Garanta 40% de desconto
💰 Tenha ideias profissionais de carteiras de investidores superbilionários no InvestingProCopiar carteira

Reações Contraditórias no Câmbio Evidenciam Sinais de Interferência

Publicado 31.10.2014, 09:16

O momento suscita muitas dúvidas sobre nomes e ideias programáticas na área macroeconômica com o objetivo de resgatar o Brasil do contexto negativo com o qual convive atualmente e que tem propensão à piora no curto prazo.

Então, o que pesaria mais na formação do preço da moeda americana no nosso mercado?

A decisão do COPOM elevando o juro SELIC de 11,00% para 11,25% buscando neutralizar o impacto inflacionário da alta recente de 10% no preço da moeda americana, trazendo na margem um apelo maior aos investidores especuladores estrangeiros para fluírem suas aplicações para o Brasil, ou, o tom menos “dovish” contido no comunicado do FED americano divulgado logo após o fim de sua reunião de quarta-feira?

O Brasil é ainda uma incógnita ao não ter definido nomes para o primeiro escalão e as linhas principais das novas diretrizes de gestão da economia pelo governo reeleito, e, assim não criou novas expectativas ante sua situação atual de dificílima reversão de seus indicadores econômicos que precisará passar necessariamente por um ajuste fiscal fortíssimo, num ambiente de economia estagnada pouco contributiva em termos de arrecadação para a formação do necessário superávit primário.

Embora muito destacada e especulada a eventual escolha do Ministro da Fazenda, entendemos que neste momento o Brasil precisa menos de “estrelas” e mais de coesão entre os membros do “staff” que juntamente com a Presidenta assumirá a gestão.

A nova estratégia de recuperação e realinhamento para o crescimento terá que considerar que o incentivo ao consumo com base no crédito é um modelo exaurido e que teve relevância enquanto havia uma demanda fortemente reprimida nas classes mais baixas de renda no país.

Agora, será necessário foco absoluto nos investimentos, não levados à sério como fundamentais para o crescimento até o presente, havendo ideias e proposições, mas pouca conversão em fatos concretos, prevalecendo sempre como ação prioritária o incentivo ao consumo financiado, modelo que desde 2010 passou a não revelar resultados e tornou expressivamente cadente o crescimento do país.

Por outro lado, a política fiscal deve objetivar resultados não com aumentos de impostos, o Brasil já é considerado pelo investidor estrangeiro um país caro, o que também inibe a utilização do aumento de juro para conter inflação ou mesmo utilizar a apreciação induzida do preço da moeda americana, exigindo agora que a fonte do aumento de resultado do superávit fiscal deva ser, necessariamente, o corte nos gastos de governo de forma efetiva.

Há uma cultura prevalecente no país que só se combate inflação com elevação do juro, pouco se aventando a necessidade de contenção de gastos como fator de contração das pressões inflacionárias. O mercado financeiro “orquestra” a ideia da elevação do juro e o governo ficam satisfeitos porque não ocorre uma pressão forte para conter os gastos, em especial os de má qualidade.

O Brasil tem que ter foco prioritário na reconquista da credibilidade e atratividade, sabendo que isto não será alcançado sem contrapartida prévia, e este fato tende a retardar os investimentos externos no país, ainda mais se houver, como usual, muitos condicionantes burocráticos.

Será contra esta eventual resistência externa que o país precisa envidar esforços de curtíssimo prazo visto que necessita de forte volume de investimentos de forma imediata.

O quadro atual é tão desfavorável que coloca o país rigorosamente sob o risco do “downgrade”, por isso urge que haja ação imediata e rigor na gestão da política fiscal. Esta seria uma ocorrência desastrosa para o Brasil.

Então, não há fundamento crível na apreciação do real neste momento, ficando claramente a impressão de que está havendo interferência objetivando esta ocorrência que acaba por passar uma imagem errática a respeito da situação do país no setor externo.

A elevação de 0,25% na taxa de juro num ambiente incerto quanto a inflação efetiva sabidamente maior do que a divulgada dado o represamento de preços administrados é absolutamente insignificante para reestimular a estruturação de operações de “carry trade” para fazer fluir investimentos especulativos no Brasil.

A propensão atual é de que recursos especulativos ainda tendam a sair do país e não a ingressar, até que haja clareza sobre novas diretrizes que possam ser estabelecidas pelo governo reeleito.

Todavia é possível admitir-se que o aumento da taxa SELIC focou evitar que o governo feche o ano com o IPCA acima do teto da meta, já que a alta de 10% no preço do dólar num curto espaço de tempo teve seus impactos. A alta de 0,25% na SELIC é bastante discreta e com baixa capacidade de inibir a pressão inflacionária, em especial no curtíssimo prazo como é necessário, então forçar a apreciação do real se insere dentro da estratégia de obter repercussões rápidas na contenção e redução da inflação.

Evidentemente, a decisão do COPOM tem menor impacto do que o sinal deixado pelo FOMC americano e rapidamente sensibilizado pelo mercado financeiro americano, e a tendência seria natural de alta do dólar e baixa da Bovespa aqui no Brasil, o que deixa clara a interferência pontual.

O sinal do FOMC encurta a perspectiva de que possa, após o término do QE3 definido na quarta feira, ocorrer a elevação do juro pelo FED, e isto certamente retirará recursos dos países emergentes, entre os quais o Brasil, e esta expectativa, a rigor, deveria provocar a apreciação do preço da moeda americana e a queda da Bovespa.

O movimento que se observa no preço do dólar no momento está absolutamente assimétrico frente à realidade brasileira.

A tendência do preço da moeda americana é e será por um longo tempo de apreciação frente ao real, até que o governo consiga demonstrar resultados concretos de uma nova política macroeconômica que se espera, com inflação efetivamente controlada e superávit fiscal convincente.

Os fluxos de recursos para o Brasil não virão atraídos por boas intenções, mas por resultados concretos, pois a credibilidade do país está fortemente atingida.

Este movimento atual absolutamente irreal e excessivo de depreciação do dólar no nosso mercado de câmbio tende a provocar maior volatilidade à frente quando buscar a tendência identificada com a realidade e fundamentos.

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.