As negociações envolvendo soja estiveram mais aquecidas na semana passada, conforme apontam levantamentos do Cepea. As maiores demandas externa e doméstica elevaram os prêmios de exportação da oleaginosa no Brasil, o que, por sua vez, resultou em alta dos preços FOB nos portos brasileiros. Segundo o Centro de Pesquisas, esse cenário limitou os recuos no spot nacional – em algumas regiões, os valores até encontraram sustentação. De modo geral, contudo, a maior oferta de soja e a queda do dólar seguem causando pressão sobre as cotações da oleaginosa, ainda de acordo com pesquisas do Cepea.
MILHO: Com avanço da colheita da safra verão, altas de preços perdem força
O avanço da colheita de milho da safra verão vem elevando de forma pontual a oferta do cereal, o que passou a limitar, na última semana, os aumentos de preços em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea. Em outras praças, sobretudo as que são produtoras da temporada de verão, as cotações chegaram a cair. De modo geral, contudo, pesquisas do Cepea mostram que as altas nos valores ainda prevalecem, sustentadas pela retração de grande parte dos vendedores, que prioriza os trabalhos de campo e as entregas de lotes de soja. A colheita de milho da safra verão e a semeadura da segunda safra estão intensas no Brasil e já dentro da média das últimas temporadas.
FEIJÃO: Produtores seguem firmes, e cotações têm novos aumentos
Levantamentos do Cepea mostram que os preços do feijão carioca de alta qualidade continuam em alta. De acordo com o Centro de Pesquisas, produtores seguem firmes nos valores pedidos, apostando em novas valorizações, fundamentados na escassez de grãos de melhor qualidade. Pesquisadores do Cepea ressaltam que lotes superiores são encontrados em estoques armazenados em câmaras frias e em algumas regiões que conseguiram colher grãos de boa qualidade, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Dados da Conab indicam que, até o dia 16 de março, 61,8% da área da primeira safra de feijão já havia sido colhida no Brasil.
MANDIOCA: Menor oferta limita queda de preços
A última semana foi marcada por ligeira queda na entrega de mandioca à indústria. Segundo pesquisadores do Cepea, parte dos produtores, mais capitalizada, priorizando a colheita de safra de grãos, e considerando baixa a rentabilidade atual, diminuiu o ritmo de comercialização. O clima desfavorável também afetou as atividades de campo. Nesse contexto, entre 17 e 21 de março, levantamentos do Cepea mostram que a tonelada da mandioca posta fecularia foi comercializada ao valor médio nominal de R$ 556,45 (R$ 0,9677/grama de amido), pequena queda semanal de 0,2%. Em termos reais (utilizando o IGP-DI como deflator), a média atual está 17,4% maior que a de igual período do ano passado.