanços dos Bancos Centrais...
Não vai acabar bem
Para adiar as consequências da crise do subprime, de 2008, o Banco Central americano (Federal Reserve) lançou mão de medidas sem precedentes, com intervenção maciça na economia.
Seus programas de estímulo e afrouxamento quantitativo injetaram, junto à atuação de outros Bancos Centrais (mais notadamente Bank of Japan, Bank of England e Banco Central Europeu), cerca de US$ 12 trilhões em dinheiro novo no sistema financeiro.
Naturalmente, uma hora essa conta chegará.
Na sexta-feira, relatório de Emprego dos EUA apontou novamente a criação de postos de trabalho acima do esperado por lá, alimentando expectativas pelo início da batida em retirada dos Bancos Centrais, o que, como consequência imediata, levou o dólar acima de R$ 3.
Agora, tente ligar os pontos do gráfico abaixo:
Mais uma correlação histórica nada agradável
Existem exatos 13 pontos marcando a linha verde acima, que retrata o desempenho do mercado de ações norte-americano.
Em paralelo, os pontos sobre linha inferior azul dizem respeito a pontos baixos da taxa de desemprego americana.
Desde 1969, sempre que a taxa de desemprego americana atingiu uma mínima de 6 seis anos, enquanto as ações marcaram máximas de 12 meses, o movimento seguinte dos mercados está prenunciado no gráfico.
Em 12 dessas 13 ocasiões desde 1969, os mercados sofreram na sequência um tombo médio de 14,8% no ano seguinte.
Quer dizer que taxa de desemprego em baixa não é bom? Nada disso. Taxa de desemprego sequer é uma medida precisa do mercado de trabalho. Portanto, evitemos conclusões precipitadas.
Essa pode muito bem ser mais uma daquelas “estatísticas” forçadas, tal como o recorde de gols do Robinho contra o Chile.
Mas também pode ser um indício do ponto de um ciclo econômico e sua relação com os mercados - e sua potencial inversão.
Outra coisa interessante que o gráfico mostra: grandes tendências de alta dos mercados (bull markets) não terminam propriamente com notícias ruins, mas na incapacidade das notícias boas promoverem altas ainda mais expressivas.
Tudo se torna óbvio com o tempo, e pode ter uma explicação plausível logo ali...
Se há uma relação nisso tudo, o tempo irá dizer.
Robinho acaba de ser convocado.
Integrará a seleção brasileira nos amistosos contra França e... Chile.
O dia que as corretoras mais ganham dinheiro
Você sabia que a corretora ganha mais dinheiro você não fazendo nada do que com custos de corretagem?
Hoje, por exemplo, vencem as LFT 2015...
Suponhamos que uma corretora tem um estoque de R$ 100 milhões de LFT.
Se o cliente renova, e compra novos títulos com esse dinheiro, a corretora ganha de 0,1% a 0,2% de custo de operação. Então ela ganharia R$ 100 mil a R$ 200 mil se todo estoque de LFT dela fosse renovado.
Entretando, o CDI hoje está a 0,4%. Então, supondo que esse estoque não é renovado, e o dinheiro não é resgatado, a corretora pode aplicar esse montante e obter um retorno bem mais expressivo, da ordem de R$ 400 mil para o exemplo em questão.
Resumo da ópera: esteja atento para quando vencem os seus títulos. É uma briga diária com o CDI. Custo de oportunidade.
Se você não ganhar dinheiro (com o seu dinheiro), pode deixar que a corretora ganha por você.