Receita dispensa bancos de recolherem IOF retroativo, mas indica que poderá cobrar contribuintes
Após revisar os movimentos dos contratos futuros de ouro em diferentes horizontes temporais, avalio que a força recente do dólar tende a perder fôlego, após a surpresa nos dados de inflação ao consumidor dos EUA, que enfraqueceram as apostas de corte na taxa de juros no curto prazo.
Na quarta-feira, os futuros de ouro mostraram alguma recuperação, mas enfrentaram forte resistência na faixa imediata de US$ 3.389 por onça, à medida que a demanda por ativos de proteção continuou moderada diante das incertezas ligadas às tarifas comerciais do presidente Donald Trump.
Por outro lado, a crescente instabilidade em torno da independência do Federal Reserve, alimentada por pressões de Trump e seus aliados para a saída do presidente da instituição, Jerome Powell, também reforçou a demanda por proteção, assim como as tensões entre Rússia e Ucrânia.
Apesar disso, o metal precioso tem encontrado dificuldades para avançar, em meio à percepção de que os preços estariam esticados após os recordes de abril. Mesmo com os ganhos recentes, os contratos permanecem limitados dentro de um intervalo técnico bem definido entre US$ 3.300 e US$ 3.500 por onça.
Esse intervalo, inclusive, deve se estreitar neste mês para algo entre US$ 3.251 e US$ 3.389, como aponta o fechamento das Bandas de Bollinger no gráfico diário, um sinal técnico de que o ouro pode romper para baixo em breve. Os preços estão tentando se sustentar no suporte imediato da média móvel de 50 dias (MMD 50) em US$ 3.338, mas um rompimento desse nível abriria espaço para um teste da próxima zona de suporte, na média de 100 dias (MMD 100), em US$ 3.235.
Caso os preços percam esse patamar importante de MMD 100, o próximo suporte relevante aparece na média de 200 dias (MMD 200), situada em US$ 2.980, especialmente se o prazo final para as tarifas de Trump, marcado para 1º de agosto de 2025, desencadear nova rodada de volatilidade.
Níveis de atenção
No gráfico mensal, os contratos de ouro tentam preservar o fechamento do mês anterior. Naquela ocasião, os movimentos voláteis levaram à formação de um candle de viés baixista, com longa sombra superior e corpo pequeno, o que tende a ampliar a pressão vendedora ao longo deste mês.
Se houver rompimento do suporte mensal em US$ 3.389, o próximo piso aparece em US$ 3.251. Caso esse nível também seja perdido, os preços podem buscar o suporte seguinte na média móvel de 9 períodos (MMD 9) em US$ 3.048, conforme o gráfico mensal.
Já no gráfico semanal, os futuros operam abaixo da MMD 9 em US$ 3.352, sinalizando continuidade do enfraquecimento técnico. Isso sugere que os preços podem testar em breve os suportes em US$ 3.292 e US$ 3.248, com o avanço limitado por uma resistência relevante em US$ 3.388.
No gráfico diário, os contratos ainda tentam defender o suporte da MMD 50 em US$ 3.338. A formação de um cruzamento de baixa, com a média móvel de 20 dias rompendo abaixo da MMD 50, reforça o cenário de teste da MMD 100 em US$ 3.235 nas próximas sessões.
Além disso, a trajetória instável do dólar no gráfico diário tende a favorecer os vendedores de ouro.
No gráfico horário, os contratos romperam o suporte da MMD 200 em US$ 3.340, após a formação de dois cruzamentos de baixa: o primeiro com a MMD 50 rompendo abaixo da MMD 100; o segundo com as médias de 9 e 20 dias também cruzando abaixo da MMD 50, estrutura que sugere a iminência de uma queda mais acentuada nos preços.
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