- Os preços do petróleo mantiveram estabilidade recentemente, enquanto os traders avaliam se o noticiário negativo já foi totalmente precificado.
- A Opep+ planeja elevar a produção em junho, em meio ao aumento da oferta global, o que limita o potencial de alta do petróleo.
- O adiamento das tarifas reduz as preocupações com a demanda, mas os temores relacionados à oferta continuam pressionando as cotações.
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Os preços do petróleo bruto mantiveram-se praticamente estáveis nas últimas duas semanas e meia, com os investidores adotando uma postura de cautela enquanto avaliam se o noticiário negativo já foi, em grande parte, precificado. A decisão de Donald Trump de suspender temporariamente a elevação das tarifas também reduziu, ainda que parcialmente, as preocupações relacionadas à demanda.
Diante desse cenário, parece que o pior da pressão vendedora já ficou para trás. Há espaço para algum movimento de recuperação no curto prazo. Contudo, o aumento da oferta global segue como um vetor de incerteza, o que tende a limitar qualquer avanço mais consistente dos preços no horizonte imediato.
O temor de excesso de oferta segue pressionando as cotações
A trajetória de queda observada nos últimos meses reflete, principalmente, o receio com relação ao excesso de oferta e à desaceleração no crescimento da demanda. Pelo lado da oferta, a Opep+ decidiu elevar a produção, com incremento de 411 mil barris por dia a partir de junho, acelerando a reversão dos cortes previamente implementados. Além disso, a indústria petrolífera dos Estados Unidos tem operado de forma mais eficiente, conseguindo elevar a produção mesmo com uma redução no número de poços e sondas ativas.
Diversos analistas projetam uma expansão adicional da oferta tanto por parte da Opep+ quanto de produtores fora do cartel nos próximos meses. Nesse contexto, torna-se desafiador adotar uma visão construtiva para o petróleo, mesmo considerando que boa parte desse cenário já tenha sido precificada.
E a demanda?
No lado da demanda, a decisão de Trump de adiar as tarifas sobre produtos da União Europeia e reduzir as tarifas aplicadas à China, com o objetivo de viabilizar um acordo comercial, trouxe alívio temporário. Após conversas realizadas no fim de semana com autoridades europeias, o presidente dos EUA prorrogou o prazo para negociações, postergando a aplicação de tarifas de 50% para além de julho, uma medida que, na sexta-feira anterior, havia provocado forte aversão ao risco nos mercados.
No mês passado, Trump reduziu as tarifas sobre produtos europeus para 10%, justamente para abrir espaço às negociações. Esse tom mais conciliador e a disposição para flexibilizar as tarifas impulsionaram uma recuperação relevante nas bolsas de valores, embora o petróleo, até aqui, tenha respondido pouco a esse movimento, reflexo da baixa elasticidade da demanda por petróleo e das preocupações persistentes com o aumento da oferta.
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Análise técnica do WTI e principais níveis no radar
Do ponto de vista técnico, o WTI já não apresenta uma configuração tão baixista quanto nos momentos em que as preocupações com oferta e demanda dominavam o cenário. Após registrar mínima de US$ 55,12 em abril, o contrato futuro testou novamente a região abaixo de US$ 56 no início de maio, antes de reagir.
Embora ainda não tenha formado um topo mais alto, condição necessária para validar um padrão de fundo duplo na região dos US$ 55, o comportamento dos preços ao longo de maio tem sido predominantemente altista. Para os compradores, será fundamental observar sinais técnicos mais robustos que confirmem, ao menos, a formação de um fundo de curto prazo.
A resistência mais relevante para o WTI se localiza na faixa entre US$ 63,64 e US$ 65,27. Essa região corresponde aos fundos registrados em maio de 2023 e setembro de 2024, que, após serem rompidos para baixo em abril deste ano, passaram a atuar como uma barreira relevante para avanços dos preços. Portanto, para que o WTI apresente um sinal claro de reversão, será necessário romper de forma consistente essa faixa de resistência. Enquanto isso não ocorrer, qualquer movimento altista no curto prazo deverá ser interpretado como uma correção dentro de uma tendência de baixa predominante.
No lado do suporte, o WTI encontra sustentação na faixa entre US$ 60,00 e US$ 60,30, região testada e respeitada nas sessões de sexta e segunda-feira. Abaixo desse patamar, os próximos suportes estão localizados em US$ 58,00 e, posteriormente, na mínima recente próxima de US$ 56,00.
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