O Paradoxo do Vendedor

Publicado 11.11.2025, 13:30

Partindo da premissa de que a boa experiência pode ser adquirida pela vivência ou por assimilação do conhecimento de terceiros, não precisamos  ficar errando por aí para aprendermos. Certamente, alguém já pode ter  feito isso por nós. Basta seguir a trilha! 

Todo mercado que envolve risco, tem sido exaustivamente estudado por  matemáticos, engenheiros, estatísticos, psicólogos, economistas, por  banqueiros e por investidores comuns como eu, além dos chamados  profissionais do mercado propriamente ditos. Todos em busca de  aprisionar o risco e maximizar os lucros.  

Esses grupos de estudiosos agem segundo os pensamentos das escolas  fundamentalista, técnica (grafista), das ondas ou ciclos, até de escolas  exotéricas, entre outras. 

Dito isso, não se pode deixar de frisar que, o mercado acaba sempre na  mão do investidor comum e do especulador. Estes, portanto, para melhor  se situarem no ambiente do mercado, não podem dispensar o  conhecimento e as técnicas utilizadas pelos "outros". Isto pelo simples fato  de que os "outros" irão sempre se revezar entre sócios e os concorrentes errantes do mercado. 

A partir desse movimento circular podemos admitir que uma das funções  básicas do mercado é a venda. Parece paradoxal, mas não é. Vejamos o  porquê: Inicialmente, ninguém consegue ser vendedor se não comprou  antes, excluindo-se as vendas a descoberto e os derivativos. Como  ninguém nasceu comprado, o primeiro impulso do novo especulador, ou  novato, é comprar para depois tentar vender com lucro. 

Corroborando a pirâmide de Maslow, ninguém é compulsoriamente  comprador de ações antes de ser de alimentos, roupas, moradia, etc. Portanto: "o único motivo que leva um especulador a comprar ações é o  seu desejo de realizar lucro na venda". Mas, quem vende? Esta é a chave  do paradoxo: uma vez comprado em ações, o investidor poderá, ou  precisará vender para: 

- comprar um carro novo; 

- comprar a casa própria; 

- pagar despesas imprevistas; e

- outros gastos eventuais ou completar seu orçamento doméstico; e - em última instância, "para realizar aquele tão esperado lucro" ou se  afastar completamente do mercado. 

Portanto, quando diariamente o mercado abre, o vendedor é certo; o  comprador não. Desconfio ser o motivo do jargão frequentemente citado  por operadores: “o mercado sobe de escada e desce de elevador”, se  referindo ao fato de que, enquanto as altas tendem a ser graduais e  suaves, as baixas são em geral, bruscas. 

Para os “buy and hold” (aquele que compra e segura), isto pode ser um  benefício, já que sua filosofia de atuação é comprar, comprar e comprar - não a qualquer preço - até alcançar o objetivo final, tendo a valorização de  seu portfólio como consequência de suas boas escolhas feitas em  fundamentos, e não em compras emocionais. 

Para piorar a situação (do vendedor), muitas vezes e normalmente, as  empresas precisam de mais aporte de capitais e vendem novas ações: são  os conhecidos lançamentos primários de ações ou novas subscrições. 

Ocasionalmente, ainda, os comprados podem vender sem realizar lucro  algum, o que pode ser traduzido em erro, somente movido pelo medo de  perder, contribuindo para a chamada "mudança de expectativas" e gerando as frequentes crises de liquidez. 

Assim como nos casamentos, não se deve comprar ações com prazo para  se desfazer delas. Em um mercado regido pela psicologia das massas  você pode querer ou precisar vender em ocasiões muito desfavoráveis. 

É bom lembrar que o caminho que leva ao sucesso nos investimentos passa por se distanciar dos erros. Quanto mais se erra, menos sobra para  novas tentativas, até o limite da desistência total. Evitando-se o erro, a consequência natural será a consistência nos resultados. 

Concluindo: se o mercado é por natureza vendedor, e você comprador,  use a paciência dos jogadores de dardos. Desenvolva uma boa mira,  controle os impulsos e observe o alvo com calma, ajustando a força e o anglo de lançamento. Certamente vai levar o cinquentão do bullseye! 

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