Duas decisões de juros, dois movimentos distintos, dois rumos separados. O Federal Reserve, por mais uma vez, cortou os juros em 25 bp para 1,75% aa, porém, a sinalização de uma possível pausa, indicada constantemente na comunicação anterior de seus membros acabou não ocorrendo, em mais uma coletiva confusa de Powell.
Tanto no comunicado, como na coletiva, o Fed falhou em qualquer tentativa de sinal, deixando claro que a armadilha de liquidez em que os EUA se inseriram dificulta cada vez mais qualquer movimento de juros que não seja de cortes.
Os ajustes que levaram os juros de 0,25% em dezembro de 2015 e foram continuados até dezembro de 2018 aos 2,5% aa e segundo alguns analistas e ex-membros do Federal Reserve, deveria ter no máximo sido pausado em julho deste ano, quando dúvidas cresciam sobre a necessidade do aperto.
Naquele momento, o balance sheet estava em um resultado historicamente baixo e a armadilha de liquidez sendo desarmada.
As pressões de Trump por um corte de juros de modo a estimular uma economia já aquecida levaram ao “cavalo de pau” do Fed e à atual situação, na qual Powell não conseguir dar uma noção de quaisquer movimentos futuros.
É uma pausa, muito fracamente sinalizada.
Localmente, o COPOM deve surpreender àqueles que advogavam juros na faixa dos 3%, com a citação de cautela no comunicado da decisão de corte em 50 os juros para os recordes 5% aa nominais e também, aos 0,92% em termos reais, ambos os menores já registrados.
O corte adicional para 4,5% em dezembro é mais nitidamente sinalizado da história do regime de metas de inflação e tende a incluir uma parada, ainda a se determinar, para cautelosamente avaliar os efeitos defasados do ciclo já contratado de afrouxamento monetário e em vista à reação também visível dos indicadores econômicos recentes.
Ao mercado, o BC não foi tão explícito ao determinar a pausa após a reunião de dezembro, em vista aos posicionamentos dados na curva de juros em seus diversos vértices, em especial os mais curtos. Tende a ser o “início do fim” do ciclo, sinalizado com prudência e cautela, de modo a não ‘ferir’ muitos dos exageros mais recentes nos juros futuros.
Esta noite o BoJ também decidiu os juros, estes pela manutenção e a autoridades chinesas estão questionando a possibilidade de um acordo comercial de longo prazo com os EUA, além de uma agenda cheia no dia.
Atenção hoje aos resultados de Visa, Shell, Sanofi, T-Mobile, ING, Telefonica, Bank of China, Audi, Kraft Heinz, BBVA, Vale, Mitsubishi, Repsol, Motorola, MercadoLibre, SamSung, Spotify e Suzuki.Localmente, destacam-se Bradesco, Hering, Gol e Suzano.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa na sua maioria e os futuros NY abrem em baixa, com dúvidas do acordo comercial EUA-China.
Na Ásia, o fechamento foi negativo com PMI ruins na China e pausa do Fed.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre.
O petróleo abre em queda, com perspectiva de crescimento global fraco.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 7,62%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,9914 / -0,20 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / 0,144%
Dólar / Yen : ¥ 108,29 / 0,526%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / 0,310%
Dólar Fut. (1 m) : 4008,56 / 0,21 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 4,32 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 4,35 % aa (-0,46%)
DI - Janeiro 23: 5,35 % aa (-0,19%)
DI - Janeiro 25: 6,03 % aa (-0,33%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,7914% / 108.408 pontos
Dow Jones: 0,4258% / 27.187 pontos
Nasdaq: 0,3277% / 8.304 pontos
Nikkei: 0,37% / 22.927 pontos
Hang Seng: 0,90% / 26.907 pontos
ASX 200: -0,39% / 6.663 pontos
ABERTURA
DAX: -0,523% / 12842,76 pontos
CAC 40: -0,564% / 5733,36 pontos
FTSE: -1,033% / 7255,09 pontos
Ibov. Fut.: 0,83% / 109000,00 pontos
S&P Fut.: -0,289% / 3039,00 pontos
Nasdaq Fut.: -0,256% / 8090,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,13% / 79,49 ptos
Petróleo WTI: -0,09% / $54,95
Petróleo Brent:-0,15% / $60,52
Ouro: 0,65% / $1.505,84
Minério de Ferro: -0,26% / $89,80
Soja: -0,02% / $15,70
Milho: -0,77% / $387,25
Café: 0,40% / $100,00
Açúcar: -0,24% / $12,38