Balança, mas não sobe
Em novo banho de sangue, Bolsas ao redor do mundo se ajustam a outra depreciaçao (desta vez, em torno de 1%) da moeda chinesa.
Em entrevista a O Financista, o economista-chefe do UBS Paul Donovan interpreta a medida como mais um passo no sentido de tornar o yuan flexível e aceito globalmente.
O FMI também chamou de “um passo positivo”, avaliando que a China trabalhará com câmbio flutuante dentro de dois ou três anos.
Discordo.
O câmbio chinês já é 100% flutuante sempre que precisa flutuar para baixo.
So não o é quando deve se valorizar.
Uma conta simples.
Mas quem somos nós, brasileiros, para cobrar flexibilidade da China?
Nosso Banco Central continua pegando pesado nas intervenções cambiais via swaps.
O economista Fabio Kanczuk - dentre os professores brilhantes que tive - tentou explicar para os caras do BC que esses swaps representam um risco.
A conta de Kanczuk é simples e, por isso mesmo, irrefutável.
PIB = USD 1,6 trilhão.
Reservas Internacionais = USD 370 bilhões = 23% do PIB.
Swaps = USD 110 bilhões = 7% do PIB.
Reservas - Swaps = USD 260 bilhões = 16% do PIB.
Para o momento, o nível prudente de (Reservas - Swaps) deveria ser de pelo menos 24% do PIB.
Ou seja, o Banco Central Brasileiro precisa zerar seu programa de swaps ou pensar seriamente em reconstruir suas reservas internacionais… mas está fazendo justamente o contrário.
Falling angels não rolam
Os técnicos do Bacen deram graças a deus que a Moody’s abençoou a nação brasileira com uma perspectiva estável após ter cortado nossa nota de crédito.
É a típica má notícia transformada em boa notícia.
Deixe eu lhe contar como funciona uma agência de classificação de risco.
Primeiramente, a hipótese de um duplo downgrade é praticamente fora de cogitação.
Mesmo um cenário de downgrade + perspectiva negativa seria um negócio raríssimo.
Um falling angel como o Brasil desce os degraus do rating soberano passo a passo, tentando se apoiar no corrimão.
Ao menos do ponto de vista das agências, não podemos descer a escadaria rolando.
Isso dito, está óbvio que a Moody’s continua atenta às nossas fragilidades.
E voltam à tona ideias de sobrevivência basal por meio de aumento da CSLL, extinção do JCP e tributação adicional sobre o setor de bebidas.
No fim das contas, alguém sempre vai ter que rolar.
Driblando o custo-Brasil
Petrobras (SA:PETR4) em novo desafio épico: mesmo sob ameaça de greve, tentando cumprir com sua curva estimada de produção para 2015-19.
A companhia também tenta afretar dois novos navios FPSOs de grande porte (cada um com capacidade para produzir 180 mil barris/dia); um para Sepia e outro para Libra.
O plano seria soltar o edital em setembro para poder ter o resultado do processo em março de 2016, e as unidades estariam programadas para entrar em operação em 2019 e 2020.
As empresas convidadas seriam principalmente estrangeiras como CNOOC, Bluewater, Bumi Armada, BW, Modec, Saipem, Teekay e Yinson.
Com carta branca para contratar serviços internacionais, Petro poderia se beneficiar da deflação junto aos suppliers gringos (a mexicana Pemex tem conseguido reduzir contratos semelhantes em 20% a 40% nos últimos meses).
Isso me deixa otimista com PETR4? Ainda não.
Se você quer investir em Petro agora, sugiro que o faça através do Mercado de Opções.
Caso precise de ajuda, temos um novo pacote completo para investidores de opções, que inclui material didático aos iniciantes.
Aproveite as condições exclusivas de lançamento que duram até domingo, e incluem o vídeo demonstrativo de uma operação.
Driblando o custo-Petrobras
Os IPOs de estatais imaginados para 2016 estão ficando mais distantes por conta da crise política.
Mas o de BR Distribuidora vai ter que sair do papel, mesmo sob condições adversas.
Petrobras precisa dessa mãozinha.
E aí, quanto vale esse IPO da BR?
Segundo o mercado, entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões.
Segundo a própria Petrobras, entre R$ 35 bilhões e R$ 50 bilhões.
Num mundo em que BR Distribuidora vale R$ 50 bilhões, Ultrapar (SA:UGPA3) consegue estar barata e Cosan é a maior pechincha da Bolsa brasileira.