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Ridículo, Desagradável

Publicado 06.10.2014, 21:58
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Há relação?

A votação surpreendente do primeiro turno - que resgatou a esperança dos oposicionistas e contestou o cenário indicado pelas pesquisas - tem efeito fulminante sobre os mercados.

O pregão emblemático desta segunda-feira confirma o prognóstico que traçamos aqui no M5M no final da semana passada:

Não descartem a possibilidade real de um repique de curto prazo nos mercados. Quanto esse repique vai durar? Aí são outros quinhentos…

Se bem que, para alguns, a disparada das estatais, a alta de 5% da Bolsa e a recuperação de quase 3% do real em relação ao dólar podem não ter relação com as urnas...

Lembrando que, na semana passada, o ministro Mantega alertou que as eleições respondem a apenas “uma pequena parte da flutuação” atual dos mercados, que oscilam, na verdade, por conta da “crise externa”.

Por sua vez, a presidente Dilma afirmou que "é ridículo ligar a queda da Bolsa às pesquisas". "Acho desagradável ligar uma coisa à outra".

O fim do Fim do Brasil?

Bom, partindo do pressuposto que há sim alguma relação entre política e economia e política e mercados, o que uma eventual vitória de Aécio Neves representaria?

Apesar das contestações do governo, a esta altura do campeonato parece incontestável que traria imediata valorização de ativos de risco, apreciação da moeda e queda dos juros longos.

Mas, apesar da retomada de confiança, ele seria capaz de promover uma recuperação econômica destacada para 2015?

Na nossa opinião, não.

Ainda haverá uma crise, há preços represados e as contas públicas se deterioraram rapidamente. Um ajuste severo é inevitável e as mazelas da política econômica atual praticamente impõem um 2015 de baixo crescimento e inflação elevada.

Será fatalmente um ano ruim, com redução da liquidez internacional com a efetiva retirada dos estímulos nos EUA, commodities em queda, Selic alta e ajuste fiscal.

Uma crise ainda maior

Isso, tocado de maneira correta, seria condição sine qua non para termos - enfim - um ano bom, em 2016.

O cenário contrário, de confirmação da reeleição de Dilma, por sua vez, traria crise muito maior. Estamos falando de trocar um verdadeiro colapso econômico no horizonte tangível por uma crise moderada em 2015.

Isso, pois não acompanharia o mesmo sentimento de confiança dos mercados em uma mudança. Fica mais difícil apostar as fichas na condução de uma mudança na política econômica quando sequer há um reconhecimento dos erros da política atual - se não temos o diagnóstico correto, como podemos prescrever um prognóstico?

Reforçando o ponto, temos declarações recorrentes da situação de que a política econômica atual será levada “até as últimas consequências”.

Ou, dobrariam a mão na aposta, que já se provou equivocada.

A prova real

Em meio à euforia eleitoral dos mercados, o relatório Focus, tradicional indicador das segundas-feiras, passa despercebido.

Não aqui...

O relatório revisou ainda mais para baixo a projeção de crescimento para a economia brasileira em 2014, a décima nona semana seguida de redução na aposta.

Agora, o mercado trabalha com crescimento de 0,24% da economia este ano e de 1% para 2015 (também revisada para baixo).Enquanto isso, a projeção para o IPCA subiu a 6,32%.

É o mais do menos do Focus pela ótica do mercado em relação às consequências da política atual. Uma constante de mais inflação e menos crescimento.

A ação da vol, e as ações do dólar

Quem também se destaca é a “ação da volatilidade”, que chamamos atenção no final da semana anterior. BVMF3 tem uma das principais altas do dia, valorização 10% no momento que escrevo.

Ao que tudo indica, o volume de negociações na Bolsa brasileira hoje promete entrar para a história. BVMF agradece.

Outra questão interessante é a assimetria favorável demonstrada pelas ações dolarizadas. SuzanoFibriaEmbraer têm subido forte com a retomada do dólar, e hoje demonstram grande reiliência ao repique no mercado de câmbio.

  1. Quanto esse repique vai durar? Aí são outros quinhentos…

Volte à segunda tira deste M5M. Apesar dos elementos pontuais e de fluxo, o dólar elevado segue com todo o respaldo dos fundamentos.

Mais uma distorção

O IFIX, índice que reflete o desempenho dos fundos imobiliários, acumula oito meses seguidos de valorização.

O motivo?

Sua relação com a taxa Selic. No caso, com o fato de a Selic ter estacionado.

Como os fundos imobiliários pagam um rendimento aos cotistas, costumam ter o seu custo de oportunidade equiparado às taxas de juros.

Enquanto isso, sem quase ninguém perceber, os fundamentos desse mercado vão se deteriorando. O mercado de imóveis vai se desaquecendo, a vacância dos imóveis (especialmente comerciais) vai aumentando. O diferencial aqui é saber o que já se ajustou ao novo cenário negativo - e, portanto, deve se recuperar - e o que está caro.

Hoje divulgamos a nossa carteira com os melhores Fundos Imobiliários. Sim, dá para se proteger e ganhar com a iminente correção de mais essa distorção.

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