Selic a 15% x Dólar

Publicado 15.07.2025, 10:15

Com a taxa Selic a 15% ao ano, o Brasil está oferecendo um prato cheio para quem ama renda fixa. Títulos do Tesouro Selic, CDBs pós-fixados e até Tesouro IPCA+ estão rendendo retornos reais (acima da inflação) que fazem qualquer investidor brasileiro sorrir. Mas, mesmo com esses números atrativos, por que algumas pessoas ainda pensam em investir em dólar nos Estados Unidos? Será que vale a pena? Vamos conversar sobre isso de forma simples e prática, como se estivéssemos tomando um café!

Diversificação: o segredo para dormir tranquilo 

Investir tudo em um só lugar é como colocar todos os ovos na mesma cesta. O Brasil, apesar dos juros altos, tem seus desafios: incertezas fiscais, inflação teimosa (projetada em 5,55% para 2025, acima da meta de 4,5%) e aquela volatilidade política que conhecemos bem. Investir em dólar nos EUA é uma forma de diversificar o risco, protegendo seu patrimônio contra surpresas no cenário local.

O dólar é uma moeda forte, e os EUA têm a maior economia do mundo, com um mercado financeiro super consolidado. Isso traz segurança, especialmente em momentos de instabilidade. Além disso, investir em ativos americanos, como ETFs do S&P 500 ou ações de empresas de tecnologia, dá acesso a setores que não temos tão fortes no Brasil. Quem não gostaria de ter um pedacinho da Apple (NASDAQ:AAPL) ou da Microsoft (NASDAQ:MSFT) no portfólio? 

Proteção contra a volatilidade do câmbio

O real tem seus altos e baixos. Nos últimos 12 meses, ele se valorizou 15,64% frente ao dólar, graças à entrada de capital estrangeiro atraído pelos nossos juros altos. Mas não se engane: o risco fiscal e as tensões globais (como possíveis tarifas americanas ou conflitos geopolíticos) podem fazer o dólar disparar de novo. 

Ter uma parte do seu patrimônio em dólar é como ter um seguro contra a desvalorização do real. Se você planeja viajar, estudar fora ou comprar produtos importados, investir em dólar garante que seu poder de compra não vai sofrer com as oscilações do câmbio. Fundos cambiais ou ETFs atrelados ao dólar são opções práticas para isso.

Rentabilidade Real x Nominal

Uma taxa de 15% pode parecer muito, mas se a inflação estiver em 8%, o ganho real é de apenas ~6,5%.

Já nos EUA, mesmo com juros mais baixos, a inflação tende a ser menor e o crescimento das empresas é mais sustentável.

Além disso, o câmbio pode jogar a seu favor: ao investir em dólar agora, você pode se beneficiar no futuro caso o real volte a se desvalorizar.

O mercado americano e o longo prazo: um olho no futuro

Sim, a Selic a 15% faz a renda fixa brasileira brilhar no curto prazo. Um CDB que paga 100% do CDI ou um Tesouro IPCA+ com 6-7% de retorno real é difícil de ignorar. Mas, no longo prazo, o mercado americano tem um histórico de crescimento sólido. O S&P 500, por exemplo, entrega retornos consistentes há décadas, mesmo com crises no meio do caminho. 

Nos EUA, as taxas de juros (entre 4,25% e 4,50%) são bem mais baixas que a Selic, mas isso estimula o consumo, o crédito e o mercado acionário. Empresas americanas, especialmente no setor de tecnologia, têm um potencial de valorização que o Ibovespa, impactado pelos juros altos e pela desaceleração econômica no Brasil, pode não acompanhar. Se o seu horizonte é de 5, 10 anos ou mais, investir em ações ou ETFs nos EUA pode ser um grande acerto.

Porto seguro em tempos incertos

O cenário global está meio “turbulento”. Temos incertezas com políticas tarifárias nos EUA, aumento do déficit americano e conflitos no Oriente Médio. Em momentos assim, o dólar costuma ser visto como um porto seguro. Mesmo que o dólar tenha caído recentemente frente ao real, ele tende a se valorizar em crises globais. Isso faz dos investimentos em dólar uma proteção contra choques externos.

Por exemplo, títulos do Tesouro americano (Treasury Bonds) rendem cerca de 4% ao ano, bem menos que a renda fixa brasileira. Mas, em compensação, oferecem uma segurança quase imbatível e liquidez global. É uma opção para quem quer estabilidade sem abrir mão da diversificação.

Objetivos pessoais: o dólar como aliado

Investir em dólar também é uma questão de planejamento. Tem planos de fazer um intercâmbio? Comprar um imóvel no exterior? Ou simplesmente quer um patrimônio em uma moeda mais estável? O dólar é a resposta. Ele te dá flexibilidade e poder de compra global, algo que o real, por mais que esteja forte hoje, nem sempre garante.

Com a Selic a 15%, a renda fixa no Brasil é, sem dúvida, a queridinha do momento. Tesouro Selic, CDBs e Tesouro IPCA+ oferecem retornos altos com baixo risco, perfeitos para o curto prazo. Mas, se o seu objetivo é diversificar, proteger seu patrimônio contra a volatilidade do real ou buscar crescimento no longo prazo, o dólar e o mercado americano podem ser grandes aliados.

Minha dica? Faça as contas e alinhe seus investimentos com seus objetivos. Se quiser segurança e retorno imediato, fique com a renda fixa brasileira. Se o foco for diversificação e crescimento a longo prazo, considere ETFs, ações americanas ou fundos cambiais. E, claro, sempre consulte um assessor financeiro para montar uma estratégia sob medida! 

O que achou? Já investe em dólar ou prefere a segurança da Selic? Conta aqui nos comentários!!

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