E nós estamos com Ibovespa a 99 mil pontos, entre a máxima de 119.527,6 de janeiro e a mínima de 63.569,6 de março.
Nos EUA, estamos a 3.145,32 pontos no S&P500, -7,11 por cento abaixo da máxima de 3.386,15 de fevereiro.
Por outro lado, estamos a +40,58 por cento da mínima de 2.237,40 de março.
Aqui estamos.
O erro dos pessimistas (e dos otimistas)
A maravilha de aprender com os outros é que podemos evitar cometer os mesmos erros que eles já cometeram.
Aprendemos sem precisar passar pela dor do erro.
Como nos ensinou o grande investidor Charles T. Munger, devemos pensar sempre em probabilidades— segundo Munger, é uma das maiores qualidades do seu colega, o maior investidor de todos os tempos.
E, pensando em probabilidades, a bolsa hoje está muito mais arriscada do que estava em março.
A bolsa hoje está mais cara, os preços estão mais altos, o risco é maior.
Risco não tem nada a ver com volatilidade do preço das ações.
Risco é pagar caro por uma empresa com resultados decepcionantes.
Retrospectiva do 1o semestre de 2020
Confira comigo, no replay:
Tivemos 3 momentos marcantes em 2020:
- Euforia com a economia se recuperando (verde)
Olhando no retrovisor (a forma mais eficaz de fazer previsões), as pessoas acham que a bolsa estava cara a 120 mil pontos (era óbvio!).
Mas nada poderia estar mais longe da realidade.
Se não tivéssemos o impacto da Covid-19, estaríamos com a economia em recuperação, juros baixos e reformas andando — este era o cenário naquele momento.
- Pânico com o coronavírus (vermelho)
Mas a pandemia aconteceu e, com ela, o pânico tomou conta dos mercados.
O mercado brasileiro foi um dos mais impactados do mundo. Passamos semanas como a bolsa mundial que mais se desvalorizou e a moeda mais impactada globalmente.
- Recuperação (azul)
Devido a atuação dos bancos centrais e governos injetando estímulos em suas economias e com o pânico se retirando de campo, tivemos recuperações fortes no mundo inteiro.
Nosso mercado foi um dos que mais caíram no mundo e se recuperaram de quedas que não faziam sentido.
Quem panicou perdeu dinheiro na queda.
Quem panicou perdeu dinheiro na alta.
O que os vendidos ainda não entenderam
O mercado não é racional.
Nunca foi e nunca será. O economista inglês Benjamin Graham já havia entendido isso nos anos 1920 e nada mudou desde lá.
Inclusive, escreveu um livro que todo mundo leu, mas poucos entenderam.
O mercado é maníaco-depressivo.
O que aconteceu em 2020 pode ser resumido em um simples meme:
"Março: amarelo = Corona, verde = medo do Corona. Junho: amarelo = Corona, verde = medo do Corona."
(Você já imaginou que estaríamos em 2020 explicando finanças com memes? É maravilhoso).
E, maníaco-depressivo que é, se o mercado não está com medo de algo, está otimista demais com algo.
Não estranhe, sempre foi assim, sempre será assim.
TINA – There is no Alternative
(Não há alternativa).
Muita gente olha para o mercado e se prende a coisas mundanas, como resultados das empresas, para explicar os preços no curto prazo.
Mas, já ficou absolutamente claro que quem manda nos mercados são os bancos centrais.
Sim, a probabilidade desta farra com o dinheiro público resultar na maior bolha da história mundial é altíssima.
Mas não podemos prever o futuro.
Não tentamos prever o futuro, pensamos em probabilidades.
E, diga-me com sinceridade, qual é a probabilidade do homenzinho ganhar o cabo de guerra acima?
Entendeu?
购买大量股票
(Compre MUITA bolsa)
O Ricardo comentou na segunda-feira:
"Em seu editorial, na capa, o jornal chinês Securities Times afirmou que a manutenção de um bull market saudável é, neste momento, mais importante do que nunca para a economia."
“... Compre muita Bolsa”, diz o Partido Comunista Chinês."
E, os EUA avaliam (mais) 1 trilhão de dólares de estímulos econômicos para infraestrutura.
Lembre-se: o Trump ainda precisa ganhar uma eleição em 2020.
Veja de novo a figura do cabo de guerra acima…
Entendeu?
Morro de medo da bolsa subindo
Pode parecer a coisa mais estranha do mundo, mas eu morro de medo da bolsa subir rápido demais.
Morro de medo!
Batemos 99 mil pontos, as empresas estão aproveitando o momento para vender o máximo de ações que podem (em IPOs e follow-ons), as vacinas ainda demorarão 1 ano para chegar, ...
Morro de medo da bolsa subir sem fundamento, sem que os resultados acompanhem, sem que tenhamos o suporte dos lucros.
Morro de medo de olhar para a bolsa e ver todas as ações caras demais.
Morro de medo do mercado entrar em uma espiral psicodélica, esquecer dos resultados e confiar demais no suporte dos Bancos Centrais.
Cautela, pequeno gafanhoto
Por sorte, Warren E. Buffett já passou por momentos de mercado assim, nos idos dos anos 1960 e podemos aprender com ele.
Claro, ele também passa pelos mesmos problemas atualmente.
Cuidado com pessimismo demais. Cuidado com otimismo demais.
Cuidado com seu rico dinheirinho.
Um abraço.