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Uma Derrota Ainda Maior

Publicado 08.10.2015, 13:15
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7 a 1 foi pouco

Por 8 votos a 0, o TCU reprovou na véspera as contas do governo em 2014. É a primeira vez desde 1937 que um presidente tem suas contas rejeitadas no Brasil.

Ontem eu listei aqui no M5M não apenas as 4 irregularidades que serviram de base para a decisão do TCU, mas também outros 6 artifícios de contabilidade criativa e/ou itens não-recorrentes estrategicamente posicionados para inflar o superávit primário e maquiar as contas do ano passado.

O parecer do tribunal concluiu que as irregularidades atingiram nada menos do que R$ 106 bilhões.

Os pais das pedaladas são bem conhecidos: Guido Mantega, Arno Augustin e, sim, Nelson Barbosa.

Os dois primeiros foram limados do cargo.

O último foi promovido. É simplesmente o responsável pelo Ministério do Planejamento, o mais nocivo dos ministérios brasileiros. Ele é um dos pais e defensores da nova matriz econômica - não nos esqueçamos!

Diante disso, proponho um desafio:

Aponte-me um país de economia sólida que possui essa excrescência que é o “ministério do Planejamento”.

(Não vale Paquistão, Bangladesh, Camboja, Trinidad e Tobago e Ilhas Maldívias)

Conduzindo no escuro

Sob o contexto dos mercados, a rejeição das contas é menos importante do que pode parecer.

Isso pois:

(i) seu impacto direto é praticamente nulo, uma vez que a rejeição era o cenário-base, amplamente esperado e, portanto, antecipado;

(ii) seu impacto indireto é relevante, pois dá consistência aos pedidos de impeachment. 

Agora, esse impacto indireto relevante é positivo ou negativo?

Positivo E negativo. 

Positivo no longo prazo, representando uma alternativa à (des)governabilidade atual e a ruptura com um modelo que se provou ineficiente.

Mas é ruim no curto e médio prazos. Processos de deposição ou renúncia são complexos, envolvem ruptura com o status quo e ensejam enorme incerteza - nunca se sabe qual será seu resultado e potenciais consequências.

PS: se a Bolsa sobe ou cai com um impeachment? Essa foi uma das questões respondidas pelo meu amigo Felipe Miranda em sua série de vídeos “Blink”, que está em O Financista. Assista aqui.

Uma derrota ainda maior

Outra derrota retumbante da véspera deu-se no campo da Petrobras (SA:PETR4).

A décima terceira rodada de licitações ANP (Agência Nacional de Petróleo) ofertou 266 blocos exploratórios, com expectativa de arrecadação entre R$ 1,5 bi e R$ 2 bilhões.

Dos 266 ofertados, quantos foram arrematados?

37.

Da expectativa de arrecadação de até R$ 2 bilhões, quanto de fato veio?

R$ 121 milhões.

Nenhuma empresa grande nem internacional ofertou, o que inclui a Petrobras.

O que podemos inferir disso?

a) que se Petrobras está cortando em 30% o seu plano de investimentos atual e não tem capacidade financeira para novos projetos, qual a razoabilidade de se manter a obrigatoriedade da estatal participar em todos projetos do pré-sal?


b) que se o plano de negócios da Petrobras prevê vender US$ 15 bilhões em ativos até o final de 2016, onde ela vai encontrar interessados em meio a esse contexto?


Curiosidade: da meta de US$ 15,1 bilhões de desinvestimentos da Petrobras em 2015-2016, sabe quanto sobrou para 2016? 



Só US$ 14,4 bi.


A causa e a solução de todos os problemas

Rejeição das contas no TCU, fracasso no leilão da ANP, novo adiamento na votação dos vetos da presidente...

O cenário interno fervilha e, ainda assim, está em segundo plano.

Nos últimos M5M expus argumentos para evidenciar por que os movimentos do mercado brasileiro estão amarrados ao contexto internacional.

Nesse sentido, o principal evento para os mercados, hoje, é a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve.
O documento sai às 15h00. Portanto, escrevo no escuro. Ainda assim, já formei a minha conclusão...

Independentemente da retórica do Banco Central americano, e ele tem um papel óbvio (e gigantesco) na condução das expectativas, o que está por detrás do momento atual dos mercados é a perspectiva de que simplesmente não há ambiente para redução de juros agora, após sinais decepcionantes do mercado de trabalho dos EUA.

Para o ex-secretário de Tesouro americano Larry Summers, “a última vez que os EUA entraram em uma guerra preventiva foi contra o Iraque, e não fomos nada bem-sucedidos. Acredito que se o Fed entrar em uma guerra preventiva contra a inflação agora teríamos resultados semelhantes”.

Já imaginou um cenário de juros zero para sempre?

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