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Queda de 20% da Visa É Oportunidade de Compra?

Publicado 24.11.2021, 10:42
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A gigante do setor de pagamentos Visa (NYSE:V) (SA:VISA34) enfrenta um ciclo de baixa desde meados do ano. Suas ações, depois de atingirem a máxima recorde na primeira quinzena de julho, caíram mais de 21%, não conseguindo se aproveitar do poderoso rali impulsionado pela reabertura econômica.

Visa semanal

Esse momento de baixa, no entanto, não é exclusivo da Visa. Outras empresas de pagamentos também estão sob pressão. O índice Bloomberg Digital Payments tocou seu nível mais baixo desde dezembro ontem.

O maior obstáculo para essas empresas é a disparada dos casos de coronavírus, principalmente na Europa. É um evento que pode atrasar ainda mais os gastos no exterior. A chanceler alemã Angela Merkel disse que a última disparada nas infecções por Covid-19 é a pior já registrada na Alemanha até o momento e pediu a aplicação de restrições mais severas, a fim de conter a disseminação.

As novas infecções atingiram níveis recordes, e alguns países, como a República Tcheca e a Grécia, passaram a tomar medidas drásticas contra pessoas não vacinadas, já que os serviços de saúde estão no seu limite. A Áustria impôs um lockdown nacional na última segunda-feira.

Embora os gastos no exterior com cartões Visa tenham saltado 38% em seu mais recente balanço, a companhia alertou que os fechamentos generalizados de fronteiras ainda ameaçam a recuperação dos negócios.

As viagens internacionais não devem alcançar os níveis pré-pandemia até o verão de 2023, afirmou Vasant Prabhu, diretor-geral financeiro, a analistas no mês passado. Clientes fora dos EUA respondem por mais de 50% da receita da Visa.

Segundo Prabhu:

“Variantes da Covid ainda estão entre nós, e as taxas de vacinação continuam baixas em grandes partes do mundo. Com esses fatores como pano de fundo, ainda é difícil prever a trajetória do retorno à normalidade”.

Disputa com a Amazon

Outro obstáculo para o crescimento da Visa é a disputa da companhia com a Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34). A gigante do comércio eletrônico disse, na semana passada, que não aceitaria mais compras feitas com cartões da Visa no Reino Unido a partir do ano que vem, numa tentativa de forçar a empresa a reduzir suas taxas. Em Singapura e na Austrália, a Austrália já impôs uma cobrança extra para quem usar os cartões da Visa.

Além disso, a operadora de cartões entrou na mira de órgãos reguladores por causa de suas possíveis práticas monopolistas. No início deste ano, reportagens indicaram que o DoJ, Departamento de Justiça dos EUA, estava investigando a Visa por causa de acusações de que a empresa estaria limitando a capacidade dos comerciantes de rotear as transações de cartão de débito, a fim de restringir as chamadas “tarifas de rede”

O Wall Street Journal noticiou, no mês passado, que o DoJ ampliou sua investigação anticoncorrencial para analisar a relação da Visa com empresas de tecnologia financeira, especificamente no que tange a incentivos de pagamento oferecidos a Square (NYSE:SQ) e PayPal (NASDAQ:PYPL).

Esses ventos contrários certamente mostram que as ações da Visa continuarão sob pressão por algum tempo. Mas essa fraqueza, de acordo com alguns analistas, é uma oportunidade de compra. Dos 38 analistas pesquisados pelo Investing.com, 36 classificam o papel como “acima da média”, com preço-alvo consensual 37% acima da cotação atual.

Visa - consenso de mercado (Investing.com)

A Visa já enfrentou ameaças similares antes, porém de maior magnitude. Nos EUA, por exemplo, lojas do Walmart (NYSE:WMT) (SA:WALM34) e Kroger (NYSE:KR) (SA:K1RC34), duas poderosas redes varejistas, solucionaram seus impasses com a gigante dos pagamentos envolvendo taxas.

Outro atrativo das ações da Visa é o fato de que, à medida que a pandemia é contida e as pessoas retomam seus gastos normais, pode ser que a empresa volte a elevar em dois dígitos seus dividendos.

Embora seus proventos gerem um retorno abaixo da média, a Visa aumenta seus pagamentos anuais há 12 anos consecutivos e tem muito caixa para continuar fazendo elevações confortavelmente. Somente nos últimos três anos, os dividendos da Visa subiram quase 80%. Nos últimos cinco, a ação gerou retornos de 146% no total.

Conclusão

As ações da Visa estão sob pressão ultimamente por uma variedade de razões. Mas esses ventos contrários são temporários, em nossa visão, e oferecem uma oportunidade de compra da ação que tem um impressionante histórico de crescimento e geração de renda.

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