A liquidez no mercado interno de soja está lenta e os preços, em queda. Segundo pesquisadores do Cepea, produtores estão com atenções voltadas à semeadura da temporada 2022/23 e evitam negociar o excedente da safra 2021/22. Além disso, a desvalorização do dólar e a queda nos prêmios de exportação na semana passada também desestimulam os negócios. No campo, as chuvas em setembro geraram otimismo entre sojicultores nacionais, mas, agora, o excesso de umidade na região Sul e Sudoeste do Brasil vem limitando e até mesmo interrompendo os trabalhos de campo. Em algumas áreas do sudeste do Paraná, tem sido necessário o replantio.
MILHO: COM EXPORTAÇÕES INTENSAS, PREÇO SEGUE FIRME NO BR
As cotações do milho estão firmes no mercado brasileiro. Pesquisadores do Cepea indicam que a sustentação vem das exportações aquecidas, da retração de parte dos vendedores e do fato de alguns compradores terem sinalizado interesse em recompor estoques. A demanda externa pelo cereal brasileiro segue aquecida, mesmo diante da melhora no ritmo da colheita dos Estados Unidos. Esses compradores estão atentos à redução de oferta na União Europeia e na China, que foram atingidas pela seca e registram problemas com a logística, e aos embarques por meio do Mar Negro, devido ao aumento dos conflitos entre Rússia e Ucrânia. Além disso, na Argentina, a falta de chuvas nas últimas semanas também pode reduzir o potencial produtivo das lavouras. Dados da Secex indicam que, apenas em nove dias úteis de outubro, o Brasil embarcou 3,25 milhões de toneladas de milho, 81% a mais que em todo mês de outubro/21. Caso o atual ritmo diário se mantenha até o final deste mês, as exportações podem superar as 7 milhões de toneladas, o que seria o maior volume de 2022.
MANDIOCA: INDÚSTRIAS SEGUEM COM DIFICULDADES PARA SE ABASTECER
A disponibilidade de lavouras para serem colhidas segue baixa, e parte dos agricultores tem postergado a comercialização de raiz de mandioca. Segundo pesquisadores do Cepea, estes agentes estão focados nas atividades de plantio – seja da mandioca e/ou da soja – e nos tratos culturais. Além disso, as chuvas registradas em alguns dias da última semana também reforçaram a menor oferta da raiz, tendo em vista que dificultam a colheita. Do lado da demanda, houve maior interesse das indústrias de fécula e de farinha por aumentar as quantidades de mandioca processadas. Com a baixa oferta, muitas empresas buscaram se abastecer em áreas mais distantes, mas com pouco sucesso. Assim, tem sido maior a disputa pela matéria-prima entre diferentes regiões produtoras.
OVOS: DEPOIS DE UM MÊS DE ESTABILIDADE, PREÇOS RECUAM
Após completarem um mês de estabilidade, as cotações dos ovos comerciais recuaram nos últimos dias. Segundo pesquisadores do Cepea, a desvalorização esteve atrelada à menor liquidez da proteína, típica no período de segunda quinzena. Com a menor demanda pelo produto, muitos vendedores aumentaram a concessão de descontos, procurando garantir as vendas e evitar sobras. De 13 a 20 de outubro, o preço da caixa com 30 dúzias de ovos brancos tipo extra, a retirar em Bastos (SP), recuou 2,1%, indo para R$ 151,25 nessa quinta-feira, 20. Para os ovos vermelhos do tipo extra, o movimento também foi de queda em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. As cotações do produto a retirar nos atacados de Bastos, Mirandópolis e Santa Maria de Jetibá caíram 2,4% 1,2% e 4,2%, respectivamente, para R$ 165,52/cx, R$ 167,34/cx e R$ 173,65/cx no dia 20.