Por que o mercado está comprando a derrota da Dilma?
Se a eleição presidencial fosse hoje, a presidente Dilma Rousseff enfrentaria o eleitorado mais hostil desde quando tomou posse, em janeiro de 2011. Tanto os 35% que avaliam o governo o Dilma negativamente (segundo o Ibope) quanto os 28% que desaprovam a gestão da petista (segundo o Datafolha) representam os maiores percentuais de reprovação calculados pelos institutos desde o início do mandato. Sob tal nível de rejeição, independentemente de alta ou baixa dos principais candidatos de oposição, é improvável uma vitória de Dilma no primeiro turno. Aliás, no quesito intenção de voto, o Ibope trouxe a pior das dinâmicas à presidente. Ela caiu de 40% para 38%, enquanto Aécio Neves (22%) e Eduardo Campos (13%) subiram. Parece haver espaço para ascensão da oposição, porém é preciso convencer os brasileiros de que há uma alternativa para melhora do país. E ninguém sabe ao certo (nem tem como saber) qual será a repercussão de vitória ou derrota do Brasil na Copa em uma população ávida por "mudanças”.
Não há conotação partidária
Como falar da rotina do mercado de capitais brasileiro sem entrar no mérito da corrida eleitoral?
Embora muitos tenham afirmado lá atrás que o rali eleitoral da Bolsa estava esgotado, ele segue como principal (e talvez único) gatilho relevante para os ativos brasileiros.
Portanto, sim, tenho de falar novamente sobre os impactos das eleições sobre os mercados. E, não, não há conotação partidária alguma nisso, apenas constatação baseada em fatos reais, reações já apuradas pelo mercado. Antes da primeira pesquisa eleitoral e do consequente rali das ações de estatais, o Ibovespa vinha de queda de 15,5% em 2013 e acumulava desvalorização de mais 10% em 2014. Antes do controle (ou, “administração) mais ferrenho do câmbio, o real caia copiosamente ante o dólar, chegando a bater nos R$ 2,50.
PS: comecei com essa ressalva com o objetivo de evitar a - já habitual - enxurrada de emails de militantes partidários... como se fosse possível.
Voando no rali
Neste ambiente de rali eleitoral, nosso book de ações vem subindo forte, contribuindo para a boa performance da Carteira Empiricus na semana passada e em junho de modo geral.
Lembrando que a Carteira Empiricus não se concentra exclusivamente na recomendação de ações... Nosso compromisso é ganhar dinheiro e bater o custo de oportunidade.
Para dar um tempero extra ao portfólio, na atualização mais recente incluímos a sugestão a uma opção sobre Petrobras, de forma a aproveitar ao máximo toda essa volatilidade eleitoral, para cima ou para baixo.
Por trás do emprego
Nesta quarta-feira, a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, do IBGE, mostrou que, após dois meses de alta, o total de pessoal empregado na indústria caiu tanto na comparação com abril (-0,3%) quanto em relação a abril do ano passado (-2,2%). Em um cenário de estagnação, combinando inflação elevada (no teto da meta) com crescimento baixo (na casa de 2% na melhor das hipóteses, e com juros a 11%), os dados de emprego despontam com um dos poucos argumentos em favor da situação. Mas analisar este dado por si só recai no problema de pequena amostra.
A grande questão é que mesmo o nível de desemprego, em níveis historicamente baixos (a 6,9%), embora povoe as manchetes não chega a ser um dado a se comemorar se olharmos com um pouco mais de cuidado. Pego emprestado argumento recente (e brilhante) de Alexandre Schwartsman, para o fechamento do primeiro trimestre. A População em Idade Ativa cresce entre 1% e 1,5% ao ano (1,3% no trimestre em questão), enquanto a geração líquida de empregos foi próxima a zero. Ou seja, só há redução da taxa de desemprego porque parcela da população simplesmente desistiu do mercado de trabalho - lembrete da definição: só conta como desempregado o sujeito que está procurando um emprego.
Em resumo, atribuir o pleno emprego à competência da gestão da política econômica é covardia ou desonestidade. E dá-lhe Fim do Brasil.
Bolão
Como nos veremos apenas na sexta-feira, uma vez que os mercados estarão fechados amanhã para a estreia do Brasil na Copa, e aproveitando que os ativos financeiros seguem premissas de aleatoridade tais como o futebol, aproveito para deixar aqui a minha aposta para o jogo de amanhã:
Brasil 3 x Croácia 1
Hulk (2), Jô e Olic
Quem acertar o resultado levará de graça um relatório da Empiricus na sexta-feira.
Apostas aqui, até 12h de amanhã.
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.