- Bitcoin se mantém acima de US$ 100.000, mesmo com volume fraco à vista, sustentado por forte fluxo em ETFs e suporte de longo prazo.
- Investidores aguardam a reunião do Fed em julho e um possível corte de juros em setembro como catalisadores para retomada do apetite por risco.
- Um rompimento acima de US$ 110.000 pode confirmar reversão de tendência; risco de baixa persiste na região de US$ 100.000.
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O bitcoin caminha para encerrar o segundo trimestre de 2025 com valorização próxima de 30%. Mesmo diante da incerteza nos mercados globais e das tensões geopolíticas, a criptomoeda mostrou resiliência após alcançar sua máxima histórica de US$ 111.980 em maio.
Nos últimos dois meses, o ativo tem oscilado entre US$ 100.000 e US$ 110.000, com volumes reduzidos tanto no mercado à vista quanto no de derivativos. A cautela dos investidores de varejo tem limitado o potencial de uma alta mais acentuada. Ainda assim, o saldo acumulado no ano é positivo, com ganho de 15%.
Volume baixo sugere acúmulo de longo prazo
Segundo dados da Glassnode, o volume de negociação à vista está em US$ 7,7 bilhões, patamar muito inferior ao observado nos ciclos de alta de 2021 e 2022. A ausência de fluxo relevante por parte dos investidores de varejo contrasta com a persistência dos detentores de longo prazo, que seguem acumulando. Hoje, cerca de 75% da oferta total de bitcoin está em carteiras com histórico mínimo ou inexistente de vendas, o que ajuda a conter pressões baixistas.
No mercado institucional, os ETFs de bitcoin à vista listados nos EUA captaram mais de US$ 2,9 bilhões líquidos nos últimos 13 pregões, com destaque para o iShares Bitcoin Trust ETF (NASDAQ:IBIT). Embora essas entradas não afetem imediatamente o mercado à vista, por ocorrerem em sua maioria via OTC e canais institucionais, o movimento reforça a confiança estrutural na tese de longo prazo.
A postura mais construtiva da SEC em relação a pedidos de ETF de outras criptomoedas, como Solana, XRP, Litecoin e Dogecoin, também pode sinalizar um novo ciclo de expansão do mercado cripto.
Mercado futuro sob observação
De acordo com dados da Deribit, está programado para 28 de junho o maior vencimento de opções de bitcoin do ano, com contratos totalizando US$ 15 bilhões. O nível de “máxima dor”, onde ocorre o maior prejuízo agregado, está em US$ 102.000. Apesar do volume expressivo, a volatilidade implícita recuou para abaixo de 38, o menor nível desde outubro de 2023, o que indica expectativa de estabilidade no curto prazo.
O interesse aberto também caiu 7% nos últimos dias, refletindo maior cautela. A relação put/call está em 0,73, apontando leve inclinação defensiva, mas sem indicar uma reversão abrupta. Após o vencimento, a volatilidade pode voltar a subir.
O que esperar no 3º trimestre?
Historicamente, o terceiro trimestre tende a ser menos favorável para o bitcoin, o que sugere continuidade do atual movimento de consolidação. Além disso, investidores acompanham atentamente a decisão de política monetária do Federal Reserve em julho, dado o peso das taxas de juros na precificação de ativos de risco.
No momento, o mercado precifica baixa probabilidade de corte em julho, mas estima chance próxima de 90% para uma redução em setembro. Caso se concretize, esse movimento pode elevar a volatilidade no fim do trimestre.
Um corte de juros pelo Fed tende a estimular o apetite por risco, ao sinalizar confiança na economia. Fatores adicionais, como aumento da liquidez global, especialmente da China, e enfraquecimento do dólar americano, também favorecem a demanda por ativos escassos como o bitcoin.
Ainda assim, o cenário não está isento de riscos. Apesar do alívio momentâneo trazido pelo cessar-fogo entre Israel e Irã, as atenções se voltam novamente às tensões comerciais. O presidente Trump tem sugerido a retomada de tarifas. Caso novas medidas sejam anunciadas após 9 de julho, a volatilidade pode aumentar. Um ambiente global mais avesso ao risco pode pesar sobre o preço da criptomoeda.
Embora a recente queda no índice do dólar represente um suporte indireto, a correlação entre bitcoin e dólar é historicamente fraca, ou seja, o enfraquecimento da moeda americana não garante valorização do ativo digital. Por outro lado, a alta das commodities e a melhora do cenário em países emergentes podem favorecer ativos de maior risco.
Atualmente, o bitcoin opera sobre suportes relevantes. O volume no mercado à vista segue fraco, mas as entradas consistentes em ETFs e o comportamento dos holders de longo prazo sustentam a base de preços. Para que um novo ciclo de alta ganhe força, será necessário o retorno da demanda por parte dos investidores individuais. Fatores como cortes de juros e avanços em negociações comerciais podem servir como gatilhos para esse movimento.
Perspectiva técnica para o Bitcoin
Na semana passada, o bitcoin chegou a perder brevemente o patamar de US$ 100.000, mas a melhora no ambiente geopolítico evitou uma correção mais profunda. Com isso, o ativo conseguiu preservar o suporte psicológico dos seis dígitos.
No início desta semana, houve reação de alta a partir das mínimas, embora o movimento tenha perdido força na zona de resistência dos US$ 106.000. Desde ontem, o preço tenta transformar essa região, especialmente os US$ 106.500, em novo suporte. Se esse nível se firmar, existe espaço para mais um avanço em direção às máximas recentes.
No gráfico, o bitcoin permanece dentro de um canal de baixa, caracterizado por topos e fundos descendentes nas últimas semanas. Um fechamento diário acima de US$ 110.000 romperia esse padrão, podendo sinalizar o início de uma nova tendência de alta.
Caso ocorra nova rejeição próxima à faixa superior do canal, a primeira zona de suporte a ser observada fica entre US$ 105.500 e US$ 106.500. Se esse intervalo não for sustentado, o ativo pode voltar a testar o patamar de US$ 100.000.
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