Eike, Trump, Congresso e Fed no Panorama Semanal

Publicado 03.02.2017, 11:24
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Esta semana nos trouxe fevereiro e, com o novo mês, a sensação de que o ano vai “esquentar”. No Brasil, os destaques foram o início do ano legislativo, a continuidade da Lava-Jato e a prisão de Eike Batista. No exterior, despontaram mais polêmicas em torno de Donald Trump e a manutenção dos juros pelo Fed, o banco central americano.

No Congresso brasileiro, foram eleitos os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício de Oliveira. A avaliação do mercado é que, assim, as reformas propostas pelo governo terão um ambiente propício para seguirem adiante no Legislativo.

No Judiciário, Edson Facchin foi o sorteado para substituir o ministro Teori Zavascki como relator da Lava Jato no STF. E a ministra Cármen Lúcia homologou as delações da Odebrecht, mantendo o sigilo das mesmas.

Em outra frente, criaram-se expectativas quanto à prisão e possível delação de Eike Batista, envolvido em esquema de corrupção com o ex-governador do Rio Sergio Cabral.

E acabam de surgir dois novos ministérios, o dos Direitos Humanos e a Secretaria Geral. O primeiro será ocupado pela desembargadora aposentada Luislinda Valois. E a Secretaria Geral fica com o secretário-executivo do Programa Parcerias de Investimentos, Moreira Franco. Com status de ministros, ambos passam a ter foro privilegiado.

No exterior, o presidente americano, Donald Trump, enfrentou um aumento na rejeição a nomeações e medidas, como o recente veto a entrada de imigrantes e refugiados no país. Há, inclusive, ações na Justiça de estados contra essa decisão.

No cenário econômico, o Fed está cauteloso, e manteve, esta semana, a taxa de juros dos Estados Unidos. A sensação é que a autoridade monetária está aguardando decisões de Trump para avaliar o impacto dos incentivos fiscais no crescimento econômico e a consequente pressão inflacionária.

No Brasil, o IGP-M de janeiro acelerou para 0,64%. Considerando-se a inflação medida pelo IPCA, aumentaram as apostas de que a taxa ficará abaixo de 4,5% este ano, o que faria com que os juros brasileiros (Selic) fossem reduzidos de modo mais intenso ao longo de 2017.

Números relativos a 2016 também foram divulgados. Segundo a Pnad (IBGE), o total de desempregados cresceu 37%. A taxa está em 11,5%, recorde para a série de dados.

As contas públicas, por sua vez, registraram o maior déficit primário da história, de R$ 155 bilhões, ou 2,4% do PIB.

Já a produção industrial do ano passado teve recuo de 6,6%, a terceira queda anual seguida.

Em 2016, o desempenho do BNDES se mostrou o pior em 20 anos, com desembolsos de R$ 88 bilhões, uma queda de 35% ante 2015.

No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa fechou com desvalorização de 0,39%, influenciado pelo resultado do Bradesco (SA:BBDC4). O dólar fechou na menor cotação em cerca de três meses, a R$ 3,12, um recuo de 0,88% que reflete a decisão do Fed de manter os juros americanos.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.

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