Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
- Preços das commodities agrícolas estão subindo
- Proteína animal está em tendência de alta
- Carne suína tem melhor desempenho que a bovina
- Novas máximas recordes pela frente no mercado de suínos
- ETN COW rastreia os preços de mercado
O índice de preços ao consumidor nos EUA mostrou que a inflação subiu 7,9% em fevereiro, nível mais alto em mais de quatro décadas. Os preços dos alimentos e da energia explodiram desde as mínimas da pandemia no início de 2020.
No auge da pandemia, os preços do boi e do suíno divergiram da realidade. Enquanto os contratos futuros do bezerro e do boi gordo atingiram seus níveis mais baixos desde 2009 e 2010, o suíno magro se saiu ainda pior, com uma desvalorização que não era vista desde 2002. Apesar de os preços ao produtor terem afundado, os consumidores não se beneficiaram, na medida em que os preços no supermercado dispararam, por conta das restrições impostas pelo vírus aos frigoríficos, gerando escassez e limites de compras.
Os preços do boi gordo e do suíno desenvolvem tendência de alta desde as mínimas de 2020. À medida que o mercado se aproxima da estação de pico de consumo de 2022 na América do Norte, a carne suína está se saindo melhor que a bovina, mas ambos os mercados futuros estão em alta.
Preços das commodities agrícolas estão subindo
Os preços das commodities agrícolas estão subindo, com avanços de preços em 2021 e no 1º tri de 2022. Os preços de grãos subiram 29,71% no ano passado e se valorizaram 18,89% no 1º tri de 2022. Os produtos do campo subiram 31,57% em 2021 e continuaram avançando nos três primeiros meses deste ano, com uma alta de 6,58%.
Os preços mais altos dos grãos e alimentos afetam nossas contas de supermercado, bem como os custos dos insumos da pecuária. Produtores e processadores de proteína animal viram seus custos aumentarem devido aos preços mais altos no campo. Além disso, os preços mais altos de energia passaram a pressionar os custos de produção. O grupo de energia subiu 54,13% em 2021 e mais 34,88% no 1º tri. As despesas com mão de obra, equipamentos e insumos dispararam, provocando a alta dos custos de produção de carne suína e bovina. Os preços de mercado precisam acompanhar os custos com insumos para que a produção seja econômica.
Proteína animal está em tendência de alta
A tendência é sempre sua melhor amiga nos mercados porque reflete o sentimento dos seus participantes. Nas carnes, as tendências continuam sendo de alta no início de abril de 2022, já que o pico da temporada de consumo na América do Norte começa no final de maio e vai até o início de setembro.
Fonte: CQG
O gráfico semanal do boi gordo futuro destaca o padrão de máximas e mínimas ascendentes.
Fonte: CQG
O gráfico semanal do bezerro reflete o viés de alta do mercado de carne bovina desde a mínima de abril de 2020.
Fonte: CQG
Os preços futuros do suíno magro também estão em tendência de alta desde a pandemia de 2020, responsável por fazê-los atingir seu menor patamar no atacado desde 2002.
Carne suína tem melhor desempenho que a bovina
No 1º tri de 2022, o boi gordo e o bezerro futuro registraram queda. Depois de subir 21,45% em 2021, o boi gordo futuro caiu 0,23% no primeiro trimestre de 2022. Já o bezerro futuro se valorizou 20,10% no ano passado e recuou 3,28% nos três primeiros meses de 2022.
O suíno magro subiu 15,94% em 2021 e continuou se valorizando no 1º tri de 2022, com uma alta de 24,88%. A alta da inflação gera mais custos aos consumidores a cada mês com produtos e serviços, e os compradores são consumidores inteligentes, optando por produtos menos caros, a fim de compensar as despesas. A carne suína pode ter disparado mais do que a bovina no 1º tri de 2022, mas continua mais barata por libra-peso, fazendo com que se encaixe melhor no orçamento das famílias.
Novas máximas recordes no mercado de suínos pela frente
O contrato mensal do suíno magro para junho ressalta um rali constante nos últimos meses.
Fonte: CQG
O gráfico diário mostra a ação altista dos preços responsável por fazer os preços do suíno magro atingirem a máxima de US$1,27325 por libra-peso em 31 de março, antes de corrigirem abaixo do nível de US$1,15.
Fonte: CQG
O gráfico anual remonta a 1971 e ilustra a máxima histórica no mercado futuro do suíno magro a US$1.33875 por libra-peso em 2014. Com a aproximação da temporada de pico de consumo de 2022, é possível que vejamos um teste da máxima recorde.
ETN COW rastreia os preços de mercado
A rota mais direta para uma posição de risco no mercado de carnes é via contratos futuros e opções negociados na Bolsa Mercantil de Chicago. O fundo iPath® Series B Bloomberg Livestock Subindex Total Return (NYSE:COW) oferece uma alternativa para quem deseja participar dos mercados de bovinos e suínos sem se aventurar na arena altamente volátil e alavancada dos contratos futuros.
A US$38,33 por cota em 6 de abril, o COW tinha US$28,294 milhões em ativos sob gestão. O ETF negocia em média 13.372 cotas por dia e cobra uma taxa de administração de 0,45%. O resumo do fundo diz que ele fornece exposição ao índice que leva seu mesmo nome.
Fonte: Barchart
O grupo de preços do boi gordo, bezerro e suíno magro subiu 7,12% no 1º tri de 2022.
Fonte: Barchart
Já o COW saiu de US$37,67, em 31 de dezembro de 2021, para US$39,80 por cota, em 31 de março de 2022, uma valorização de 5,7%.
A temporada de pico de consumo de 2022 começa no fim de maio na América do Norte. Os produtores de proteína animal estão entregando vacas e porcos às plantas de processamento para atender à demanda da alta temporada. Os preços mais altos da ração provavelmente farão com que os valores das carcaças diminuam em comparação com os anos anteriores, criando escassez de oferta e preços mais altos.
Estou otimista com os preços da carne bovina e suína para os próximos meses. As tendências no mercado futuro de bovinos e suínos são de alta, e espero que continuem subindo nas próximas semanas e meses. À medida que a carne suína fica mais cara, os consumidores devem voltar a consumir mais carne bovina, fazendo com que os preços continuem subindo.