Ouro segue rompendo máximas rumo a US$ 3000; pico do rali em breve?

Publicado 10.02.2025, 11:07
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  • Ouro supera US$ 2.900 em meio a tensões comerciais nos EUA e forte demanda dos investidores.
  • Apesar da alta nos rendimentos dos Treasuries e da valorização do dólar, o metal mantém seu impulso devido a preocupações geopolíticas e inflacionárias.
  • Eventos econômicos nos EUA podem aumentar a volatilidade, enquanto indicadores técnicos sugerem uma possível correção.

O ouro segue em tendência de alta e vem renovando máximas quase diariamente.

Hoje, ultrapassou a marca dos US$ 2.900 pela primeira vez na história, aproximando-se rapidamente do patamar de US$ 3.000. O movimento mais recente é atribuído à busca por ativos de proteção diante da escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e seus principais parceiros. Até agora, investidores em metais preciosos têm ignorado a valorização do dólar e a recuperação dos rendimentos dos Treasuries, impulsionados pelos dados econômicos mais fortes divulgados na última semana.

Se os juros continuarem em alta por um período prolongado, o ouro pode encontrar resistência, já que a oportunidade de retorno em títulos aumentaria o custo de manutenção do metal. Por ora, no entanto, traders seguem acompanhando a tendência altista, com o ouro registrando topos e fundos ascendentes. Resta saber se esse movimento continuará nos próximos dias. Além das tensões comerciais, eventos como a divulgação do IPC dos EUA, o depoimento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e a temporada de balanços corporativos podem trazer volatilidade ao mercado.

Quais fatores sustentam a alta do ouro?

A valorização recente do ouro resulta de um conjunto de fatores, incluindo incertezas geopolíticas, preocupações inflacionárias, decisões de bancos centrais e demanda constante tanto por parte dos investidores institucionais quanto dos bancos centrais. Embora os rendimentos dos títulos globais tenham subido – um fator geralmente negativo para o metal – essa tendência perdeu força desde meados de janeiro, permitindo que o ouro mantivesse seu impulso. Até o momento, os fatores altistas têm superado os de baixa, mas será que isso continuará no futuro próximo?

Monitorando o dólar 

Tanto o dólar quanto os rendimentos dos Treasuries ganharam força na sexta-feira, após a pesquisa de Expectativas de Inflação da Universidade de Michigan apontar uma alta para 4,3%, ante 3,3% na leitura anterior. Isso reforçou a percepção de que as pressões inflacionárias permanecem persistentes. Além disso, os dados salariais de janeiro indicaram um crescimento de 0,5% no mês, aumentando as apostas de que o Federal Reserve manterá os juros elevados por mais tempo. A possibilidade de políticas inflacionárias sob um eventual segundo mandato de Trump também elevou as expectativas de um Fed mais rígido. Com isso, as previsões de cortes nas taxas foram reduzidas, fortalecendo o dólar. Ainda assim, o ouro mostrou resiliência, caindo momentaneamente da máxima histórica registrada na sexta-feira, antes de recuperar o fôlego e renovar o recorde hoje. O relatório praticamente descartou cortes iminentes nos juros pelo Fed – embora essa possibilidade já fosse remota.

Eventos-chave da semana: Depoimento de Powell, IPC e Vendas no Varejo

As políticas econômicas de Trump devem exercer pressão adicional sobre a inflação, o que reforça a expectativa de que o Fed manterá sua postura atual. O dólar segue bem sustentado, especialmente frente ao euro, que segue vulnerável a tarifas comerciais impostas pelos EUA.

Depoimento de Powell – Terça-feira, 11 de fevereiro (12:00, horário de Brasília): O presidente do Fed deve reafirmar a independência do banco central, especialmente diante dos dados recentes de inflação e salários. Qualquer tom mais brando poderia pressionar o dólar e os rendimentos dos Treasuries, mas essa mudança ainda parece improvável.

IPC dos EUA – Quarta-feira, 12 de fevereiro (10:30, horário de Brasília): O mercado acompanhará de perto os números da inflação. Um dado mais forte reforçaria as apostas de manutenção prolongada dos juros, beneficiando o dólar. O PPI, previsto para quinta-feira, também será relevante.

Vendas no Varejo – Sexta-feira, 14 de fevereiro (10:30, horário de Brasília): O consumo segue resiliente, apesar dos juros elevados e da inflação. No entanto, a fraqueza dos dados de dezembro levanta dúvidas sobre a sustentabilidade do consumo doméstico. Os balanços corporativos, sobretudo de grandes varejistas e empresas de tecnologia, devem fornecer mais pistas sobre a saúde do consumidor norte-americano.

Análise Técnica do Ouro

O ouro mantém-se em forte tendência de alta, renovando máximas sucessivas. No entanto, sinais de exaustão podem surgir. O Índice de Força Relativa (IFR) aponta para condições de sobrecompra em diversos períodos: diário: 77; semanal: acima de 70, com divergência negativa; mensal: acima de 79.

Esses níveis sugerem a possibilidade de um recuo ou, no mínimo, uma consolidação. Ainda assim, seria necessário um sinal claro de reversão para adotar uma postura mais cautelosa. A leitura de sobrecompra no IFR serve como alerta para os comprados.Análise técnica do ouro

Tecnicamente, o ouro rompeu a extensão de Fibonacci de 127,2% da correção ocorrida entre outubro e novembro, atingindo US$ 2.859. Se o rali continuar, o próximo alvo de alta é a extensão de 161,8%, localizada em US$ 2.946.

Do lado da baixa, o primeiro suporte está no nível recentemente rompido de US$ 2.880, seguido por US$ 2.850. Abaixo disso, a máxima de outubro em US$ 2.790 e a região entre US$ 2.710 e US$ 2.725 representam zonas importantes de suporte.

Apesar da forte tendência de alta, traders devem monitorar possíveis correções de curto prazo, considerando os níveis extremos do IFR e os fatores macroeconômicos em evolução.

Novas máximas: mais valorização ou correção à vista?

A postura de Trump em relação às tarifas comerciais sempre gerou incertezas, tanto em seu governo anterior quanto no atual. Suas ameaças tarifárias anteriores impactaram os mercados, levando investidores a buscar ativos de proteção, como o ouro.

Agora, sua nova proposta de tarifas sobre importações de aço e alumínio tem ampliado o apelo do ouro como refúgio. No entanto, com os mercados acionários ainda sustentados, há indícios de que os investidores enxergam essa retórica mais como uma estratégia de negociação do que uma ameaça real. Se houver sinais de que ele pode postergar ou suavizar as tarifas, o papel do ouro como proteção contra riscos comerciais pode ser reduzido.

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