Na última sexta-feira (7) foram divulgados os dados de payroll, revelando que a geração de empregos não agrícolas e empregos privados ficou abaixo das expectativas dos analistas, sendo o menor resultado desde 2022. Essa notícia é considerada positiva para o mercado acionário, indicando que a economia não está à beira de um colapso. Um mercado de trabalho menos apertado reduz a pressão sobre o Federal Reserve para aumentar significativamente as taxas de juros como forma de controlar a inflação.
No entanto, é importante notar que o ganho médio por hora trabalhada superou as previsões, indicando que os trabalhadores estão recebendo salários maiores do que o esperado. Isso gera pressões salariais crescentes, resultando em uma inflação salarial de aproximadamente 4,5% nos últimos 12 meses, que fica em harmonia com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de 3,5%.
Essa situação apresenta um desafio inflacionário nos Estados Unidos. Embora os dados de inflação mostrem uma desaceleração, as recentes informações sobre emprego aumentam o risco de a inflação permanecer acima da meta de 3% do Federal Reserve. Isso pode levar o Fed a aumentar as taxas de juros no final deste mês, levando os investidores a realizarem lucros no mercado acionário, após os ganhos do último mês, e a adotarem uma postura de proteção, ampliando a possibilidade de movimentos de baixa.
Quanto às ações, acredito que o mercado acionário americano esteja sobrevalorizado no curto prazo, especialmente as empresas do setor tecnológico. É possível que ocorra uma correção, levando o índice S&P 500 próximo à faixa de 4.000 a 4.200 pontos, que poderia ser um ponto de suporte significativo, especialmente durante a temporada de divulgação de balanços. Após essa correção, espera-se que o mercado retome a trajetória de alta.
Além disso, devemos considerar as condições inflacionárias na Zona do Euro, onde a alta inflação não resultou em uma redução nas margens de lucro das empresas, pelo contrário algumas até aumentaram, especialmente quando a demanda por bens e serviços superou a oferta. Ao mesmo tempo, os salários também aumentaram mais do que o esperado, o que pode intensificar ainda mais a inflação na Europa.
A presidente do BCE, Lagarde, afirmou que não ficará de braços cruzados e que, se necessário, a equipe de política monetária adotará medidas mais rígidas, incluindo o aumento das taxas de juros.