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Resultados da Qualcomm no 4T precisam mostrar avanços após uma sucessão de falhas

Publicado 07.11.2018, 06:04
Atualizado 02.09.2020, 03:05
QCOM
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AAPL
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AVGO
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NXPI
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SOX
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* Os resultados serão divulgados na quarta-feira, 7 de novembro, após o fechamento do mercado
* Expectativa de receita: US$ 5,53 B
* Lucro por Ação (LPA): US$ 0,82

A Qualcomm (NASDAQ:QCOM), uma das maiores fabricantes de chips do mundo, tem estado na defensiva há quase cinco anos, depois que uma série de falhas — algumas bastante recentes — vem pressionado as ações da companhia. Isso torna os resultados da empresa para o 4T2018, que serão divulgados hoje, ainda mais cruciais. É hora de a Qualcomm finalmente mostrar que é capaz de atingir suas metas financeiras.

Somente no ano passado, a Qualcomm cometeu diversos equívocos, a começar pela tentativa de aquisição hostil da rival Broadcom (NASDAQ:AVGO) no valor de US$ 120 bilhões. Essa ação foi bloqueada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, em março.

Para piorar ainda mais os erros da companhia em 2018: em julho, a empresa fez esforços frustrados para adquirir a NXP Semiconductors (NASDAQ:NXPI) ao valor de US$ 44 bilhões, uma vez que as autoridades chinesas se recusaram a aprovar a transação.

Além disso, a Qualcomm até agora não conseguiu resolver sua longa disputa envolvendo patentes com as gigantes mundiais de smartphones Apple Inc. (NASDAQ:AAPL) e Huawei Technology Co Ltd. Depois de esgotar todas as suas opções de crescimento, não resta muita coisa para impulsionar um sentimento de alta para as ações da Qualcomm.

QCOM Semanal 2015-2018

De fato, o desempenho das ações da companhia tem deixado muito a desejar nos últimos cinco anos, ficando de fora de grande parte da rali que impulsionou as ações dos seus concorrentes. Embora o Índice de Semicondutores da Filadélfia, referência na indústria, tenha saltado 141% nos últimos cinco anos, as ações da Qualcomm caíram 12% no mesmo período, fechando a US$ 63,63 na terça-feira.

Perdendo espaço na Apple, desaceleração da demanda

Não vemos uma rápida reversão no destino das ações da Qualcomm pela frente. A companhia está perdendo negócios da Apple, uma das maiores fabricantes de smartphones do planeta, já que ambas as empresas continuam envolvidas em uma prolongada batalha jurídica. O diretor financeiro da Qualcomm, George Davis, declarou em julho que a Apple provavelmente não usará os modems para celulares da companhia na próxima geração de iPhones, e a Qualcomm não iria incluir nenhuma receita proveniente da Apple em suas previsões.

Outro desafio para a Qualcomm, bem como para outros produtores de semicondutores em geral, é que houve um pico de demanda de chips no ciclo atual, com desaceleração nas vendas de smartphones e queda contínua no mercado de criptomoedas. O desaquecimento em toda a indústria provavelmente não despertará o interesse dos investidores, mesmo que a Qualcomm supere as expectativas quando divulgar seus resultados para o quarto trimestre na quarta-feira.

No longo prazo, a companhia é um player importante na próxima geração da tecnologia sem fio, popularmente conhecida como 5G. Mas há pouca clareza quanto ao momento em que a companhia iniciará as entregas e quanto tempo levará para que o segmento 5G contribua significativamente para as receitas da Qualcomm, algo que a empresa precisa urgentemente para se diversificar rapidamente.

O consenso dos analistas é que a fabricante de semicondutores de San Diego, Califórnia, sofra uma queda de 11% no lucro por ação em relação ao ano passado, para US$ 0,82. A expectativa de vendas caiu 7%, para US$ 5,53 bilhões.

As metas financeiras da Qualcomm incluem um forte aumento no lucro por ação. A companhia trabalha com cifras de US$ 6,75 a US$ 7,50 no ano fiscal de 2019, em comparação com US$ 4,28 no ano fiscal de 2017, último ano em que divulgou seu relatório. Acreditamos que esses números são muito ambiciosos, a menos que a empresa resolva suas disputas de licenciamento e descubra maneiras de diversificar sua receita.

Resumo

Apesar da perspectiva de demanda fraca e continuidade das disputas jurídicas, não vemos uma queda acentuada nas ações da Qualcomm. Após o fracasso da sua negociação com a NXP, a companhia lançou um grande programa de recompra de ações de US$ 30 bilhões para compensar os investidores. O aumento das recompras e o atraente dividend yield de 4% da Qualcomm darão suporte às ações, embora provavelmente continuem nos níveis atuais.

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