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Risco Político no Ar

Publicado 22.07.2021, 08:50
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Em resumo

Nos EUA, no mundo desenvolvido, os mercados resolveram se apoiar na tese de que a retomada da economia acontece, mesmo com as incertezas sobre a nova variante Delta. Acham que o ritmo de vacinação acelerando deve neutralizar, em grande parte, este risco. Por isso, nos mercados quarta-feira confirmou o dia anterior, em mais uma alta consistente nas bolsas de valores, anulando as perdas de segunda-feira. Contribuiu também, no Congresso americano, o avanço das negociações em torno do pacote de apoio à infraestrutura. No Brasil, não se pode ser tão otimista, até porque o Centrão vem “loteando”, cada vez mais, um governo já acuado e desgastado politicamente. 

Loteamento do governo

De novidade o anúncio de que o presidente resolveu realizar mais uma reforma ministerial, meio que no susto, recriando o ministério do Trabalho (na verdade, “do Emprego e da Previdência”) e esvaziando um pouco mais o ministro Paulo Guedes. Tudo isso para “acomodar” o senador Ciro Nogueira, do PP, na Casa Civil, deslocando Luiz Eduardo Ramos para a Secretaria Geral e também Onyx Lorenzoni para o novo ministério. Ganha ainda mais força o Centrão, já na “ante-sala” do presidente, responsável por toda sua agenda política. Lembremos que lá já está a deputada Flavia Arruda, Secretaria Geral da Presidência, também importante na “articulação política”. 

Pelo jeito, o governo presidencialista de Jair Bolsonaro vai, cada vez mais, se parecer com um governo parlamentarista, refém do Congresso, com o Centrão dando as cartas nas articulações e na agenda política. 

O receio aqui é recairmos na tentação do aumento de gastos eleitoreiros, visando 2022. 

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Esta “reorganização ministerial”, este “freio de arrumação”, acabou inevitável depois do desgaste pela decisão do Congresso, com apoio da bancada governista no indecente aumento do fundão eleitoral a R$ 5,7 bilhões. Bolsonaro disse que iria vetar, o que, claro, acabou gerando mal estar entre os políticos mais fisiológicos do Congresso, destaque para as esquerdas, os fisiológicos e o Centrão.

Na saída da área do trabalho da esfera de Paulo Guedes, a necessidade de “turbinar” o emprego, diante do universo de 14 milhões de desempregados no País. Políticas eleitoreiras até 2022 acabarão inevitáveis.

Como fica Paulo Guedes? Sai enfraquecido? Com certeza. Pelo “andar da carruagem”, com o próximo ministério a ser criado, também deve sair de uma “costela” do ministério da Economia de Paulo Guedes. Já se comenta, há algum tempo, sobre a necessidade da recriação do ministério do Planejamento ou da Indústria e Comércio. Mas se ele não reclama... Ora ou outra, observamos alguém do ministério saindo. Claro me parece que caso Bolsonaro emplaque o segundo mandato, Guedes não deve continuar. 

Quem é o senador Ciro Nogueira? Senador do Piauí pelo PP, hoje, principal base de apoio do presidente, tanto por seu tamanho e influência, quanto por lá estar o presidente da Câmara, Arthur Lira. Envolvido no imbróglio da LAVA JATO “até o talo”, foi da base de apoio do PT até 2018. Em 2017, cunhou uma frase lapidar sobre como são estes políticos do Centrão, sempre “gravitando” em torno do poderoso de ocasião: 

“Bolsonaro, tenho muita restrição, porque é um fascista. (...) Lula é o melhor presidente da história deste país. (...) Não me vejo na eleição votando contra o Lula, por tudo que ele fez, por tudo que tirou de miséria desse povo”. Que coisa não?

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Concluindo, achamos que a “reorganização ministerial” aumenta a influência do Centrão, cria uma barreira decisiva ao impeachment e envia um sinal para o Parlamento: ainda há confiança na recuperação da popularidade do governo por meio da retomada econômica e do avanço da vacinação. Se ela vier, pode dar certo - com todas as concessões do mundo e um governo quase parlamentarista, nesse ínterim (sobre isso, seguem intensos os debates em torno de um regime semipresidencialista, talvez para 2026). 

Segundo o Relatório Reservado, “o problema é que, por trás disso, o presidente - como fez Dilma - mostra fraqueza e joga todas as suas fichas em uma só aposta. Se Arthur Lira já atua como uma espécie de primeiro ministro e “fiador" do governo, agora esse cargo será dividido com Nogueira. Os adversários - e aliados - sentirão o “cheiro de sangue”. E o presidente, ainda que possa mudar outros ministérios, no fundo passa a não ter mais anéis a dar. Restarão apenas os dedos.” 

Uma boa notícia neste turbilhão veio da economia, depois do aumento da arrecadação federal em junho. Totalizou R$ 137,169 bilhões, melhor resultado para o mês de junho desde 2011, quando chegou a R$ 143 bilhões, alta real de 46,7% contra o mesmo mês de 2020. Ou seja, vão se criando as condições para a reforma tributária e o corte do Imposto de Renda para as empresas. Com a economia voltando a crescer forte, a receita obtida tende a ser usada para compensar esta perda de IR.

Nos mercados, na B3 (SA:B3SA3), o Ibovespa, ajudado pela cotação do petróleo e o otimismo em Wall Street, avançou 0,42%, para 125.929 pontos. Já o Dow Jones Industrial, o S&P500 e o Nasdaq 100 fecharam pertos das máximas do dia e de novos recordes. Os juros longos americanos reverteram as quedas e o rendimento do Treasury de dez anos terminou o dia em 1,29%, ante 1,21% no dia anterior, próximo do nível de 1,30% da semana passada. O de 30 anos subiu de 1,87% ao ano no dia anterior para 1,94%, acompanhando a expectativa de retomada da economia e da inflação. 

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Já o dólar, no mercado global, caiu diante das principais moedas, com o índice DXY perdendo 0,20%, o que ajudou o real. No Brasil, o dólar voltou a registrar um dia instável na quarta-feira (21), mas firmou queda e fechou abaixo de R$ 5,20. A moeda norte-americana caiu 0,73%, a R$ 5,1927.

Por fim, o FMI soltou um relatório de Perspectivas Mundiais, mantendo a previsão de crescimento global em 6,0%, mesmo nível  de abril, mas avaliando que “alguns países devem crescer mais rápido e outros mais lentamente”. Acreditamos que os EUA devem manter um bom drive de crescimento, em torno de 6,5% e a China acima de 8%. O Brasil tem tudo para crescer mais de 5%, saindo do “fundo do poço” do ano anterior (-4,2%). 

Na agenda, dois fatores importantes no radar para esta quinta-feira (dia 22): os Pedidos de Seguro desemprego semanais nos EUA e a declaração da Política Monetária do Banco Central Europeu. Pesada é a agenda de sexta-feira, cheia de indicadores de atividade, como os PMI da Alemanha, EUA e Zona do Euro. Será dia também de IPCA-15, importante prévia para o Copom de agosto. Teremos ajuste da Selic em 0,75 ponto percentual ou 1,0 p.p.? 

Vamos conversando.

Últimos comentários

Boa visão política. A informação é pontos de vista sempre serão importantes.
Fale de economia .... de política você é péssimo....
tá valendo 2022. Por a continuidade de dias melhores.
Jornalista Marxista vai ver como o "governo desgastado" tem apoio no dia 01/08. uma nova marcha pela família e pela liberdade. Sabem quem perderam e não admitem. Mais 30 anos de reformulação de um Stablitchment corrupto.
O autor deu seu diagnostico sobre o problema político, faltou dar a solução. Como qualquer presidente consegue governar sem o centrão? Como qq presidente consegue governar sem o legislativo? Melhor fez o Lula que fez o mensalão?
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