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O papel do mercado de capitais na profissionalização do futebol brasileiro

Publicado 14.06.2024, 16:13

O futebol é, sem dúvidas, uma paixão nacional. A torcida pelo clube de coração ocorre de geração para geração e em quase todos os lares brasileiros. A verdade é que o nosso povo ama esse esporte e, por trás de todo esse sentimento, existe um mercado bilionário como todos sabem. 

Um estudo realizado pela consultoria esportiva Convocados em parceria com a Galapagos Capital e a Outfield mostra um panorama das contas dos times do Brasil. 

De acordo com o relatório, as receitas dos clubes da série A cresceram 22% para quase R$9 bilhões. Se consideradas apenas as rendas recorrentes, o crescimento foi de cerca de 16%. 

O estudo concluiu ainda que os direitos de transmissão mantiveram-se estáveis, que as receitas de bilheteria aumentaram além dos recursos oriundos de patrocínios e ações de publicidade. 

Segundo o economista Cesar Grafietti, responsável pela pesquisa, apesar do crescimento, muitos clubes acabaram não usando os recursos para o pagamento de dívidas, mas, sim, para o reinvestimento na equipe. 

Isso tornou a situação para alguns times praticamente insustentável. É o caso, por exemplo, do Corinthians. Com receita de mais de R$1 bilhão e uma das torcidas mais apaixonadas do Brasil, o endividamento da agremiação tem prejudicado seu planejamento esportivo com resultados muito abaixo do seu potencial nos últimos anos.

Por outro lado, alguns clubes como Flamengo, Palmeiras e Athlético Paranaense, que se reestruturaram financeiramente, se sobressaíram esportivamente. 

E, não só, tal organização tem criado um abismo entre essas equipes e as demais, que patinam para pagar as contas em dia.

Diante deste cenário, nos últimos anos, muitos clubes têm buscado alternativas para voltarem a ter competitividade, tanto dentro quanto fora dos campos. 

E o caminho escolhido tem passado pelo mercado de capitais. 

De olho nos resultados de clubes de países como Inglaterra e Espanha, algumas equipes brasileiras têm entendido que se organizar como uma empresa pode ser interessante. 

Isso significa seguir algumas regras de governança para evitar situações como a atual, de alto endividamento e, em muitos casos, de falta de liquidez para o pagamento das obrigações. 

Ou seja, com a ajuda de gestores profissionais, as equipes se organizam, elaboram modelos de negócio e investimento que, a longo prazo, elevam as receitas e se refletem dentro do campo. 

Isto porque elas passam a acessar linhas de crédito com taxas mais atrativas, além de atrair investidores interessados em elevar ainda mais a capacidade competitiva daquele time. 

Segundo Andrea Di Sarno, sócio da Galápagos Capital, um dos marcos mais importantes para que este movimento fosse iniciado foi a aprovação da Lei das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF). 

Ele explica que este movimento pode se intensificar e que, apesar de ainda existirem poucas alternativas para o investidor na ponta final, o mercado vai conseguir oferecer produtos de crédito estruturado como debêntures, CRIs e FIDCs. 

Atualmente, as opções disponíveis para quem quer investir no time do coração se concentram em fundos de private equity, fundos especializados em esportes e alguns hedge funds. 

De fato, este movimento de profissionalização do futebol brasileiro é relativamente recente e ainda tem muito o que evoluir, tanto do lado dos clubes, que precisam buscar uma reorganização adequada, quanto do mercado, em oferecer alternativas. 

Quem sabe este não seja o movimento que um dia nos trará o Hexa?

Até a próxima e bons negócios!

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