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Posição do Fed sobre Inflação Gera Mais Dúvidas no Espectro Econômico

Publicado 28.06.2021, 09:17

Publicado originalmente em inglês em 28/06/2021

Alguém além de Larry Summers está chamando o novo plano do Federal Reserve para a inflação de “perigoso”. Agora são dois economistas britânicos.

Escrevendo para o OMFIF na semana passada, suas análises sobre a atual política monetária do banco central americano tinham o título: “O perigoso experimento do Fed”. Tim Congdon, um monetarista assumido, é presidente do Instituto de Pesquisa Monetária Internacional da Universidade de Buckingham, cujo diretor é o coautor Juan Castañeda. Eles alertam que a “explosão” na expansão monetária pode suscitar uma considerável alta da inflação.

“Mas a maioria dos economistas – de universidades e departamentos de pesquisa de bancos centrais – ignora o dinheiro em suas análises de inflação”, dizem os autores

“Em vez disso, eles utilizam novos modelos keynesianos, em que a tendência inflacionária é ditada pelas expectativas de inflação e pela mudança da inflação pelo hiato do produto.”

Os autores associam essa abordagem a um seminal artigo escrito em 1999 com a coautoria de Richard Clarida, economista da Universidade de Columbia, que agora é vice-presidente do Fed. Seguindo a abordagem do novo keynesianismo, Clarida está entre aqueles que se mostram satisfeitos com expectativas inflacionárias brandas, conforme expressas nos diferenciais de rendimentos de títulos públicos e nos níveis de emprego abaixo do pico pré-pandemia, indicando um hiato de produto negativo.

Fed ainda prega inflação “transitória”, mas políticos e economistas suspeitam

“Mas os novos keynesianos têm dificuldade para explicar a alta da inflação que já ocorreu e podem estar sendo indevidamente complacentes ao acreditar que as pressões altistas nos preços em breve se evaporarão”, dizem Congdon e Castañeda.

O presidente do Fed, Jerome Powell, entretanto, pregou o evangelho do banco central americano em seu depoimento ao subcomitê da câmara para a crise do coronavírus, na semana passada. Ele reiterou o posicionamento do Fed de que a recente alta da inflação se devia aos preços deprimidos no ano passado, bem como a “efeitos transitórios na oferta”.

Ao ser questionado, Powell reconheceu que “esses efeitos eram maiores do que esperávamos". Um número cada vez maior de céticos se questiona a respeito do que acontecerá se a inflação continuar acima do previsto pelas autoridades.

“Julgamos que a inflação ao consumidor nos EUA ficará entre 5% e 10% por vários meses”, escrevem os monetaristas britânicos. “Além disso, para que as taxas de inflação voltem para perto de 2%, o Fed deverá interromper as compras de ativos e moderar o ritmo anual de crescimento monetário para 5% ou menos”.

Mas tal aperto monetário parece estar fora de cogitação. Apesar de toda a aclamada independência do Fed, Powell e seus colegas do Comitê Federal de Mercado Aberto claramente não estão imunes a influências políticas.

A parlamentar nova-iorquina Carolyn Maloney não mediu esforços, na semana passada, para alertar o Fed, após projeções econômicas mostrarem que os membros do Fomc haviam antecipado o cronograma de elevações de juros.

“O Fed deveria ser muito cauteloso ao acionar os freios da economia”, disse Maloney, ex-presidente da Comissão Mista de Economia, em uma entrevista ao Financial Times.

“O principal ponto que gostaria de ressaltar é que estamos saindo de uma depressão econômica. Por isso, a última coisa de que precisamos é que o Fed faça um aperto monetário rápido demais e nos faça voltar para uma recessão”.

Seria de se questionar se a projeção de um aumento de juros em 2023 realmente constituiria um aperto monetário, mas os políticos parecem dispostos a manter as autoridades do Fed na linha para que não se desviem da crença geral prevalecente.

O chefe do Fed de Nova York, John Williams, único diretor de um banco regional a ter voto permanente no Fomc, procurou assegurar aos investidores que a mensagem de Washington estava sendo ouvida.

“Está claro que a economia vem melhorando em ritmo acelerado, e a perspectiva de médio prazo é muito boa", declarou Williams durante um evento virtual para a Coalizão de Bancos de Porte Médio da América. “Porém, nem os dados nem as condições progrediram o suficiente para que o Fomc mude sua política monetária de forte suporte à recuperação econômica”.

Mas Nouriel Roubini, economista da Universidade de Nova York famoso por suas previsões pessimistas, mostra-se muito menos convicto. A mudança de ênfase do Fed para emprego e igualdade, implicando maior tolerância com a inflação, atará suas mãos quando as pressões de preços acabarem se tornando muito mais persistentes do que o esperado, afirmou.

“Vamos acabar com uma inflação alta e uma espiral salários-preços com o tempo”, afirmou Roubini ao Yahoo Finance Live.

“E o Fed não pode fazer um aperto, porque existe muita dívida no sistema; se eles tentarem fazer isso cedo demais, o sistema irá colapsar. Por isso estão em uma armadilha da dívida. Estão em dominância fiscal”.

Roubini corretamente alertou, em 2006, que um colapso nos preços dos imóveis residenciais geraria uma recessão prolongada, além de ter feito uma série de previsões precisas ao alertar, em fevereiro de 2020, que os mercados estavam sendo complacentes demais com o coronavírus.

Esse novo keynesianismo está na extremidade oposta do espectro econômico dos monetaristas britânicos, mas ele compartilha do medo de que a inflação voltou e não irá embora tão cedo.

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