As principais bolsas acionárias do mundo tiveram um julho positivo e nesta semana a divulgação dos resultados da Apple (NASDAQ:AAPL) levaram a empresa a quebrar a valorização de impressionantes US$ 1 trilhão de dólares.
O valor da Apple é maior do que todos os todos papéis somados negociados no BOVESPA, por exemplo, assim como diversas outras bolsas como a da Espanha e a da Itália. A empresa do finado Steve Jobs vale mais do que a economia da Suíça ou da Holanda, para citar apenas duas.
Curiosamente os eventuais aumentos de tarifas propostos pelo Trump à China devem afetar a rentabilidade da Apple, que é uma das maiores exportadoras aos Estados Unidos.
O índice do dólar tem se sustentado próximo das máximas de 2018, reflexo da forte economia americana e de expectativas de aumentos de juros do FED.
As commodities estão tendo uma volatilidade mais aguda nos últimos trinta dias com o CRB tentando se manter acima de 200.00 pontos, mas encontrando dificuldade diante da firmeza da moeda ianque.
Os mercados de café, tanto em Nova Iorque como em Londres, voltaram a afundar para buscar níveis que não víamos desde novembro de 2013 e julho de 2016, respectivamente.
As frustradas tentativas de subir do arábica foram de curtíssimas durações e com a constante venda de origens, destaque ao Brasil no pico de disponibilidade, atraíram os fundos de investimento para a venda novamente.
É verdade também que a indústria de torrefação tem aproveitado a queda do terminal para estender a sua cobertura de futuros e neste cenário tanto a posição vendida dos especuladores como a comprada dos comerciais estão em recordes históricos.
Não há queda de braço nesta equação e sim um desequilíbrio momentâneo da baixa, onde os fundos abastecem quem precisa comprar assim como as vezes também contribuem com altas mais agudas provendo liquidez às origens.
Os níveis atuais de preço começam a “resolver” os superávits futuros via o desencorajamento na cultura, que os baixistas de plantão não acreditam ainda estar afetando o Brasil – o mais eficiente dos produtores. Por outro lado, em países como Colômbia e Honduras, a segunda e terceira maior origem do arábica, os preços praticados no mercado interno já atingiu o custo de produção dos que tem produtividade “alta” (para os padrões de cada país).
As demais origens já estão perdendo dinheiro e em um mundo que tem um crescimento de consumo de café constante, com o surgimento de novos produtos usando a bebida que toma espaço de outras percebidas como menos saudáveis, o longo prazo começa a apontar uma proximidade de um chão para as cotações.
O calcanhar de Aquiles é o robusta, pois esta variedade se mantem lucrativa não só no Brasil, mas principalmente no Vietnã, entretanto a concentração dos estoques certificados e o pico da entressafra Vietnamita pode favorecer a manutenção da arbitragem nos atuais níveis estreitos, ao menos até o fim do ano.
Daqui até lá o clima continuará sendo a grande esperança de alta dos altistas, assim como uma firmeza do Real com a definição dos candidatos à presidência no Brasil.
Fora isso o argumento altista de que os fundos estão vendidos em mais de 36 milhões de sacas, servirão para pontuais coberturas parciais da posição que provavelmente será incapaz de elevar as cotações acima de US$ 120.00 ou, oxalá, aos US$ 125.00 centavos por libra, um sonho depois das pancadas recentes.
Como o mercado adora ver sangue, muitos torcem para ver o “C” abaixo de US$ 1.00, nível mais psicológico do que qualquer outra coisa, mas pressionar a mola daqui em diante parece ser um risco maior do que o retorno que possa ser obtido, dado que o potencial de alta é bem maior – caso haja qualquer problema.
No fim precisa-se de um problema na produção para que os preços subam, ou seja, torcer para algo de ruim acontecer com as lavouras e que venham a enxugar mais rápido o excesso de oferta disponível atual.
Os comerciais sabendo bem disto aproveitam e acumulam um total de 42 milhões de sacas comprados, ou quase meio ano do consumo mundial do arábica.
Uma boa semana e bons negócios a todos.