Hoje deve ir a plenário a reforma do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ), que garante volatilidade no dólar e incertezas no cenário fiscal brasileiro. Quanto ao perigo do Bolsa Família, o ministro da Economia Paulo Guedes falou que não romperá o teto de gastos, mas que quem decidirá o valor é o presidente e ainda completou que, sem regras para os precatórios, o governo vai parar e ninguém do setor público vai receber salário. Já o secretário do Tesouro afirmou que a PEC possui muitas vulnerabilidades e riscos quanto à possibilidade de furar o teto.
A inflação em alta trará um decréscimo no consumo nos supermercados, mas a equipe econômica prevê que o numero de desempregados vai cair no final de 2021. Vamos ver...
O problema é que a renda disponível do cidadão brasileiro (o que sobra de fato após gastos com serviços essenciais) vai cair em torno de 5,1% em 2021 se comparada com 2020.
O crédito para microempresas na pandemia caiu 6,6%.
Na celeuma das brigas entre os poderes, o Senado sinaliza veto às coligações que foram aprovadas semana passada pela Câmara dos Deputados em primeiro turno.
Indicadores
A economia chinesa está desacelerando devido aos lockdowns em reação aos surtos localizados de Covid-19 em todo o país. Isso também está atingindo os preços do petróleo. Os dados de produção industrial e vendas no varejo de julho foram menores do que o esperado. O crescimento da produção desacelerou de 8,3% em junho para 6,4%, sua taxa mais lenta desde setembro do ano passado. Enquanto isso, o crescimento das vendas no varejo desacelerou de 12,1% para 8,5%, sua taxa mais lenta em seis meses.
Nos EUA, uma reportagem do Wall Street Journal alega que o Federal Reserve (FEd) está pensando em encerrar suas compras de ativos até meados do próximo ano. Isso seria bem mais rápido do que a flexibilização em 2013, quando começou a apertar a política após a Grande Recessão. Até a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, conhecida por ser mais flexível nesse aspecto, afirma que o banco central americano pode começar a reduzir suas compras de ativos antes do fim do ano.
Vamos de dados do boletim focus que saiu ontem: previsão de aumento da taxa Selic neste ano foi de 7,25% para 7,50%. As estimativas para a inflação do final deste ano subiram para 7,05%, contra 6,88% na semana anterior, a 18ª alta seguida. Quanto ao IPCA de 2022, as estimativas foram elevadas para 3,90%, de 3,84%, enquanto para 2023 ficaram em 3,25%%. Os economistas rebaixaram as estimativas para a alta do PIB no fim do ano, com avanço projetado de 5,28% contra 5,30% na última semana e 5,27% há quatro semanas. Para 2022, a estimativa de expansão foi diminuída para 2,04%. Para 2023 e 2024, permaneceu em 2,5%. Em relação ao dólar, as apostas foram mantidas em R$ 5,10, ante R$ 5,05 há quatro semanas.
Com muitas incertezas no cenário, principalmente político financeiro, o Brasil, que seria a “bola da vez” para o investidor devido à taxa de juros, perde a atratividade mediante o risco fiscal e conturbado ambiente de embates políticos. Uma pena para o real.
Para hoje de dados PIB anual e trimestral na Europa, nos EUA vendas do varejo e produção industrial de julho e anual, além do mais importante: o discurso do presidente do Fed Jerome Powell.
A recuperação desigual entre as economias mundiais devido à velocidade da vacinação e tensões políticas domestica, além é claro da inflação internamente, e do tapering nos EUA, preocupa os investidores, e não só os lá de fora. Acrescente a isso uma eleição ano que vem e está formado o pano de fundo para um dólar mais forte. A crise no Afeganistão contribui para a fuga de ativos de risco.
Bom dia mercado e muita cautela nesta hora!