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Taxa de juros alta favorece bancos? Nem sempre

Publicado 19.05.2023, 17:24
Atualizado 06.10.2023, 17:28

As pessoas, em geral, acreditam que quanto maior a taxa de juros, melhor para o banco. Mas não é bem assim. Claro que uma taxa alta em um ambiente econômico favorável pode ser vantajoso para as instituições financeiras, pois isso aumenta o lucro. Tudo, porém, tem um limite e, assim como remédio em dose excessiva pode matar o paciente, juros demais podem quebrar o tomador de crédito e reduzir os ganhos dos bancos. 

Para entender melhor, primeiro é preciso saber como é que as instituições financeiras ganham dinheiro. O setor bancário ainda mantém um certo distanciamento da maioria do público no que diz respeito à forma como eles se remuneram. O primeiro ponto que tem que ficar muito claro, é que a atividade que mais rende dinheiro para um banco é emprestar a juros. Quanto maior o spread (diferença entre o custo do dinheiro captado e o juro que será cobrado do tomador) melhor será o resultado. 

Traduzindo, a concessão de crédito é a primeira forma de ganho dessas instituições. Mas os bancos também se remuneram por meio da venda de seguros, títulos de capitalização, previdência privada e venda de serviços financeiros. Por exemplo, um grande banco pode cobrar 1% ao ano de taxa administrativa na aplicação de fundos de investimento. Isso, fatalmente, vai parar no balanço e compor uma parcela do lucro alcançado. 

Explicado isso, vamos entender agora por que nem sempre o juro alto é bom para o setor. Parece um contrassenso, mas os juros que alimentam os bancos são os mesmos que, em alta dose, podem fazê-los sofrer. Isso ocorre porque com a taxa básica de juros alta, no caso brasileiro em 13,75%, o custo do dinheiro também aumenta proporcionalmente. Ou seja, encarece o crédito para o consumidor final e para as empresas tanto quanto aumenta o custo de captação de recursos para serem emprestados. 

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Aí está uma questão importante. É possível, para manter os ganhos, subir o spread proporcionalmente. Porém, essa medida aumentará o risco da concessão porque os tomadores de crédito terão mais dificuldades para pagar.  O ideal, o melhor dos mundos para os bancos, é ter um spread maior e não uma taxa básica de juros muito alta. 

Obviamente, aqui no Brasil há um histórico de inflação que se voltarmos ao período que antecede o Plano Real, os juros e a inflação eram estratosféricos. Os bancos brasileiros, desde aquela época, surfam muito bem nessa onda de juros altos. De qualquer forma, existe um movimento contracionista da nossa economia, cenário este que reduz o consumo, gera ou no mínimo mantém alta a taxa de desemprego e, por encarecer o custo do dinheiro, leva as famílias e as empresas, principalmente as pequenas e médias, à inadimplência. Como sabemos, o número de famílias e empresas endividadas é muito alto. 

Para não quebrar com a inadimplência, os bancos precisam provisionar recursos, que nada mais é do que separar uma parte do dinheiro para suportar esses momentos de dificuldades. Afinal, o banco capta dinheiro de uns para emprestar para outros, ganhando com a diferença. Mas se quem pegou emprestado não conseguir honrar a dívida, como o banco devolverá o dinheiro captado? Daí a importância do provisionamento. 

E para piorar, em um cenário econômico incerto como o atual, as grandes empresas congelam projetos de grande porte que exigem a tomada de empréstimos. Justo as grandes, cujo risco de crédito é bem menor. Assim, as instituições financeiras não conseguem conceder crédito de qualidade para as grandes corporações porque elas adiaram seus projetos e ao mesmo tempo, têm de limitar empréstimos de maior risco para o restante da população e para empresas menores. Como o setor vive principalmente de emprestar, essa limitação nas duas pontas da corda faz com que o setor financeiro ganhe menos. 

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É uma situação que pode ser comparada ao ato de esticar e afrouxar um elástico. Não se pode esticar muito a ponto de romper porque se conceder empréstimo para todo mundo a inadimplência vai na estratosfera e não há provisionamento que dê conta e, por outro lado se o banco não arriscar tanto as suas margens vão sendo pressionadas e o resultado líquido no final da história diminui. 

As equipes gestoras dos bancos trabalham incansavelmente para encontrar o ponto ideal, mantendo a oferta de crédito sem comprometer o provisionamento e, de quebra, a lucratividade. Esta é a situação hoje. Não por acaso Bradesco (BVMF:BBDC4) e Santander (BVMF:SANB11) apresentaram em seus balanços referentes ao primeiro trimestre do ano, redução no lucro líquido em comparação com o primeiro trimestre de 2022. O lucro de R$ 2,1 bilhões do Santander representa queda de 46,6% enquanto os R$ 4,3 bilhões do Bradesco ficaram 37,3% abaixo do lucro dos três primeiros meses de 2022. 

Para os investidores novatos, que devem estar na dúvida se vale a pena ou não comprar ações desses bancos neste momento de dificuldades, vai aqui algumas dicas. Primeiro, mesmo menor, ambas as instituições tiveram lucros bilionários. Tem muita companhia na nossa Bolsa de Valores cujo valor de mercado é menor do que o lucro trimestral desses dois bancos. 

Segundo, existe uma expectativa de queda da inflação o que obrigará o Banco Central a iniciar um processo de redução da Selic. Por fim, os papéis do setor bancário estão com preços menores do que meses atrás. Então, para quem deseja investir a médio ou longo prazo, o momento é de oportunidade para quem deseja comprar. Tenha em mente que banco é o melhor negócio para ganhar dinheiro no Brasil e eles costumam pagar bons dividendos. 

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Últimos comentários

concordo que bancos lá fora tem que rebolar para alcançar lucros, porém aqui no Brasil eles tem lucros bilionários a cada trimestre, cobram por tudo, pelo simples fato de se ter uma conta, enganam milhares de trabalhadores, induzindo a abrirem conta corrente ao invés de conta salário só para cobrar taxa, e o mais grave devem impostos e não pagam
Excelente artigo. Parabéns!
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