Em recente relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), foi analisada a situação do mercado de terras norte-americano, apontando para um aumento de preço nos últimos anos.
A disparada das cotações das commodities, os bons resultados obtidos pelos fazendeiros nos anos passados e a queda das taxas de juros foram os principais motivadores desse aumento dos preços das terras.
Outra particularidade apontada pelo relatório foi que os proprietários de terras chamados de “não operantes” – aqueles que arrendam suas áreas, representam uma importante parcela do mercado norte-americano (38% da área, segundo pesquisa feita em 2007). Esta porcentagem é maior na região do cinturão do milho, área nobre da agricultura norte-americana.
Esta tendência (não operantes) vem sendo verificada empiricamente também no Brasil, sobretudo em regiões onde há maior pressão de custos de oportunidade.
Veja na figura 1 a evolução do preço da terra no cinturão do milho norte-americano.
O atual preço médio do hectare no cinturão do milho é de US$14,9 mil, alta de 18,5% em relação a 2011.
Esta situação ocorreu ao mesmo tempo em que os resultados econômicos das lavouras foram severamente prejudicados na atual safra, em razão da seca.
E no Brasil, como está o mercado de terras?
Terras no Brasil
No Brasil, apesar de questões como a insegurança jurídica, das barreiras à aquisição de terras por estrangeiros e do imbróglio do código florestal, as terras têm se valorizado.
A especulação imobiliária tende a aumentar com a alta do preço das commodities agrícolas. Isto ocorre, pois é comum o valor da terra estar atrelado ao valor da produção, sendo os produtos agrícolas tomados como indexadores.
Nesse quadro, o preço das fazendas sobe muito rápido, sendo, porém, poucos os negócios efetivados nos valores de pico.
Preço da terra e rentabilidade
O preço médio da terra para agricultura em Ribeirão Preto, segundo último relatório publicado pela Scot Consultoria, de R$29 mil por hectare, está bem próximo do preço médio da terra no cinturão do milho nos Estados Unidos.
Normalmente, conforme o preço da terra sobe, os custos de oportunidade tendem a ir também nesta direção. Dessa forma, justifica-se a tendência do aquecimento dos arrendamentos em regiões de terras mais caras, alavancadas por explorações agrícolas cujos produtos estejam remunerando bem.
Fatores como a redução no risco operacional/comercial e a rentabilidade atraente são vantagens do arrendamento. No Brasil e nos Estados Unidos.
Por fim, o resultado econômico do arrendamento e a valorização imobiliária, principalmente em tempos de juros baixos, tornam atraente a inversão de capital em terras e indiretamente mantêm os preços firmes e em ascensão.