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Teoria de Dow: o que é e como aplicá-la em suas operações na bolsa?

Publicado 19.08.2023, 09:05
DJI
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A teoria de Dow é uma das bases para fazer a análise técnica de ativos e derivativos na bolsa de valores. Apesar de ter sido criada há mais de 100 anos, ela ainda é muito relevante para o mercado financeiro.

Quem busca especular precisa conhecer esse conceito. Afinal, traders devem utilizar teorias para realizar suas operações com embasamento e aumentar as chances de sucesso. A especulação não pode se pautar em palpites ou apostas.

Neste conteúdo vamos explicar o que é a teoria de Dow, como ela surgiu e como aplicá-la na análise técnica. Confira a seguir!

O que é a teoria de Dow?

A teoria de Dow é um conceito utilizado para fazer análise técnica com base em 6 fundamentos. Ela é um fator crucial na hora de estudar os gráficos e ver as oscilações de preços. Como as variações têm diversos motivos, entender como elas acontecem é fundamental.

O especulador aplica essa teoria para perceber tendências nos movimentos nos preços de ativos e derivativos, com base em gráficos. Assim, é possível utilizar alguns elementos — como dados históricos, padrões gráficos e volume de negociações.

Diferentemente da análise fundamentalista, que prioriza a avaliação da qualidade de uma empresa, a técnica foca nas cotações. Assim, o trader avalia quais seriam os melhores momentos para comprar e vender na bolsa.

Como ela surgiu?

Quem criou a teoria foi Charles Henry Dow — é daí que vem o nome do conceito. Ele se dedicou a fazer estudos aprofundados sobre os movimentos do mercado, trazendo bases para a análise técnica.

Dow criou a teoria em 1887 e ela é relevante até hoje. Nessa época ele já havia desenvolvido o índice Dow Jones, muito conhecido dos investidores norte-americanos.

Os conhecimentos da teoria de Dow foram popularizados por meio de S.A. Nelson e William Hamilton, que a aprimoraram da forma que vemos hoje. Nelson é o autor do livro “O ABC da especulação na bolsa”, primeiro a utilizar o termo teoria de Dow.

Já Hamilton escreveu “O barômetro do mercado de Ação”, explicando detalhadamente como a teoria funciona e quais são seus fundamentos.

Quais são os 6 fundamentos da teoria de Dow?

A teoria tem por base os 6 fundamentos de Dow que devem ser considerados ao fazer uma análise técnica. Os pilares devem ser conhecidos pelos investidores para que façam uma boa avaliação. 

Confira!

1. Os índices já consideram os descontos

Conforme esse fundamento, os preços de ativos e derivativos já consideram todos os fatores que podem influenciá-lo. Com o dinamismo do mercado, os impactos de notícias e acontecimentos nos preços de Ações, por exemplo, já são incorporados em tempo real.

É por isso que, por essa teoria, basta uma análise do preço para avaliar os impactos relevantes. Então, não é necessário fazer análises de forma paralela, pois as estimativas dos índices são suficientes.

2. O mercado possui 3 tendências

Esse fundamento diz que variações no valor de uma Ação seguem três tendências: a primária, a secundária e a terciária. Para explicar melhor, faz-se uma analogia com o movimento do mar.

A tendência primária é a maré: são movimentos duradouros, tanto de altas quanto de baixas, que podem seguir por anos. Já a secundária são ondas: elas formam equilíbrio ou correção da tendência primária, durando de 3 semanas a 3 meses.

No caso da terciária há um movimento mais tímido e curto, conhecido como marola. Aqui elas duram menos de 3 semanas e há variações pequenas em torno da tendência secundária.

3. A tendência primária possui 3 fases

Segundo a teoria de Dow, a tendência primária possui três fases distintas:

  • Acumulação: quando o mercado já entendeu os impactos negativos no preço do ativo ou derivativo e começa uma recuperação, entrando em uma tendência de alta;

  • Participação pública: aqui os investidores percebem o movimento de alta e compram os ativos. Assim o preço sobe e a alta se acentua;

  • Distribuição: nessa fase a alta fica notória e os ativos se destacam na mídia. Aqui a participação dos investidores fica ainda maior.

Nesse último momento os especuladores ou mesmo investidores que compraram as Ações no período de acumulação vendem suas posições, conseguindo lucro. 

4. Índices e médias se confirmam

Dow dizia que no mercado de Ações os índices deveriam caminhar conforme as tendências. Assim, um confirmaria o outro. Quando o alinhamento ocorre, há um sinal de confiabilidade sobre o cenário econômico.

Isso acontece porque os índices consideram diferentes setores da economia. Dessa forma, quando eles caminham juntos, há um sinal de que a análise é confiável.

5. O volume deve confirmar a tendência

Por essa teoria o volume é um fator secundário na análise das tendências de preço. Mas que não deixa de ter sua importância. Ele serve, principalmente, para confirmar as tendências de alta ou baixa.

Afinal, se os preços estão seguindo determinada direção, mas não há um volume de negociações considerável, é sinal de que a tendência não tem muita força. Já quando o volume é alto, o especulador pode ter mais segurança em um movimento.

6. A tendência continua até que haja sinais de reversão

Por fim, o sexto fundamento é essencial para a teoria de Dow. Segundo ele, uma tendência (de alta ou baixa) se mantém até que haja sinais claros de reversão.

Quais as principais críticas à teoria de Dow?

Apesar de ainda ser uma teoria essencial, ela não está livre de críticas. Nenhum conceito é infalível no mercado financeiro, por isso é fundamental conhecer suas desvantagens.

Uma das principais críticas à teoria é que o tempo para identificar uma tendência pode ser longo demais. Especialistas dizem que se perde de 20% a 25% de um movimento até identificá-lo pelos aspectos considerados.

Para muitos traders esse prazo é muito grande e prejudica a rentabilidade e as operações. Quem especula na bolsa geralmente não quer perder ¼ de um movimento até escolher pela compra do ativo.

Como utilizá-la na análise técnica?

Apesar das críticas, é inegável a importância da teoria de Dow para a análise técnica. Conhecer seus fundamentos embasa melhor as decisões e facilita a verificação de movimentos de especulação. 

Assim, vale a pena tê-la em mente para conseguir uma compreensão completa do gráfico. O objetivo de Dow era fornecer ferramentas para que a análise seja mais racional e menos emocional, evitando visões tendenciosas.

Conseguiu entender a teoria de Dow e como ela pode ajudar na análise gráfica? Estudar sobre o assunto e conhecer as bases da análise técnica é fundamental para os especuladores. 

Por isso, não deixe de fazer cursos e acompanhar materiais de profissionais para adquirir conhecimento!

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