Mesmo em período de entressafra, os preços da soja estão em queda no mercado brasileiro, registrando os menores patamares desde julho, um cenário atípico para esta época do ano. Segundo colaboradores do Cepea, a pressão está atrelada à necessidade de liberar estoques para a chegada da nova safra, que pode ser recorde e que deve elevar a relação estoque/consumo final. Entre 29 de outubro e 5 de novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá caiu expressivos 4,9%, fechando a R$ 162,72/sc de 60 kg na sexta-feira, 5, o menor valor desde o dia 6 de julho. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná também registrou queda de 4,9%, a R$ 159,80/sc de 60 kg na sexta, o menor desde o dia 7 de julho. No campo, as condições climáticas seguem favoráveis à semeadura no Brasil, e as atividades já entram na reta final nas principais regiões.
MANDIOCA: MENOR OFERTA CONTINUA IMPULSIONANDO COTAÇÕES
A oferta de mandioca para a indústria segue reduzida, devido às baixas disponibilidade de lavouras de mandioca mais velha (com mais de um ciclo), produtividade e rendimento de amido das lavouras mais novas, o que inviabiliza a comercialização. Além disso, segundo colaboradores do Cepea, boa parte dos mandiocultores esteve retraída nos últimos dias, devido ao feriado do dia 2 (Dia de Finados). Quanto à procura, com a melhor dinâmica na negociação dos derivados, a demanda pela matéria-prima esteve maior, elevando a disputa entre agentes de diferentes regiões. Assim, os preços subiram em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea na última semana. Entre 1º e 5 de novembro, a média nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia subiu 7,6% frente à da semana anterior, para R$ 617,78 (R$ 1,0744 por grama de amido).
OVOS: APESAR DO INÍCIO DO MÊS, PREÇOS SEGUEM PRATICAMENTE ESTÁVEIS
Os preços dos ovos comerciais não registram alterações significativas há duas semanas, apesar do período de início de mês e do consequente aumento no poder de compra de parte da população, devido ao pagamento dos salários. Segundo colaboradores do Cepea, esse cenário está relacionado às atuais condições de oferta e demanda, que não têm permitido o aumento dos preços por parte de produtores e distribuidores. Com o poder de compra do consumidor limitado pela inflação elevada, as vendas, de modo geral, têm diminuído, reduzindo a liquidez dos ovos. Apesar da estabilidade das cotações da proteína, os custos de produção também têm recuado, com desvalorizações do milho e do farelo de soja, dois dos principais insumos consumidos na avicultura de postura. Esse contexto de menor pressão dos insumos permite que vendedores não precisem subir os valores enquanto a demanda seguir desfavorável. Vale ressaltar, inclusive, que a baixa procura por ovos tem levado vendedores a conceder descontos nas vendas.