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O dólar mantém seu predomínio nos mercados cambiais, prejudicando as perspectivas do euro.
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A escalada da tensão no Oriente Médio aumenta a demanda por ativos de segurança, favorecendo o dólar.
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Fatores como os discursos dos dirigentes do Federal Reserve (Fed) e a postura do Banco Central Europeu (BCE) influenciam a incerteza em torno do euro contra o dólar (EUR/USD).
Para os operadores de câmbio, parece difícil apostar em algo além do dólar.
O euro contra o dólar (EUR/USD) é um dos pares de moedas que está novamente sob pressão esta semana, depois de ter recuperado certo ímpeto positivo na segunda metade da semana passada, quando se distanciou do impacto gerado pelo Índice Dólar na máxima de 11 meses e pelas taxas dos títulos do Tesouro dos EUA (treasuries), que atingiram seu patamar mais elevado em 16 anos.
Gráficos de SKCharting.com, com dados do Investing.com.
Desde segunda-feira, 9, a magia se dissipou para quem estava confiante no euro, já que os acontecimentos do fim de semana no Oriente Médio levaram a uma reavaliação do risco geopolítico como não se via desde a invasão na Ucrânia.
Após o ataque de rebeldes Houthi a instalações petrolíferas sauditas em 2019 e o fim de quatro anos de relativa calma na região que prevaleceu durante a pandemia, o recrudescimento dos confrontos entre Israel e Palestina, desencadeado pelos ataques do grupo militante Hamas desde Gaza no sábado, também elevou o apetite por segurança que já estava presente desde o início de outubro.
Em seu papel de porto seguro, o dólar é novamente o soberano do mercado cambial, ofuscando tudo com o que foi pareado, até mesmo o ouro, enquanto o preço à vista do metal precioso voltou a cair depois de uma breve alta na segunda-feira.
Em breve, faremos uma análise detalhada das perspectivas do EUR/USD, com a contribuição do analista técnico Sunil Kumar Dixit. Mas, primeiro, vejamos os eventos do mercado e as variáveis que podem afetar a relação euro-dólar.
EUR/USD: O que esperar?
Discursos dos dirigentes do Fed:
Vários membros do banco central dos EUA devem se pronunciar ainda na terça-feira, antes da divulgação das atas da reunião de política monetária de setembro na quarta-feira e dos dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA, na quinta-feira.
Os dados do IPC, previstos para 12 de outubro, devem subir 3,6% em relação ao ano anterior, ligeiramente abaixo dos 3,7% registrados em agosto. Mas as expectativas de inflação ainda estão elevadas após o crescimento surpreendente nos postos de trabalho urbanos em setembro, que superaram significativamente as expectativas do mercado.
Os ganhos do dólar podem ser limitados se mais formuladores de políticas do Fed optarem pela prudência com as taxas, como fizeram na segunda-feira, em vez de enfrentar diretamente a inflação.
"A menos que os juros de longo prazo permaneçam elevados devido aos prêmios de prazo mais altos, pode haver menos necessidade de aumentar a taxa básica", declarou a presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, na segunda-feira.
O vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, também afirmou que o banco central precisaria "proceder com cuidado" diante da recente alta nos rendimentos.
Discurso da presidente do BCE Lagarde:
O euro já havia recuado antes do discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, nas reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial em Marrocos, enquanto os mercados europeus aguardavam a divulgação dos dados da produção industrial italiana de agosto.
O membro do conselho do BCE, Klass Knot, que também é o presidente do banco central holandês, já sinalizou para Lagarde, afirmando na segunda-feira que não via problemas em manter o juros no nível definido na reunião do banco em 26 de outubro - ou seja, em um patamar baixo por mais tempo.
Os dados de inflação italiana devem mostrar uma queda anual de 5%, piorando em relação à queda de 2,1% no mês anterior, um reflexo das dificuldades que a região enfrenta, um dia após o dado alemão equivalente ter alimentado os temores de uma possível recessão.
A produção industrial da Alemanha já recuou mais do que o esperado, mas melhorou ligeiramente em relação ao dado de julho. No geral, as perspectivas econômicas europeias permanecem fracas e continuarão a pesar sobre a moeda local.
EUR/USD — Perspectiva Técnica
O par euro-dólar se aproximou do suporte no nível de Fibonacci de 50% em 1,0410, que representa uma retração da onda de alta que foi de 0,9535 a 1,1277, de acordo com a análise técnica de Dixit, responsável pelo site SKCharting.com.
Ele acrescenta:
“O gráfico diário do par EUR/USD mostra uma onda corretiva descendente movendo-se dentro de um canal de baixa, enquanto o atual avanço tenta alcançar a zona de resistência do canal, marcada pela parte intermediária da Banda de Bollinger em 1,0593, que precisa ser superada para um desafio adicional na zona de Fibonacci de 38,2% em 1,0610.”
Esses níveis também podem ser pontos de inflexão para a direção futura do par, observa Dixit:
“Um rompimento consistente acima dessa zona de resistência com aumento do volume eventualmente estenderá a força de alta que tem como alvo a Média Móvel Exponencial de 50 dias em 1,0710. Grandes obstáculos são vistos na Média Móvel Simples de 200 dias em 1,0820 e na Média Móvel Simples de 100 dias em 1,0840, seguidos pela zona de Fibonacci de 23,6% em 1,0865.”
Dixit também alerta que, se o par não conseguir ultrapassar a barreira de 1,0610, “vemos grandes chances de uma onda corretiva de baixa para retestar a mínima anterior de 1,0450, se estendendo até a zona de Fibonacci de 50% em 1,0410.”
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Aviso: o objetivo deste artigo é puramente informativo e não representa de forma alguma um incentivo ou recomendação para comprar ou vender qualquer instrumento financeiro. O autor Barani Krishnan não possui posição nas commodities e títulos sobre os quais escreve. Ele costuma utilizar uma variedade de opiniões externas para trazer diversidade à sua análise de qualquer mercado. Para manter a neutralidade, às vezes ele apresenta pontos de vista contrários e variáveis de mercado.