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Subiu Demais! Hora de vender?

Publicado 04.06.2020, 15:48
Atualizado 09.07.2023, 07:32
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A bolsa subiu demais! Hora de vender?

Ontem foi mais um dia de notícias positivas ao redor do mundo. Mais um dia com as principais bolsas fechando no campo positivo.

Por aqui, o Ibovespa fechou com valorização de 2,15 por cento, aos 93.002 pontos. Importante destacar que o volume financeiro negociado superou os 39 bilhões de reais.

Destaco isso pois, em um dia normal a bolsa gira aproximadamente 26 bilhões.

Geralmente — REPITA: geralmente —, um volume acima da média é um indício de um movimento de alta mais consistente. Possivelmente por conta de um maior fluxo institucional (smart money) e sabe-se lá se finalmente os gringos estão voltando.

Mas guarde essa informação, vamos falar dela já já.

Antes disso, mais alguns dados curiosos sobre a situação atual do mercado:

  • O Ibovespa acumula uma queda de 19,80 por cento em 2020.
  • De 22 de março até hoje, quando bateu o fundo aos 63 mil pontos, já se valorizou 46,30 por cento.
  • Aos 93 mil pontos, superou o patamar de 9 março, primeiro dia da sequência dos 6 circuit breakers.

Aí o pessoal que está meio ressabiado depois de tanto levar susto ao longo deste ano, reuniu essas informações e já começou a começou a nos cutucar:

"E aí Breia? O que está achando dessa alta, hein? Será que volta para 70 mil de novo?"

"Fala Bruce! Subiu demais e muito rápido! Você acha que vai cair antes de voltar a subir?"

"E aí Ricardo?! O que acha de comprar umas proteções agora? Está com cara que vai ficar ruim antes de ficar bom de novo, não acha?"

A gente até tenta ser mais criativo e fugir do óbvio, mas como péssimos adivinhadores de curto prazo, nossa resposta é sempre: "não sabemos".

A vida de investidor de longo prazo parece menos empolgante, e por vezes preguiçosa, mas eu garanto que compensa. De quebra ainda te poupa de algumas noites mal dormidas e uns cabelos brancos.

Tomando água e perto da porta

Ficar mais otimista depois que a bolsa sobe ou mais pessimista quando a bolsa cai é, sem dúvida, o pior dos comportamentos de um investidor.

O famoso "vende na baixa, compre na alta. Repita até quebrar".

Intuitivamente, você pode chegar a conclusão de que o certo é fazer o contrário.

Mais pessimista quando a bolsa sobe, e mais otimista quando a bolsa cai. Faz todo o sentido.

Acontece que os movimentos de curto prazo da bolsa têm muito mais relação com mudanças nos preços, do que no valor das companhias.

As notícias que fazem as pessoas mais pessimistas, ou mais otimistas, têm muito mais relação com ruídos do que com fundamentos.

Com a quantidade de informações que estão disponíveis hoje em dia, eu diria que é mais importante se afastar do barulho do que tentar ficar garimpando sinais. Se estão nos jornais é porque todo mundo já sabe, e isso já está incorporado nos preços.

Isso me faz lembrar muito de uma experiência que eu tive no meu primeiro estágio no mercado financeiro, na área de análise de ações, na Link Corretora, lá em 2005.

Todos os dias os analistas liam os jornais, selecionavam as principais notícias e os fatos relevantes das empresas, e, a partir delas, escreviam notinhas com comentários e recomendações.

Vejam que coisa louca.

13 anos depois ajudei a fundar uma empresa que faz algo muitíssimo parecido, mas que ao invés do público institucional, fala diretamente com a pessoa física.

Como o responsável por disparar o e-mail para todas as mesas da corretora e para o mailing dos clientes de bolsa, minha única função era não fazer besteira.

Alterar a data do relatório no Word, formatar bonitinho e disparar a bagaça. Sempre o mais rápido possível.

Meu chefe direto era um cara muito sistemático. Quando foi me explicar o que fazer, ele me disse assim: "cara, eu já fui uma besta igual a você. Faz desse jeito que não tem erro. É à prova de bestas".

E assim eu aprendi a minha primeira lição no mercado. Entenda suas limitações, seja humilde e não invente.

Mas foi editando as várias notinhas dos analistas que uma vez eu li uma analogia que nunca mais saiu da minha cabeça.

"Ainda na festa, mas tomando água e perto da porta".

Um dos analistas do time era um cara muitíssimo bitolado com notícias, principalmente com as políticas. Ele lia TODOS os jornais pela manhã e, por vezes, passava horas da tarde assistindo TV Câmara, enquanto os outros analistas se debruçavam em estudar as empresas.

Ele simplesmente não se conformava de como a bolsa havia saído dos 10 mil pontos em 2003, para 25 mil pontos em 2005, tendo no governo um presidente populista e um com tanta zona na política.

Para ele, aquilo parecia uma festa exagerada e por isso os investidores deveriam reduzir suas posições em bolsa (tomar água) e ficarem prontos para vazarem a qualquer momento (perto da porta).

Eu achava que aquilo fazia muito sentido e nutria uma certa simpatia com a tese dele.

Acontece que de 2005 até 2007 a bolsa mais do que dobrou. Isso aconteceu em meio a notícias ruins todos os dias e o "quebra pau comendo solto" em Brasília.

Os mais antigos hão de lembrar que foi nessa época que surgiu a história do mensalão.

Isso não é muito diferente do que acontece hoje, ou é?

Ainda assim, com essa bagunça toda que é a política no Brasil, nos últimos 30 anos o Ibovespa multiplicou por 37 vezes em dólar.

As notícias não te ajudarão a ganhar dinheiro.

Se tiver tempo de ler todos os jornais de hoje, você encontrará mais de 50 notícias que te deixarão mais otimista ou mais pessimista.

Essa ideia de ficar tomando água mais perto da porta fez muito investidor abandonar a bolsa no meio do caminho, na espera do melhor momento para voltar.

Tentar prever os movimentos de curto prazo é sedutor, mas dificílimo.

Se afaste dos ruídos e concentrem-se nos fundamentos.

O longo prazo compensa.

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