Após o Silicon Valley Bank ser fechado por reguladores, conforme anúncio da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), que é equivalente ao nosso Fundo Garantidor de Crédito (FGC), - com a diferença de o nosso “garantidor” ser privado e o FDIC (americano) não ser - o pânico tomou conta dos clientes do banco e, com razão (apesar do "socorro" anunciado pelo FED, a desconfiança paira no ar)!
Primeiramente, apostaram (SVB) muito num perfil de clientes em que, muitas startups pressionadas diante da diminuição da liquidez, "secaram" as fontes de capital. Paralelamente, acende um alerta, inclusive, às instituições financeiras brasileiras de menor porte. Já que elas ofertam muitos ativos, de renda fixa, pouco "líquidos", mas com retornos maiores (em relação) aos bancos tradicionais ("Pelo risco, claro!").
Apesar de serem produtos diferentes (dos do Silicon Valley Bank), nos fazem lembrar que nos dias atuais (talvez pela "Modernidade Líquida", do Bauman), tudo pode acontecer! Vivemos uma onda que ameaça a sobrevivência de empresas, ao passo que, promove novos mercados, obsoletiza competências acumuladas, facilita a globalização e, sobretudo, permite a geração de novas empresas. Ou seja, um ciclo imperfeito que quando não se retroalimenta, se automutila. Aqui, o conceito "líquido" das coisas (pra não falar de pessoas, mas esse é outro assunto)!
Ademais, no que tange a nossa percepção sobre as coisas, digamos, os interesses mudam e as narrativas, por vezes mentirosas, ganham apelo!
Concomitantemente, lembremos que, há aproximadamente uma semana, tivemos os casos: da BRK Financeira e da Portocred, o que corrobora para nos manterem alerta (alerta é advérbio, por isso não se flexiona) de que dada a velocidade das mudanças, nada é sólido!
Portanto, nesse mercado, (quase) nada é inexorável, pois há variáveis exógenas que, diante da velocidade das mudanças nas percepções de fatores em relação a si mesmas (mudanças), acabam sendo fatores principais nas convicções que (“nós”) teríamos sobre elas. E, como já diria Nietzsche: "Convicções são inimigas da verdade mais perigosas que as mentiras!". Com isso, desenvolvermos um conhecimento tácito é cada vez mais necessário, para não nos abalarmos com a contingência, por vezes, indesejável e, (esta sim) sempre, inexorável!