Planejou? Imposto.
Investiu com inteligência fiscal? Imposto.
Montou carteira previdenciária sólida? Imposto.
Se você achou que, ao seguir as regras e estruturar sua vida financeira com prudência e visão de longo prazo, estaria imune a surpresas… o novo pacote de alterações no IOF veio para provar o contrário. Vejo uma mensagem clara: o Estado não quer apenas arrecadar mais — ele quer arrecadar de quem fez o dever de casa.
A partir de agora, contribuições mensais acima de R$ 50 mil em planos VGBL terão tributação adicional de 5%. Não é sobre bilionários. É sobre profissionais liberais, empreendedores e investidores que se planejaram para não depender do INSS.
E não para aí: a nova estrutura de IOF também encarece o crédito para pequenas empresas. Quem gera renda, emprego e faz o Brasil girar agora vai pagar mais para manter o próprio caixa.
Tudo isso embalado no rótulo de “harmonização fiscal”.
Na prática? Um aviso: se você prospera com eficiência, o Estado vem atrás da sua margem.
O impacto real nos instrumentos de planejamento
1. Previdência privada (VGBL) sob pressão
VGBLs sempre foram usados de forma legal, estratégica e inteligente para garantir proteção patrimonial com eficiência tributária. Agora, quem usa esse instrumento com consistência se torna alvo. Em vez de premiar o comportamento previdente, o governo decide puni-lo.
2. Empresas e profissionais autônomos com caixa mais caro
O aumento do IOF encarece o capital de giro, especialmente para pequenos negócios. Isso reduz competitividade, freia expansão e desincentiva a formalização. Um movimento oposto ao que o país precisa para crescer.
3. Internacionalização do patrimônio também encarece
Remessas ao exterior, uso de cartões internacionais e compra de moeda estrangeira passam a ter alíquota unificada de 3,5%. A justificativa é “isonomia”. Mas o efeito prático me parece muito claro: penalizar quem busca diversificação e autonomia patrimonial.
O que sugiro fazer agora
-
Reveja seus aportes em VGBL: fracionar contribuições ou combinar instrumentos pode ser mais eficiente.
-
Simule impactos fiscais: planejar o efeito de cada nova alíquota é essencial para preservar rentabilidade.
-
Reforce a diversificação: FIIs e Fundos de Infra, previdência multimercado, proteções internacionais — a autonomia continua possível, mas exige mais estratégia.
-
Buscar orientação independente: quem não quiser navegar às cegas precisa de um plano claro, livre de conflito de interesse e alinhado com a nova realidade fiscal.
Conclusão
O planejamento financeiro sempre foi o caminho mais seguro para quem quer liberdade. Agora, virou também o mais visado. Na minha visão, o recado do Estado é direto: ou você depende dele, ou será cobrado por não depender.
Mas quem estuda, planeja e investe com estratégia, ainda tem como jogar o jogo — mesmo quando mudam as regras no meio da partida. A diferença entre ser punido e ser protegido está em ter um plano de verdade.