Petróleo dispara após sanções dos EUA contra gigantes petrolíferas russas
Estamos vivendo um momento de forte otimismo global. O mundo inteiro opera dentro de uma verdadeira bolha positiva diante da perspectiva de novos cortes de juros nos Estados Unidos, incluindo o corte já programado para o próximo dia 29. Esse movimento provoca uma grande migração de capital da renda fixa norte-americana para as bolsas de valores ao redor do planeta.
Um dos países que mais se beneficia desse cenário é o Brasil, principalmente pelo nosso elevado diferencial de juros e pelo interesse estrangeiro em capturar oportunidades em nossa bolsa. Não por acaso, o Ibovespa volta a se aproximar das máximas históricas, embalado por esse fluxo otimista.
Enquanto essa bolha de confiança permanecer inflada, fatos negativos como o risco de shutdown nos Estados Unidos, a pressão tarifária de Donald Trump, tensões no Oriente Médio ou até mesmo o risco fiscal brasileiro não têm sido suficientes para interromper a tendência de alta das bolsas globais.
No entanto, existem pontos no horizonte capazes de mudar essa dinâmica. Nesta sexta-feira, o Brasil divulga uma prévia da inflação, mas o grande destaque será nos Estados Unidos, onde o mesmo instituto que havia suspendido o Payroll prometeu publicar o CPI, o índice oficial de inflação norte-americana. Caso esse indicador venha mais forte e acima das expectativas, o mercado pode sentir um choque imediato, desencadeando correções nas bolsas mundiais.
Embora o corte do dia 29 seja praticamente unânime, o foco dos investidores já está no que vem depois. Um CPI mais elevado pode levar o mercado a precificar uma interrupção no ciclo de cortes, principalmente diante de incertezas adicionais como tarifas, risco de shutdown e demais ruídos políticos e econômicos nos Estados Unidos.
Além disso, há outro ponto importante: depois que os cortes finalmente se concretizam, muitas vezes as bolsas deixam de subir e realizam lucros. É o famoso comportamento do mercado conhecido como “subiu no boato e caiu no fato”. E estamos cada vez mais perto desse fato.
Por outro lado, no Brasil, tivemos a notícia recente de queda no preço da gasolina após a forte desvalorização do petróleo no mercado internacional. Isso melhora a perspectiva de inflação interna e tende a aumentar a pressão para que o Banco Central acelere o corte de juros, o que pode reforçar ainda mais o desempenho da bolsa local.
A grande questão agora é: será que 2026 pode chegar com o melhor dos mundos, juros em queda e inflação controlada globalmente? Esse seria o cenário dos sonhos para qualquer investidor.
Até lá, seguimos acompanhando o próximo capítulo dessa novela de otimismo internacional.