Comissão mista aprova MP da taxação de investimentos; texto segue para plenário da Câmara
O que são as rollups
As rollups são soluções de segunda camada (L2) criadas para escalar a Ethereum, mas é importante lembrar que estas soluções não existem apenas para esta rede, podem aparecer também em outras como o Bitcoin.
Elas processam transações fora da camada principal (L1) e publicam apenas os dados essenciais no Ethereum, herdando sua segurança. Isso reduz custos e aumenta a capacidade da rede.
Existem dois formatos principais:
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Optimistic rollups: assumem que as transações são válidas, mas permitem contestação durante um período.
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ZK rollups: utilizam provas criptográficas para validar os lotes, com maior segurança, mas custos computacionais mais altos.
Além das rollups, há outras soluções de segunda camada, como state channels, plasma chains e validiums, usadas em diferentes blockchains. Aqui, porém, o foco é o modelo de negócios das rollups da Ethereum.
Estrutura econômica
O modelo é simples: Lucro da rollup = receitas principais + receitas adicionais − custos.
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Receitas principais (core fees): taxas de execução cobradas em cada transação, com possibilidade de sobretaxa pelo operador.
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Receitas adicionais: captura de MEV (ordenamento de transações), acordos de revenue-share com stablecoins, hospedagem de L3s (cadeias que se apoiam na L2) e revenda de Data Availability (DA).
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Custos: armazenamento de dados (DA), validação (fraud proofs ou ZK proofs), infraestrutura (RPCs, nós, exploradores, pontes) e taxas/licenciamento da stack usada.
Fontes de receita
O sequenciador, que ordena e publica as transações, é a principal fonte de receita. Mas o diferencial está em como explorar novas camadas:
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A Arbitrum, por exemplo, lançou o Timeboost, um leilão de prioridade para incluir transações, que já gerou mais de US$ 3 milhões em taxas.
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As stablecoins podem render milhões via acordos de revenue-share, já que os emissores aplicam reservas em títulos de curto prazo.
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Hospedar L3s cria um modelo de “atacado de blockspace”, onde cada L3 paga taxas de DA para usar a L2 como base.
Estrutura de custos
O maior custo é a disponibilidade de dados (DA). Na Ethereum, isso ocorre via blobs, introduzidos pelo upgrade Dencun, mas também há alternativas como Celestia e EigenDA.
Nos modelos de validação:
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As optimistic rollups têm custos operacionais baixos, mas precisam manter infraestrutura de contestação.
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As ZK rollups eliminam essa janela, mas exigem alto poder computacional para gerar provas.
Além disso, há custos de operação contínua e licenciamento: a OP Stack, por exemplo, cobra 2,5% da receita ou 15% do lucro para quem integra o Superchain.
Viabilidade prática
Operar uma rollup pequena custa cerca de US$ 3.000 a US$ 3.500/mês em despesas fixas, mais US$ 100 a US$ 500/mês em variáveis. A captura líquida por transação é baixa (US$ 0,0012–0,002), o que torna a escala essencial.
Para aumentar a margem, existem dois caminhos:
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Elevar a captura por transação (taxas, sobretaxa, leilões).
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Reduzir custos (DA alternativo, compressão de dados, otimização de infraestrutura).
Conclusão
As rollups deixaram de ser apenas uma solução técnica. São modelos de negócios que permitem capturar diretamente valor antes drenado para a camada 1.
O futuro da escalabilidade da Ethereum dependerá não só da performance técnica, mas da capacidade de transformar as rollups em operações economicamente sustentáveis.
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Fontes: Stanford Blockchain Review, L2Beat