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Panorama dos Principais Bancos Centrais em 2018: Poucas Surpresas São Esperadas

Publicado 11.01.2018, 03:14
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Do ponto de vista da política monetária, 2017 foi um ano em que os bancos centrais em todo o mundo mudaram, quase que de forma sincronizada, para se reorientar na política de "normalização", pelo menos de algum modo, jeito ou forma. Além disso, esperam—se algumas surpresas dos principais bancos centrais em 2018, à medida que as autoridades monetárias mantém o rumo, para garantir que nenhuma ondulação significativa seja criada. De um modo geral, os bancos centrais parecem se contentar em seguir lentamente a correnteza do rio, com poucos ajustes, se houver, para a trajetória da política prevista para o próximo ano.

Na verdade, quando se trata da possibilidade de uma súbita necessidade de puxar o leme, as maiores "ameaças" são que uma demonstração de crescimento econômico mais forte do que a esperada possa servir para finalmente impulsionar teimosa inflação fraca de volta no curso. O que pode, retrospectivamente, se tornar a lição mais difícil do mercado a partir de 2017, os bancos centrais fizeram todos os esforços para telegrafar suas mensagens com antecedência, alimentando a expectativa de que os "passageiros" possam esperar ser avisados com bastante antecedência de qualquer puxão no leme.

Com isso em mente, antecipamos para onde o Federal Reserve, o Banco Central Europeu (BCE), o Banco da Inglaterra (BoE) e o Banco do Japão (BoJ) provavelmente se encaminharão em 2018.

Federal Reserve: Mantendo o Curso

Com o encerramento do programa de estímulo em curso, a mudança do guarda do Federal Reserve — com Janet Yellen passando o bastão para Jerome Powell em fevereiro — pode significar pouco para a política monetária dos EUA em 2018.

Nas últimas projeções econômicas divulgadas em dezembro, o próprio Fed previu que haveria três aumentos de taxas em 2018 e, embora o presidente Donald Trump ainda tenha espaços para preencher no banco central dos EUA, é cada vez menos provável que haja pressão da Casa Branca.

Apesar das acusações de Trump sobre sua campanha em 2016 de que o Fed havia artificialmente criado uma bolha do mercado de ações, o presidente passou o primeiro ano no cargo repetidamente levando o crédito para os novos recordes em Wall Street, sugerindo que há pouco incentivo para que ele agora altere a trajetória do Fed.

Com os decisores políticos insistindo em um aperto gradual e condicionado aos dados em um ambiente no qual a inflação está se encaminhando lentamente em direção a meta de 2%, parece haver pouco espaço para a surpresa.

Na verdade, mesmo que o Fed finalmente tenha começado a cumprir suas próprias promessas — com o início da redução de seu programa de estímulos (Quantitative Easing) e pequenas altas nas taxas de juros — a principal mudança foi que as reuniões de políticas monetária se tornaram principalmente um sinal no radar.

As altas de juros foram bem telegrafadas em 2017, com o mercados precificando totalmente em movimento muito antes do próprio evento. Mais ainda, as ações parecem ter notado os ajustes de política com as ações americanas alcançando novos patamares constantemente.

As mudanças nas perspectivas "dovish" do Fed ainda estão longe de se encaminhar para um território "hawkish", mesmo que remotamente. 2018 parece estar se configurando como o ano passado: o Fed tentando "comunicar exageradamente" aos mercados aquilo que fará, com bastante antecedência.

A menos que o crescimento econômico se exceda com força suficiente para começar a empurrar os salários significativamente para cima com seu efeito de alta correspondente sobre a inflação — cuja ausência confundiu os formuladores de políticas apesar do desemprego americano estar quase no mínimo de 17 anos e provavelmente cairá ainda mais em 2018 — parece que o caminho do Fed com o aperto das políticas no ano que está começando permanecerá estável à medida que o curso for mantido.

Banco Central Europeu: Seguindo os Passos do Fed

O BCE parece estar deixando o Fed assumir a liderança e acompanhar com cautela. Em sua reunião de dezembro, a autoridade monetária da zona do euro confirmou os planos anunciados anteriormente para reduzir as compras de ativos mensais pela metade, para US$ 30 bilhões (US$ 36 bilhões) a partir de janeiro e ampliar essas compras para:

"... o final de setembro de 2018, ou além, se necessário, e, em qualquer caso, até que o Conselho do BCE veja uma correção sustentável no caminho da inflação, consistente com sua meta de inflação".

A posição do BCE segue os passos do Fed em termos de ser gradualmente "menos dovish". O presidente do BCE, Mario Draghi, insistiu para que as taxas de juros não se movam "por um longo período de tempo, e bem além do horizonte das nossas compras de ativos líquidos". Os mercados, de fato, não estão fixando preços em um movimento até, pelo menos, 2019.

Ao contrário de sua contraparte dos EUA, o BCE vem lutando contra os sinais de inflação muito fracos, apesar do forte crescimento liderado pela Alemanha. Esse crescimento está aumentando a especulação de que os membros hawkish do Conselho de Governadores começarão a se esforçar mais para o aperto das políticas em 2018.

Quer isso evolua ou não, não será diferente do caso do Fed, dependendo de se o forte crescimento econômico se traduzir em inflação salarial e aumentar os preços.

Banco da Inglaterra A Incerteza do Brexit Deixa o BoE no Limbo

O Banco da Inglaterra é um ponto fora da curva neste grupo de bancos centrais. Enquanto o BoE enfrenta um problema semelhante de baixo crescimento nos salários, é o único que viu a inflação geral subir e permanecer muito além da sua meta, colocando um forte aperto no custo de vida das famílias.

Embora o BoE eventualmente tenha desfeito o corte da taxa, implementada depois que o Reino Unido votou para deixar a União Europeia, seus políticos continuam relutantes em tomar novas medidas no aperto da política monetária devido, precisamente, à incerteza em torno das negociações do Brexit.

O Comitê de Política Monetária do Banco insistiu, em sua reunião de dezembro, que a inflação atingiu o pico em sua última leitura de 3,1%.

No momento, os mercados não esperam que o BoE eleve as taxas novamente até o final de 2018, quando adicionará mais 25 pontos base.

As ações futuras do BoE parecem em grande parte fora de seu controle, enquanto os decisores esperam ver se as negociações do Brexit progridem ou saiam completamente dos trilhos. Um resultado bem-sucedido, do ponto de vista econômico das negociações comerciais, poderia empurrar o BoE para uma postura mais hawkish em 2018, enquanto qualquer acordo desfavorável poderia ver o banco central britânico ser forçado a voltar a utilizar seu arsenal para apoiar a economia do Reino Unido, já perto o fim do crescimento entre os membros do G7.

Com o prazo final limite para que Brexit não chegando até março de 2019, e pensamentos de que pode haver um período de transição de até dois anos, 2018 deve passar no limbo para o BoE, embora com uma alta simbólica perto do final do ano.

Banco do Japão: Política Ultrafrouxa Deve Continuar

O BoJ dá mais um exemplo de "manter o curso" para 2018, já que a autoridade monetária japonesa não alterou a política monetária no ano passado. Em sua reunião de dezembro, o BoJ manteve sua meta de taxa de juros de curto prazo em menos 0,1% e o rendimento de títulos de 10 anos em torno de 0%.

O governador do BoJ, Haruhiko Kuroda, procurou deixar bem claro que a política ultrafrouxa continuaria até que pudesse recuperar a inflação e descartar as críticas de que o alívio prolongado poderia prejudicar o setor bancário do Japão.

"Nosso objetivo mais importante é atingir nossa meta de inflação de 2% o mais rápido possível", disse Kuroda na coletiva de imprensa após a decisão de dezembro. "Não aumentaremos as taxas de juros apenas porque a economia está melhorando".

Os analistas de mercado esperam que o BOJ mantenha as taxas de curto prazo e o objetivo de rendimento das obrigações de 10 anos inalterados pelo menos até o segundo semestre de 2019, enquanto a maioria dos economistas acredita que o banco central japonês não começará a reduzir seu estímulo até o final de 2018 ou depois.

Embora Kuroda tenha feito o seu melhor para tranquilizar os mercados de que o BoJ ficará atrás dos pares estrangeiros e estabeleceu o caminho do Japão para a política monetária de 2018 de forma imutável, ainda há algumas coisas que poderiam ser alteradas no sistema este ano.

Primeiro, o período de Kuroda no comando termina oficialmente em abril e qualquer mudança na direção poderia mudar as percepções do mercado. No entanto, com os sinais do forte apoio do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, parece que há poucas chances de que Kuroda não seja reeleito.

Em segundo lugar, e contra a tendência global na remoção da política acomodatícia, deve se notar que o membro do BoJ, Goushi Kataoka, divergiu pela terceira reunião consecutiva em dezembro, argumentando que a BOJ deve comprar títulos de vencimento longo para que os rendimentos de 10 anos não caiam ainda mais.

Juntamente com a insistência veemente de Kuroda com a necessidade de pelo menos manter uma política ultrafrouxa, as escolhas mais dovish de Katoaka poderiam — embora a probabilidade pareça remota — ser um entrave para o retorno do Japão à normalização.

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