As ofertas nacional e mundial de soja foram recordes na temporada 2022/23. No Brasil, apesar de um cultivo mais longo e de dificuldades no período de colheita, a produtividade foi expressiva. Inclusive, pesquisadores do Cepea indicam que foi o avanço na colheita brasileira que compensou as menores ofertas dos Estados Unidos e da Argentina e que garantiu uma produção global recorde na safra 2022/23, de 374,39 milhões de toneladas, de acordo com o USDA. Como resultado, as cotações da soja foram pressionadas em 2023 e operaram abaixo das registradas no ano anterior.
MILHO: PRODUÇÃO RECORDE PRESSIONA VALORES EM 2023
Os preços do milho iniciaram 2023 em patamares firmes, sustentados pelo menor estoque de passagem e por preocupações com o clima no Sul do País, que já vinha prejudicando a primeira safra do cereal. Porém, apesar de um cultivo mais tardio na segunda safra, pesquisadores do Cepea indicam que o clima favoreceu o desenvolvimento das lavouras, resultando em oferta recorde no agregado do ano-safra. Com isso, de abril a junho, levantamento do Cepea mostra que as cotações recuaram com força, mas, no trimestre seguinte, se mantiveram estáveis. Somente a partir de setembro que, com o ritmo acelerado das exportações e com agentes preocupados com a safra de 2024, os preços do milho registraram reações, e uma parte das perdas do ano foi recuperada.
MANDIOCA: MAIOR OFERTA DERRUBA PREÇOS EM 2023
Após dois anos de área colhida e produtividade agrícola em queda, a oferta de mandioca registrou forte recuperação em 2023, sobretudo no Centro-Sul, que concentra o cultivo destinado à indústria. Segundo pesquisadores do Cepea, com o aumento na disponibilidade de matéria-prima e também um maior esmagamento, os preços da raiz e dos derivados caíram ao longo de praticamente todo o ano. A produção brasileira de mandioca deve somar 18,9 milhões de toneladas em 2023, crescimento de 4,2% em relação ao ano anterior e a maior desde 2016, segundo estimativas do IBGE. Este resultado foi atribuído ao aumento de 2,8% na produtividade e de 1,4% na área colhida. O clima foi favorável à mandiocultura em 2023, ao mesmo tempo em que diminuiu a incidência de pragas, doenças e perdas, possibilitando também a recuperação do teor de amido das raízes após dois anos de quedas.