Caros Leitores !
No último dia 25 participamos do Fórum Soja Brasil em Toledo, região Oeste do Paraná, promovido pelo Canal Rural, o qual foi um grande sucesso.
Com o intuito de levar aos produtores rurais informações sobre o mercado de milho, na viagem até Toledo, nos deparamos com uma enormidade de milho safrinha ainda a ser colhido e a consequência disto se resume numa pressão ainda mais baixista para o cereal.
Sabe-se que a região Oeste do Paraná é a maior produtora de milho safrinha do estado, mas, com as baixas temperaturas da última semana, a preocupação era que as fortes geadas pudessem atingir alguma área ainda em fase de maturação, contudo, o que observamos é que essas áreas foram pontuais e de pouca relevância face a enormidade de área plantada.
Assim sendo, as máquinas já estão a campo realizando as colheitas e o mais importante é que a umidade neste momento gira em torno de 18 a 20% e os mapas climáticos mostram céu limpo para os próximos 15 dias, favorecendo o forte avanço na colheita.
Com relação ao mercado o Brasil, deve colher uma safrinha superior a 45 milhões de toneladas o que, acrescidos ao verão, deve-se chegar a 80 milhões de toneladas, números impressionantes e que deixam as cotações abaixo do preço mínimo que, no Paraná, está em R$= 17,46 a saca de 60 kg. Com uma super-safra de milho é interessante olhar alguns pontos que podem servir de consolo neste momento.
> O Brasil exportou no primeiro semestre 8,40 mi/ton. Muito superior aos anos anteriores, em se tratando de primeiro semestre.
> Temos uma demanda muito grande por trigo no mercado Internacional principalmente pela China.
> Desvalorização do real frente ao dólar, o que deixa nossos produtos mais atrativos.
> Uma safra americana ainda indefinida.
Porém temos de olhar também fatores que podem ser extremamente baixista para o milho nos próximos meses.
> Clima mais favorável e temperatura amena no meio Oeste Americano, que podem trazer uma safra superior a 330,00 mi/ton.
> Questões de logísticas que podem fazer o frete subir consideravelmente.
> A ponta compradora cada vez menos interessada em participar do mercado.
> Estoque de passagem deve ficar em 19 mi/ton.
Diante de fatores onde alguns são apenas perspectivas, vamos ficar com o que temos de realidade: uma super-safrinha que pode derrubar ainda mais os preços no mercado doméstico.
Bons Negócios a todos
Márcio Genciano