Tegma (TGMA3): a caçadora de inovações

Publicado 05.04.2023, 15:42
Atualizado 09.07.2023, 07:32
TGMA3
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A operação da Tegma (BVMF:TGMA3) e de suas principais concorrentes — Sada e Transauto — são muito parecidas e não dá pra falar em vantagem competitiva entre elas. Porém, a Tegma possui um diferencial que, talvez,  possa se transformar numa vantagem competitiva: maior atenção dada à inovação.

A Tegup é uma aceleradora de startups, que busca empresas em estágio de validação ou crescimento. Se a startup já tiver recebido algum investimento pre-seed, seed e até Series A+, melhor ainda.

A ideia é buscar soluções inovadoras para o setor de logística brasileiro. Por isso, os regulamentos dos programas de investimento geralmente buscam por serviços que talvez nem existam ainda, o que justifica a Tegma investir em momentos tão iniciais como os que falamos agora há pouco. 

É claro que é sempre bom que o produto seja minimamente validado, mas a depender do problema a ser solucionado, nem isso vai ser possível. A vantagem de entrar tão cedo é que a Tegma pode achar algum tesouro escondido que depois pode virar uma parte importante na otimização de processos dentro da sua própria operação. 

Por exemplo, a Frete Rápido, uma das investidas da Tegma, criou uma plataforma para unir empresas de e-commerce e transportadoras direto na compra do produto. Ela funciona como um hub. Quando o cliente chega na última etapa da compra, antes de encerrar seu “carrinho”, o sistema lhe oferece, em tempo real, as melhores opções de frete, o que lhe permite avaliar preço e prazo para o transporte da mercadoria. 

Uma vez escolhido o frete mais adequado, a ferramenta se encarrega de automatizar todo o processo de transporte e entrega, desde o encaminhamento do pedido de coleta à transportadora até o acesso ao rastreamento do transporte do produto em todas as etapas.

A Tegma fez um investimento na Frete Rápido de R$ 1,4 milhão em 2018. No final de 2021, o Conselho aprovou o desinvestimento e a Tegma vendeu a sua participação por R$ 4 milhões. Baita investimento, não? 

Mas a bola da vez é Rabbot! Ela é uma startup que funciona como uma orquestradora que automatiza todas as jornadas de gestão de frota e equipamentos. A Rabbot congrega as informações de sistemas como o WMS e o TMS — que vimos no modelo de negócios — e automatiza várias tarefas que antes demandavam a mão humana. Por exemplo, enviar um e-mail para um fornecedor e agendar a manutenção preventiva de um veículo. 

O objetivo é automatizar de forma inteligente processos menos complexos, para que a atenção humana fique voltada para onde ela realmente seja necessária. Os dados para alimentar o sistema e afinar a orquestra podem ser lançados à mão ou então coletados em tempo real por sensores ou rastreadores conectados via APIs ao sistema da Rabbot.

Segundo a startup, alguns clientes já conseguiram chegar a uma disponibilidade de frota de 99,64%, quando o benchmark era de 80%.

A Rabbot já tem 5 anos de mercado e clientes grandes, como a Movida (BVMF:MOVI3), a Porto Seguro (BVMF:PSSA3), a Uber (NYSE:UBER) e a própria Tegma. O investimento feito no finalzinho de 2019 pela Tegup foi de R$ 3,2 milhões, na forma de debêntures. Essas debêntures foram convertidas agora, em abril, em ações da startup. Adicionalmente, em maio, a Tegma adquiriu mais ações da Rabbot, num total de R$ 4 milhões, que correspondem a uma participação acionária final de 16,2%. Ao que parece, não deve rolar um desinvestimento tão cedo por aqui. Isso se rolar, de fato.

É claro que o objetivo da Tegup não é ter ganho financeiro com a compra e venda de participações acionárias em startups, como rolou com a Frete Rápido. O objetivo é achar soluções que possam servir para otimizar a operação da empresa e, com isso, ganhar melhor rentabilidade.

Porém, isso não quer dizer que unicórnios perdidos por aí não possam ser encontrados pela Tegup.

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