O mercado financeiro nem percebeu que ontem foi feriado em São Paulo. O Ibovespa encerrou o 9 de Julho celebrado no Estado cravando sete altas consecutivas, na maior sequência positiva em um ano. A bolsa brasileira segue sem saber o que é cair neste início de semestre.
Já o dólar levou praticamente o mesmo período para voltar a se aproximar da marca de R$ 5,40, depois de ir além dos R$ 5,60. É o menor valor em mais de dez dias. Passado os ajustes dos investidores após o estresse nos ativos locais, o foco dos mercados se volta para…o Federal Reserve.
Fala, Powell
No sempre aguardado testemunho do presidente do Fed no Congresso dos Estados Unidos, Jerome Powell mostrou ontem disposição em cortar a taxa de juros em breve. Porém, ele disse que é preciso “mais dados bons” para fortalecer o cenário de que a inflação ao consumidor norte-americano está se movendo em direção à meta de 2%.
Aliás, o CPI de junho nos EUA será conhecido amanhã. À espera dos números, as apostas não se moveram muito em relação à expectativa de que os cortes começam em setembro. No entanto, Powell enfatizou os sinais crescentes de esfriamento do mercado de trabalho, após o payroll da semana passada mostrar aumento do desemprego pelo terceiro mês.
Ou seja, a inflação não é a única variável para a qual o Fed está de olho. A atividade econômica e o emprego também entram nesta equação. O resultado é que a taxa de juros nos EUA não deve começar a cair tarde demais - nem muito pouco. A dúvida é se caberá uma queda adicional ainda neste ano ou uma antecipação do início do ciclo para julho.
Agenda do dia
São essas as perguntas que os deputados devem fazer hoje a Powell, em nova sessão no Capitólio, desta vez, na Câmara dos Representantes, a partir das 11h. Trata-se do grande evento desta quarta-feira (10). Por aqui, merece atenção os dados de junho do IPCA (9h).
A previsão é de que a inflação oficial ao consumidor brasileiro acumule taxa acima de 4% em 12 meses, distanciando-se da meta perseguida pelo Banco Central. Ainda assim, deve haver uma desaceleração na leitura mensal, em meio ao alívio nos preços dos alimentos.
Na China, o índice de preços ao consumidor perdeu força, com taxa anual de 0,2% ante leitura de 0,3% nos dois meses anteriores, contrariando a previsão de aceleração para 0,4%. Em base mensal, houve deflação pela terceira vez neste ano, em meio à frágil recuperação da economia. Já os preços ao produtor chinês (PPI) caíram novamente, estendendo a sequência negativa para 21 meses.