O mercado continua pressionado. Porém, o ritmo e a intensidade das reduções de preços diminuíram. Em alguns estados, o que se percebe é que diminuiu o espaço para impor novas referências, menores que as atuais.
A oferta limitada, mesmo com a melhora das últimas semanas, se soma à resistência dos pecuaristas em aceitar negócios nos preços menores para entregar a boiada, e reduz o viés de baixa.
O diferencial de base se ampliou nos últimos dias. Isso é um bom indicador de limitação das baixas no curto prazo nas demais praças.
Em Barretos, desde a segunda quinzena de abril, os preços da arroba recuaram R$2,00. No norte de Minas Gerais caiu R$8,00, em Goiânia R$4,00 e no Sudeste do Mato Grosso, R$3,50.
É claro que o espaço para quedas varia a cada estado analisado. Em alguns deles as ofertas de boiadas terminadas no pasto é maior e a seca já dura mais tempo.
A margem das indústrias segue pressionada. As unidades que fazem a desossa não saem da faixa de 15,0% desde fevereiro. O Equivalente Scot Carcaça entrega margens de 8,8%, sem agregar os demais custos, como energia elétrica, frete, e mão-de-obra, por exemplo.
O consumo, não evoluiu, nem mesmo no começo do mês.
Movimento de baixa de preços é interrompido no atacado de carne bovina sem osso
No atacado de carne bovina os preços ficaram estáveis na semana passada. Cenário raro em 2016.
Há tempos que o comportamento de baixa não era interrompido. Em abril, em todas as semanas, os preços da carne bovina caíram.
O efeito de Dia das Mães, que normalmente resulta em valorização no atacado e varejo, em função da melhora nas vendas, conseguiu, no máximo, interromper o comportamento baixista.
Porém, o viés do mercado segue sendo de baixa. Os cortes de traseiro registraram alta de 0,15%, comportamento também incomum em 2016. Foram poucas as semanas em que os produtos de maior valor agregado ficaram mais caros.
Dessa vez, o dianteiro, que limitava as desvalorizações no mercado atacadista de carne bovina este ano, teve seus preços diminuídos em 0,7%.
Seguimos chamando atenção para as margens das indústrias, que persistem entre cinco e seis pontos percentuais abaixo da média histórica desde fevereiro.