Novembro registrou uma leve retração de 0,2% no volume de vendas no comparativo mensal sazonalmente ajustado, enquanto o comparativo anual trouxe uma alta de 2,9%, segundo o Índice do Varejo Stone (NASDAQ:STNE) (IVS) Esses resultados, apesar de mostrarem uma desaceleração após forte alta mensal de outubro,apontam para a estabilidade do varejo brasileiro, inclusive com volumes de vendas acumulados superiores aos registrados no mesmo período de 2023.
Entre os oito segmentos analisados, cinco apresentaram alta mensal nas vendas em novembro, reforçando a leitura de estabilidade nos resultados.Um destaque positivo fica por conta das vendas físicas do setor de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo que tiveram alta de 3,5%, revertendo dois meses seguidos de queda mensal para o setor.
A análise regional também ajuda a compreender melhor a situação de estabilidade do varejo: apenas duas unidades federativas apresentaram queda sendo que, no Piauí, a retração registrada foi de apenas 1%. Entre as principais altas se destacam, mais uma vez, os resultados de Roraima (10,3%) e Amazonas (9,2%). Além das altas robustas em novembro, esses estados vêm acumulando resultados positivos ao longo do ano e figuram entre as principais altas pelo terceiro mês consecutivo.
Um ponto de atenção esse mês foi o resultado no comparativo entre o mundo físico e o digital. O comércio digital registrou uma queda de 8,8% segundo o IVS, enquanto o comércio físico apresentou uma alta de 1,7%.
No varejo digital, o resultado negativo reflete movimentos muito contrastantes entre os diferentes segmentos de venda. Enquanto Artigos Farmacêuticos teve alta de 6,5%, Móveis e Eletrodomésticos e Produtos Alimentícios registraram quedas de 13% e 13,7%, respectivamente. Assim, o resultado final do índice digital reverte dois meses seguidos de alta.
Para o futuro, as projeções ainda são incertas. Isso pode ser visto pelo contraste entre os últimos resultados do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) e do Índice de Confiança Empresarial (ICE), ambos do FGV/IBRE. Enquanto o ICC atingiu em novembro o seu maior nível desde abril de 2014, o ICE teve um leve recuo no mesmo mês.
O mesmo contraste também é visto nas métricas macroeconômicas sobre renda e crédito, que impactam fortemente o resultado do comércio varejista. Por um lado, a taxa de desemprego segue em trajetória de queda, reforçando uma alta da massa salarial, o que estimula as vendas no varejo, especialmente em segmentos com bens mais sensíveis à renda.
Por outro lado, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), decidiu-se pela elevação da taxa básica de juros da economia para 11,25%, o que pode impactar negativamente a concessão de crédito e a inadimplência, afetando, portanto, as vendas em segmentos mais dependentes do crédito.