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Pico da Inflação nos EUA? Espere, Não Responda Ainda!

Publicado 14.06.2022, 09:17

Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com

E por aqui, nos EUA, todos nós acreditávamos que o IPC havia atingido um pico local. O mercado interbancário, antes do relatório de sexta-feira, já estava negociando o IPC futuro em níveis que reforçavam a ideia de que o pico ainda não havia sido tocado, mas poucos imaginavam o que poderia acontecer em seguida. O índice de preços ao consumidor geral saiu na sexta-feira a 8,6%, superando o número de março, que foi bastante comemorado.

Obviamente, grande parte do ímpeto do novo pico veio de uma alta persistente nos preços da gasolina, que continuaram subindo sem parar após uma breve pausa provocada pela liberação das Reservas Estratégicas de Petróleo, realizada pelo governo Biden. Cabe notar que o governo anunciou, na sexta-feira, que enviou consultas à indústria indagando como poderia ajudar a aumentar a produção nas refinarias. O mercado de gasolina caiu imediatamente, o que mostra que muitos investidores não percebem o fato de que a construção de uma nova refinaria é uma decisão que leva uma década, o que vem sendo feito nos EUA desde 1972. O petróleo também recuou logo em seguida, mostrando que muitos investidores não percebem que a produtividade das refinarias aumentaria a demanda de petróleo bruto. Ou pode ser ainda que todas essas negociações tenham sido feitas por robôs estúpidos interpretando a notícia como baixista para o mercado.

Média dos preços diários da gasolina nos EUA

Mas o núcleo do IPC também veio acima das expectativas. Ficou abaixo do pico anterior, o que demonstra que nem tudo tem a ver com a gasolina.

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Depois de bases comparativas difíceis em maio e junho de 2021, o núcleo do IPC enfrenta comparações mais fáceis em julho, agosto e setembro. Portanto, é provável que vejamos outro pico no núcleo do IPC. Além disso, medidas mais baixas/melhores, como a Mediana do IPC, continuam acelerando. E as pressões de preço não estão retrocedendo.

Mediana do IPC M/M 2020-2022

Os dados mostraram uma continuação das tendências recentes: o aumento da inflação de moradia e a ampliação geral dos índices de preço, portanto estão infectando a maioria das cestas de consumo. Em outras palavras, todos estamos ficando mais pobres.

A boa notícia é que os salários estão acelerando e refletindo, pelo menos em parte, alguns dos aumentos dos custos de vida. A disparada dos preços de energia e alimentos não está sendo repassada, mas ao menos uma parte da mediana da inflação está sendo transmitida para os salários. Bem, isso é bom no curto prazo, caso você seja uma das pessoas que estão recebendo aumentos, mas o fato é que isso reforça o ciclo de alta.

No gráfico seguinte, a linha pontilhada refere-se ao rastreador de crescimento de salários do Fed de Atlanta, e a linha branca é a mediana do IPC.

IPC dos salários urbanos vs Mediana do IPC 2016-2022

Agora, naturalmente, quando a recessão chegar e houver um maior número de mão de obra disponível, será mais difícil para os trabalhadores acompanharem as pressões de preços. E, evidentemente, estamos à beira de uma recessão.

Sim, o desemprego está baixo, e a economia ainda está crescendo. Mas seria realmente incrível se a alta do petróleo – que dobrou de preços – e dos juros não desencadeasse uma recessão. Tanto um como outro têm a fama de causar contrações econômicas, e não sei de nenhum caso em que a alta de ambos não tenha provocado uma recessão.

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Lembre-se, porém, que a recessão não é a cura da inflação. Basta ver o que aconteceu nos anos 1970 nos EUA. O banco central deve contrair a oferta monetária para que isso aconteça. E, pela primeira vez desde o advento das práticas modernas dos bancos centrais, o Fed está tentando reduzir a inflação alterando os juros, sem restringir as reservas.

Este não parece ser o momento adequado para tal experimento, mas, quando você não tem a mínima ideia do que está fazendo, todo dia é um experimento.

Dando um passo atrás...

Teses conspiratórias sobre a inflação apontam que o governo americano fez uma mudança significativa no cálculo do IPC no início dos anos 1980 e que, por isso, a inflação é realmente muito mais alta do que o governo alega. Trata-se de um absurdo, mas é verdade que a Secretaria de Estatísticas do Trabalho alterou o IPC ao longo dos anos e fez uma grande mudança no início dos anos 80.

Essas mudanças foram, em geral, melhorias, e a mudança de 1983 no tratamento de Habitação Ocupada pelo Proprietário corrigiu alguns problemas importantes com o IPC. O mais notável é que, antes da mudança, os juros das hipotecas eram considerados um componente importante dos custos de moradia. Mas a habitação é tanto um investimento quanto um bem de consumo, de modo que incluir o custo de financiamento para adquirir o ativo era inadequado... Não para por aí: isso significava que, quando o Fed fizesse um aperto, o IPC subiria mecanicamente (porque incluía taxas de juros!) e quando o Fed fizesse uma flexibilização, o IPC cairia mecanicamente.

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Sabemos disso, obviamente, desde a década de 1970, e a correção do método em 1983 foi o resultado de um processo público de pesquisa e análise de uma década (não uma mudança feita em uma sala escura pelos Illuminati, como alguns querem que você acredite). Mas isso significa que a inflação atual não é diretamente comparável à registrada no final dos anos 70 e início dos anos 80.

Em um artigo brilhante publicado na semana passada, Marijn Bolhuis, Judd Cramer e Larry Summers aplicaram a metodologia em retrospectiva para ver onde o índice estaria na última crise inflacionária, se as metodologias fossem iguais.

É um artigo fácil que merece a leitura. O resultado foi o seguinte:

  • A inflação nos anos 1980 não foi tão elevada quanto pensávamos naquela época.
  • Infelizmente, isso significa que estamos muito mais perto das máximas do que acreditávamos, comprando os dois momentos do IPC.
  • Além disso, a inflação atual deve ser mais aderente, porque uma parte maior da cesta de consumo está composta por itens aderentes, como moradia, e menos por itens flexíveis, como alimentos e vestuário.

O resultado foi que os juros terão que subir mais do que o mercado espera atualmente e do que o próprio Fed afirmou que seria necessário, já que seu gráfico de projeções registrava pico em torno de 2,75%. E precisarão ser mantidos por período maior. Essa é uma notícia ruim para as ações e os títulos, na medida em que nenhum ainda está incorporando um resultado tão ruim. E, evidentemente, é uma notícia ruim para todos nós.

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Todo esse episódio inflacionário se parece com aqueles velhos comerciais americanos, em que você achava que já tinha ouvido tudo, mas aí vem Ron Popeil e diz: “Não responda ainda! Dê uma olhada no que mais você ganha!”. Bem, tudo indica que continuaremos tendo surpresas. E provavelmente não precisaremos esperar de 6 a 8 semanas pela entrega.

***

Michael Ashton, às vezes conhecido como The Inflation Guy (O Cara da Inflação), é diretor executivo da Enduring Investments, LLC. Ele é um dos pioneiros nos mercados de inflação, com expertise em defender o patrimônio contra os ataques da inflação, sobre a qual discute em seu podcast bimestral Cents and Sensibility.

Últimos comentários

Logo o mercado cansa de cair e volta a subir .
é... agora acredito no Bitcoin abaixo dos 20k....
Pois é, mas no início da tal "crise sanitária" o nove dedos e o imbecil do atual prefeito de Salvador sugeriram a impressão de 💸.
O que causou essa inflamação galopante no planeta foi a emissão de 💸 pelos governos sem o devido lastro em riqueza real. Os ianques exageraram na dose e agora a conta chegou. Aqui também teve emissão, mas em uma escala muito menor. Como já estamos vacinados contra a inflação o banco central começo u a subir os juros bem antes. Por isso a inflação aqui será controlada antes.....
Manda os sabotadores do Brasil irem para lá fazerem invasões e pedirem o "fora, João Bidê" (peça sanitária francesa).
Os americanos elegem um BANANA como presidente e esperam o que? Eu acho que é pouco!
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