Ensinando a pescar
O mercado financeiro guarda certa semelhança às antigas corporações de ofício: aprende-se fazendo, bebendo da experiência de quem ali está há mais tempo.
Uma de nossas pretensões é transmitir aos clientes pelo menos parte desse conhecimento: ensiná-los a “pensar com as mãos”.
Esbarramos, para isso, em dois desafios:
O primeiro é o meio. Embora nos esforcemos em transmitir algo a mais em nossos relatórios, webinares e demais canais de interação, trata-se de um substituto precário em relação à experiência que só vem com o dia-a-dia.
O segundo é a disposição: nem todo mundo quer. Volta-e-meia recebemos críticas de assinantes que gostariam que nossos relatórios fossem mais diretos: “dêem apenas a recomendação — pá, pum —, pois eu não quero ou não tenho tempo para ler”.
A ninguém isso pesa tanto quanto ao Rodolfo. Como ensinar a pescar aqueles que desejam mais do que o peixe?
Esse é o norte perseguido pelo Programa de Riqueza Permanente, de longe o projeto mais audacioso da Empiricus. O Rodolfo quer formar investidores para a vida toda; transmitir em 30 minutos semanais o conhecimento teórico e prático necessário para você se emancipar como investidor para todo o sempre.
Intermezzo
Mercados europeus em alta. Dados econômicos positivos ajudam, bem como a sinalização de que o encerramento do programa de recompra de títulos em curso pelo Banco Central Europeu, previsto para março, pode ser gradual.
Gradual a ponto de só terminar, efetivamente, lá pelo final do ano. Boa desculpa para deixar os problemas de lado.
Já a bolsa americana no zero-a-zero, com investidores digerindo novas sinalizações de elevação de juros.
Com alta em dezembro praticamente dada, atenção se volta para a extensão e intensidade do ciclo de alta.
Tudo isso supõe que Deutsche não fará o sistema europeu implodir: nesse caso, tanto a turma de Yellen quanto a de Draghi teriam de rever suas posições.
Correndo atrás do próprio rabo
Nossa bolsa não tem direção hoje.
Merece atenção a votação, na Câmara, das mudanças no Pré-Sal, bem como — e principalmente — a tramitação da PEC do Teto na comissão especial.
Todo avanço na questão do Teto é bom sinal para a queda de juros futuros.
FMI alerta que atividade econômica no Brasil chegou ao fundo do poço e o país estaria próximo a sair da recessão.
Nada que já não saibamos e já não apostemos, não é mesmo?
ITSA: Novos tempos à frente?
Os dias de “Itaúsa é Itaú (SA:ITUB4)” podem estar próximos do fim. A holding, aliada com o fundo Cambuhy (dos Moreira Salles), estaria se preparando para fazer uma oferta à Petrobras (SA:PETR4) pelo controle da BR Distribuidora.
Estima-se que o deal da distribuidora movimente algo da ordem de 20 bilhões de reais, o que equivale a cerca de um terço do valor de mercado de ITSA. Lembremo-nos, entretanto, que parte dos recursos — e, por ora, não sabemos quanto — viria dos ex-controladores do Unibanco.
Quanto à atratividade do negócio de distribuição de combustíveis, os resultados de de Cosan (SA:CSAN3) e Ultra falam por si. Resta saber como o grupo lidaria com a gestão, tendo em vista que o business lhe é completamente estranho. A ver.
No curto prazo, fique atento para o potencial de migração de ITSA para ITUB por parte de quem estava na holding simplesmente por conta de desconto em relação à controlada.
É só o câmbio
Em verde, libra contra dólar; em branco, índice da bolsa londrina:
A bolsa reflete uma melhora de ânimo com o Reino Unido? Para isso, concorreria o dado de produção industrial do qual falamos ontem.
A resposta é não: em dólares, o FTSE100 está praticamente estável. O reflexo no índice, maciçamente composto por empresas globais (que geram grande parte de suas receitas em outras moedas), é tão somente efeito da variação cambial.