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Turquia É um Bom Álibi para Encobrir Preocupações Crescentes em Torno das Eleições

Publicado 14.08.2018, 08:31
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Evidente que nem todos os emergentes são iguais e, desta forma, os impactos nem sempre são em linha e com uniformidade.

A Turquia que sofre grande pressão neste momento e que registrou no ano 41,1% de desvalorização da sua moeda, lira turca, com uma inflação de 15% anual, déficit em conta corrente de 5,4% do PIB e juros de 23% aa nos bônus de 10 anos e com grande concentração de negócios com bancos europeus, justificaria os impactos havidos no comportamento da nossa Bovespa, na formação do preço da moeda americana e no juro interno?

O Brasil registrou desvalorização em torno de 17% desde o início do ano em sua moeda, o real, tem uma inflação projetada em torno de 4,2% anual podendo ir a 4,5%, déficit em conta corrente de 0,7% do PIB e juros para 2025 se aproximaram de 12% aa.

O Brasil tem uma situação tranquila com o déficit em conta corrente de 0,7%, além de ter reservas cambiais e mais instrumentos operacionais que mitigam riscos de crise cambial e movimentos especulativos com fundamentos no comportamento dos negócios típicos do mercado, sendo, contudo, impotente para conter preço da moeda americana se aviltada por fatores imponderáveis de real impacto.

Ressalte-se, todavia, que tem uma situação muito desfavorável em relação aos emergentes no quesito déficit fiscal, que o deixa com o risco agravado, mas este é um grave problema que as agências de rating vêm tolerando até que se defina a eleição presidencial, para que se vislumbre perspectiva pior, ou melhor, e então repercutam as consequências.

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Mas, atribuir-se às pressões havidas na Bovespa, no preço do dólar à situação da Turquia e a alta do juro nos parece exacerbada, visto que a Argentina nossa maior parceira no comércio exterior e fronteiriça teve sua moeda desvalorizada em 36,4% e não causou os reflexos negativos que ora se verificam.

É preciso separar “o joio do trigo”, e buscar-se a identificação do quanto efetivamente, no caso Brasil, as questões em torno da Turquia afetam os emergentes e em especial o Brasil, e o quanto impactam as questões políticas que se acentuam com menor perspectiva às pretensões do mercado financeiro e propagam o agravamento da visão prospectiva negativa.

É importante que se analise a queda do yuan e do rublo russo no contexto da guerra comercial, e não se admita tão facilmente que houve fragilização por este ou aquele motivo, já que o preço paritário das moedas é um relevante componente de competição quando instalada a guerra comercial. É preciso ficar atento aos pequenos grandes detalhes que a concorrência mundial pode determinar, sendo notório o aumento da competitividade das exportações dos países que têm suas moedas desvalorizadas e o encarecimento dos produtos importados pelos mesmos.

O Brasil tem neste momento um ambiente político eleitoral um tanto quanto desfavorável aos interesses do mercado financeiro, visto que candidatos reformistas que ensejem perspectivas de implementações rápidas e imediatas de medidas que conduzam à superação da grave situação fiscal do país, não conseguem despontar nas pesquisas eleitorais.

Embora as convicções em torno de eventual candidatura efetiva do ex-Presidente Lula tenham sido fragilizadas, ainda perdura muita insegurança jurídica e este fato é fortemente desestabilizador, e há uma forte incógnita se o candidato que vier a ser por ele indicado conseguirá a migração, ainda que parcial, dos seus votos e assim se ombrear com os candidatos de ponta e com efetiva condição de competição por uma vaga no segundo turno.

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Esta é uma percepção ainda silenciada pelos “players”, mas certamente presente em todos os radares e que pode estar sendo, no caso do Brasil, mascarada pela situação negativa em torno da Turquia, para justificar uma eventual abrupta mudança para uma postura absolutamente defensiva nos segmentos câmbio-juro-ações.

É natural que haja maior cautela com os emergentes, porém os investidores sabem muito bem distinguir cenários, mas este pode ser um oportuno motivo para que os investidores estrangeiros deixem cautelarmente o país, transparecendo o falso álibi de que a razão motivadora seja o problema em torno da Turquia e os riscos de contágio a outros emergentes, ao invés de atribuírem o movimento aos riscos do país vir a eleger um Presidente contrário aos anseios do mercado financeiro.

É presumível a ocorrência de volatilidade e até o descolamento do alinhamento com o comportamento do mercado internacional, pois os movimentos podem configurar mutações de posicionamentos.

Todavia, embora já alardeada pelo Ministério da Fazenda a hipótese de intervenção nos mercados para evitar especulação e/ou aviltamento de preços, não nos parece necessidade que esteja presente no momento.

Se vier a ocorrer, talvez seja eficaz tão somente no mercado de juro, já que no câmbio os instrumentos que dispõe o BC, como já dissemos, são eficazes para situações pontuais de demanda efetiva de proteção cambial, que não parece o caso no momento, ou demanda de liquidez no mercado a vista, no qual o bancos estão com um “colchão de liquidez” da ordem de US$ 6,0 Bi, e, sabidamente os instrumentos operacionais são ineficazes quando os fatores forem imponderáveis.

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É importante que se observe a intensificação ou não de saídas no movimento de câmbio do mercado a vista, para que se tenha a correta percepção de que pode estar havendo o movimento de saída de investidores estrangeiros do mercado brasileiro.

O comportamento da Bovespa doravante deverá ser monitorado para que se verifique se os estrangeiros estão desmontando posições, e, também por que não os nacionais mudando para posicionamentos mais defensivos.

Como temos ressaltado, entendemos que as causas internas terão importância mais aguda nas decisões que afetarão nossos mercados, na medida em que se aproxime a eleição presidencial, os acirramentos, as dúvidas e incertezas, que poderão ser agravadas se as pesquisas não indicarem probabilidades melhores de candidatos reformistas.

Mas não acreditamos em exacerbações significativas fora do eixo de equilíbrio em torno de R$ 3,80 sem ultrapassar o preço de R$ 4,00.

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