O relatório Focus do Banco Central (BC) divulgado ontem, dia 29 de agosto, apresentou previsões de encolhimento do PIB sendo a primeira vez que o Brasil terá dois anos seguidos com queda no nível de atividade econômica. Já a previsão para o índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano aumentou em 7,34% em relação à 7,31% divulgado na semana passada.
De acordo com o documento, a projeção para a economia se expandiu, saindo de -3,20% para -3,16%. Houve acréscimo de 0,8% em relação à projeção das últimas 4 semanas cuja a perspectiva estava em -3,24%. Em relação a 2017, houve aumento da mediana das previsões do mercado, saindo de 1,20% e crescendo para 1,23%.
O levantamento mostra que o mercado financeiro aumentou a previsão de menor encolhimento do nível de atividade da economia brasileira até o final do ano, além de uma expansão de crescimento no ano que vem. Até o fim do ano de 2016, a estimativa é que a taxa de juros, que atualmente está em 14,25%, diminua pra 13,75% ao ano. Os juros, por sua vez, atingiram o seu mais alto nível em 10 anos. Para o ano de 2017 a previsão aumentou, de 11% para 11,25% ao ano.
Acompanhando as expectativas do ano, as estimativas que o mercado financeiro realizou para a inflação obtiveram crescimento, passando de 5,12% para 5,14%. Para 2017 a meta é de 4,5%, e para isso o Banco Central informou que procura "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016, trazendo então a taxa para até 6,5%.
No que tange às projeções para os preços administrados de 2016, houve crescimento do indicador, que saiu de 6,10% para 6,20%. De acordo com o relatório, essa estimativa rompeu um decrescimento de 5 semanas seguidas.
Foram feitas também projeções de queda no câmbio, indicando que ao final do ano a moeda estará em R$3,29. Enquanto para 2017 a média se manteve estável em R$ 3,45, enquanto o câmbio médio está cotado em R$ 3,38, apresentando decréscimo em relação ao relatório anterior.
No que diz respeito à taxa Selic, houve um crescimento de 0,3% do indicador. O nível verificado esta semana, de 14,19%, conseguiu romper o patamar de 14,16% de semana passada. Já o patamar de 2017 indicou alta em 11,94% ao ano. Podemos comparar as taxas médias projetadas agora com as do mês passado, que estavam em, respectivamente, 14,13% e 11,78%.
O Relatório Focus também apresentou constância em relação as projeções do mercado financeiro para a balança comercial do país. No que tange o superávit, a estimativa se manteve a mesma entre as semanas: US$ 50,00 bilhões. Há um mês a mediana estava em US$ 51,10 bilhões. Em 2017 estima-se uma mediana de US$ 49,81 bilhões, superando os US$ 48,40 bilhões da semana passada.
Em relação à conta corrente, o déficit previsto se mantém em US$ 15 bilhões, pela décima edição consecutiva. Para 2017, houve considerável aumento na previsão, que subiu para o montante de US$ 23 bilhões, sendo que a estimativa passada estava delimitada em US$ 20 bilhões.